No último dia 26 de abril corri na 35ª edição da Maratona de Londres. Esta participação teve um sabor muito especial, pois ao completar os 42 km pelas ruas londrinas, completei a série conhecida como World Marathon Majors, que é uma espécie de Grand Slam de corridas de rua.
Nem é preciso dizer a emoção que foi fechar essa série, que começou com a minha participação na Maratona de Nova York em 2010, na de Berlim em 2011, em Boston em 2012, no ano seguinte na de Chicago, em 2014 foi a vez de correr no Extremo Oriente, na longínqua e bem organizada Tóquio, e agora completando na capital inglesa.
A maratona de Londres carrega a fama de ter sido responsável pelo estabelecimento da tradicional distância de 42.195 metros ou 26 milhas e 384 jardas. Essa distância foi adotada na Maratona da Olimpíada de Londres de 1908, quando para atender aos caprichos da família real, que queria assistir a largada dos maratonistas, a distância, que até então era de 40 km, acabou tendo um acréscimo de 2.195 metros.
Como é de praxe em maratonas com a chancela de ser uma "Major", a de Londres contou com uma organização exemplar, a começar pelo local da entrega do kit que se realizou no amplo pavilhão de exposição ExCel Center, com acesso por mais de uma linha de metrô. A entrega foi feita nos 4 dias que antecederam a prova e para os inscritos do exterior havia guichês separados para facilitar a comunicação. Em paralelo aconteceu a tradicional feira de material esportivo, com a presença de todas as grandes marcas mundiais, mas tudo com preços extremamente "salgados".
TRÊS LARGADAS. A prova se deu sob um típico clima londrino para esta época, ou seja, céu totalmente nublado e temperatura em torno de 7 graus. A largada foi realizada no distrito de Greenwich, famoso por ser o local por onde passa a linha imaginária do Meridiano de Greenwich, que é o marco zero da hora mundial. Os organizadores distribuíram os corredores (completaram mais de 37 mil), em três grupos identificados pelas cores azul, vermelha e verde. Todos largaram ao mesmo tempo, porém de locais diferentes no parque de Greenwich. Os grupos azul e verde se encontraram depois de 1,2 km, enquanto o vermelho se juntou aos outros dois um pouco antes do 3º km.
Essa estratégia visa evitar o congestionamento no inicio da prova, devido à grande quantidade de corredores. Além disso, em cada grupo havia a separação por baias, de acordo com o tempo previsto e informado pelo corredor no momento da sua inscrição. Larguei no grupo azul, na baia dos corredores cujo tempo previsto era de 4 horas. Para cumprir essa meta, eu teria que manter um ritmo médio de 5:40/km, que é um bom desafio em se tratando de um corredor da faixa etária 60-64 anos.
Consegui manter o ritmo até a altura do km 35, quando "bati no muro" e passei a correr mais lentamente. Quando travei o cronômetro logo após cruzar a linha de chegada na majestosa avenida The Mall, o display mostrava 04:02:59, meu terceiro melhor tempo entre as Majors.
Ismar Marques é assinante de Campinas