Dia histórico para o paratletismo do Brasil, que teve duas atletas no Top 5 da Maratona de Berlim (categoria cadeirantes), disputada neste domingo (26/09).
A paranaense Aline Rocha, que mora em São Carlos, SP, foi a 3ª colocada na prova, com o tempo de 1:41:39 (recorde pessoal), conquistando assim a primeira medalha para o Brasil numa Marathon Major. A paratleta, que corre desde 2010, fez sua terceira participação em Berlim. Seu melhor resultado na prova tinha acontecido em 2018 e 2019, quando foi 4ª colocada, mesma posição conseguida na Maratona de Boston em 2018. “Foi a melhor maratona da minha vida. Na prova deu tudo certo. Clima perfeito, dia perfeito. Larguei super bem, junto com a Tatyana (McFadden), a Manuela (Schär) e a Merle (Menje). Andei boa parte junto com elas. Nos últimos 15 km, acabei ficando sozinha. Não tinha expectativa de fazer uma boa marca, mas fechei com um excelente resultado. Estou muito feliz”, comemora a atleta, que está com o foco direcionado para os Jogos Paralímpicos de Inverno 2022.
Aline, 30 anos, viveu momentos difíceis em 2019. Veio a pandemia em 2020 e a dificuldade de treinar. Conseguir uma data de prova para tentar o índice acabou deixando a atleta fora dos Jogos Paralímpicos de Tóquio. “Foi muito frustrante. Apesar de ter sido 4ª em Berlim em 2019, foi meu pior ano. As outras maratonas que participei não foram boas e fiz meus piores resultados em provas de pista. Estava muito desanimada. Em 2020, começou a pandemia e meu técnico teve que mudar a forma de preparação. Fiz tudo basicamente em casa”, conta Aline, que não tinha expectativa nenhuma em maratonas este ano, até que surgiu a oportunidade de fazer Londres, que acontece no próximo domingo (03/10). “A princípio, Berlim estava fechada para brasileiros. Mas de última hora abriu, recebi a carta-convite, a organização arrumou tudo, como passagens aéreas, reserva do hotel. Inclusive eu e a Vanessa viemos antes porque precisamos ficar 10 dias (quarentena) na Europa. Na terça, embarcamos para Londres.”
A outra brasileira com grande resultado na capital alemã foi a santista Vanessa Cristina de Souza, de 31 anos, que ficou na 5ª colocação, com 1:42:16. “Fiquei muito satisfeita com a marca que fiz, pois é a segunda melhor da minha carreira. Fiquei um pouco frustrada por não ter conseguido pegar o primeiro grupo na largada, mas consegui fazer uma prova com um ritmo bem constante. Variei muito pouco e os últimos 5 km foram em bom ritmo. Vindo de Tóquio, não sabia como seria meu rendimento. Fiquei satisfeita com o Top 5”, conta a atleta, que é a atual recordista brasileira de maratona, com 1:40:21 (Sevilha 2020) e foi 10ª colocada nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020. “Essa foi a primeira das quatro maratonas que farei em três semanas (Berlim, Londres, Chicago e Boston). Agora é tentar recuperar para correr as outras provas”.
Dobradinha suíça no lugar mais alto do pódio
A suíça Manuela Schär foi a campeã da prova, com 1:37:31. A norte-americana Tatyana McFadden ficou em segundo, com 1:38:54. No masculino, o suíço Marcel Hug foi o campeão, com 1:24:03, seguido do norte-americano Daniel Romanchuk, com 1:24:47, e do canadense Brent Lakatos, com 1:29:54, segundo e terceiro colocados, respectivamente.