André Savazoni
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A cada mês, muitas vezes a cada semana, temos o lançamento de novas provas de rua no Brasil. Algumas, inclusive, surpreendem pelo ineditismo. Confesso que hoje sou um apaixonado por maratonas, pelo treino puxado por três meses ou mais, pela dedicação necessária para buscar um bom tempo. E, um dia, com certeza, farei uma ultra. Comrades e Two Oceans estão na mira (tomara que minha mulher, Mari, não leia esse texto…). E, nesta sexta-feira, dia 1º, fui surpreendido com uma inscrição inteiramente “de grátis” na Ultramaratona Gol em Cumbica.
Já que estava treinando bem nas últimas semanas, resolvi participar. Não tinha ideia do que viria pela frente. A largada estava marcada para as 12h30. Horário bem estranho, mas o dia não estava tão quente. Seria em frente ao portão 15. Mudou para o 19, para o 25, voltou para o 15, para o 21 e, novamente, para o 15. Ufa, fui ficando cansado só com o “aquecimento”. Será que essas mudanças também foram culpa de medidas de última hora anunciadas pela CET?
Ah, esqueci um detalhe. O kit era pobrinho de tudo. Só duas folhas amarelas, com os horários da largada e o tíquete do guarda-volumes. Prometeram um copo de suco ou refrigerante, mais uma barrinha de cereal, bolachinha ou amendoim durante o “percurso”. Mas acho que não entregaram. Pelo menos não vi.
E a largada da Ultramaratona Gol foi atrasando, atrasando… 13, 14 horas, 15h20, 15h40… nada de informação dos organizadores, apenas uma rodinha de corredores conversando aqui, outra ali. E a promessa da chegada do lanche que, pelo jeito, estava sendo feito em Manaus e foi enviado por pacote simples pelo Correio. Ou pela equipe que transporta animais na Gol. Até o Natal chega!
De repente, com os corredores prontos, cansados de esperar, um organizador foi cercado. E saiu logo dizendo que iria buscar o lanche. Não voltou até agora, 21h10, quando escrevo esta crônica. Será que ele se perdeu? Coitado.
Chegou outro integrante do “staff”. Novo cerco. Ao fundo, as mochilas vão sendo retiradas do “guarda-volumes”. O rapaz, então, num pensamento visionário diz, ao telefone, com outro colega da organização: “Vou avisar a todos que a Ultramaratona Gol foi cancelada. Eles viram que as bolsas estão sendo retiradas do guarda-volumes”. Ohhhh, foi o som que ecoou. Juro que ouvi até um: “Bidu”!
Daí, mais duas intermináveis horas de espera, falta de atenção do staff, que não passava qualquer informação decente a nós, simples e mortais corredores. Uma luta para pegar as bolsas nos guarda-volumes. Filas intermináveis. Desrespeito. Por volta de 17 horas, quando o cronômetro marcava quase cinco horas de prova, algo oficial: a largada tinha sido transferida para este sábado, 2 de julho, às 14 horas, devido ao mau tempo. Detalhe: do ponto onde estávamos para a casa e, depois, de casa para a largada no sábado, cada um por sim. A resposta da “loira má” do staff, que talvez, coitadinha, tenha acordado com o pé esquerdo hoje: “Você não chegou sozinho até aqui. Vá e volte!”. Nossa, que delicadeza e inteligência. Tenho certeza que fez pós-graduação na França.
Conclusão, fiz minha estreia na ultramaratona, mas nem cheguei a largar. Será que valeu então? Uma conclusão importante: não importa a empresa organizadora, nós, corredores, nas provas ou na vida, estamos sempre em segundo plano. Até quando? E ainda falam em organizar Copa do Mundo, Olimpíada…
Neste sábado, dia 2, eu e mais de cem lutadores tentaremos, novamente, concluir a Ultramaratona Gol em Cumbica para ver se chegaremos, finalmente, concluir o percurso. Ah, o copo de suco o refrigerante e a barrinha, segundo o staff, estão garantidos.
Ah, esqueci de contar: a prova de hoje foi um aquecimento para a chegada em Foz do Iguaçu, onde sonhamos largar na Meia Maratona das Cataratas neste domingo, dia 3. Tomara que dê certo.
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André,
Acho que já me apresentaram essa loira má, ela tem pós graduação nas estribarias da suiça.
Simplesmente fantástica essa sua UltraRoubadaMaratona, e nem colocaram a culpa no vulcão?
Infelizmente estamos cercados por esses “STAFFS” e “ORGANIZADORES” e o que é pior, sempre tem alguém para defendê-los, só podem estar ganhando algo. Não é possivel.
Boa sorte amanhã no término da UltraRoubada, exija sua medalha no final e boa Prova nas cataratas, dizem que essa prova é Linda de correr. Boa prova!
Abraço
Colucci
@antoniocolucci
Valeu Colucci. O pior é que, cada vez mais, temos de enfrentar isso. Tudo bem, o tempo fechou em Foz, não deu para voar, paciência, faz parte. Mas nada de informação, de comida (tinha gente com criança de colo), de respeito… isso me deixa triste demais. Bem, amanhã, para relaxar, vou correr 1h, 1h30 logo cedo e, depois, ir até Cumbica para ver se concluo minha primeira ultramaratona de dois dias! Abraço.
O Frank Caldeira já chegou, talvez seja diferente para o pelotão de elite. De qualquer forma duas coisas são imutáveis: a Gol é uma tranqueira mesmo e a neblina não deu trégua aqui o dia todo em Foz.
Boa noite Matheus. Sim, com certeza a neblina atrapalhou mesmo. Pelo que vi, os voos de ontem à noite e hoje de madrugada chegaram. Não reclamo do clima, mas do descaso da Gol com as pessoas. Uma pena. Mas amanhã estarei aí, pronto para a prova. Abraço
André, infelizmente, assim como você, participei dessa Ultramaratona Gol em Cumbica e olha que nem participei da minha primeira meia maratona!
Imprevistos acontecem, mas o descaso e o despreparo dos funcionários da Gol para situações como a de ontem foram inaceitáveis. Parabéns pelo texto, pois descreve exatamente a péssima experiência que tivemos nesse dia. Abraços e boa sorte a todos nós!
Excelente a crônica, só não gostei da comparação com nós canhotos. kkkk
André, foi muito interessante este seu depoimento, pois nós corredores esquecemos sempre desta parte, achando que está garantida… Este é o nosso país… Boa prova. http://treinoscorridas.blogspot.com/
Oi André, muito legal seu post.
Eu e minha esposa também participamos da Ultra Maratona GOL-BR101, só que na etapa de Curitiba.
Saimos de Floripa na 5a. à tarde para pernoitar em Curitiba e pegar o voo na hora do almoço da 6a.
E aí aconteceu todo o problema meteorológico lá em Foz… e para piorar tinha as informações desencontradas sobre o tal vulcão no Chile. Em Curitiba não tinha a loira má, a GOL forneceu lanche, mas, mesmo remarcando para o voo do início da noite não conseguimos sair na 6a. feira.
O que percebemos é que a companhia não facilita as coisas para os passageiros, talvez como uma forma de economizar; os vouchers de alimentação eram todos preenchidos à mão por uma única funcionária, um a um, o que era superdemorado e gerava grande fila que deve ter feito muita gente desistir de consegui-lo.
Mesmo a acomodação em hotel não foi facilitada, eles ofereciam o transporte de ônibus até Foz, o que muitos aceitaram – creio que por não conhecerem a viagem, que é péssima e muito demorada (700Km em uma estrada muito ruim).
No final conseguimos pernoitar em Curitiba para seguir de TAM (por endosso) no dia seguinte, com transporte e o jantar.
Infelizmente, tudo isto foi muito cansativo e estressante, as perspectivas do clima em CWB para a volta na 2a. de madrugada eram muito ruins, tinha a dúvida sobre o vulcão e uma noite muito mal dormida que, com receio de termos problema também no retorno – o que transformaria toda a viagem numa grandíssima roubada – desistimos de ir desta vez a Foz e voltamos para casa.
Acho que no nosso caso nem toda endorfina da corrida iria consertar o stress… vamos voltar na Maratona de Foz em setembro com a esperança de não termos mais estes problemas; aliás, a prova organizada pelo SESC-PR tem uma organização excelente e inclui percurso de 11.5Km totalmente dentro do parque.
Como lição aprendida vimos que não podemos “quebrar” com o “paredão” da companhia aérea, nossos direitos são muito claros e que companhias não facilitam as coisas para economizar o máximo nestas situações. O segredo é ter paciência, muita paciência!
Sim, Guilherme, esse é um problema que enfrentaremos sempre, nas viagens para correr. A parte meteorológica, pode nos atrapalhar, o que incomoda é a falta de respeito e de estrutura das companhias aéreas. Abraço.
Edenilson, que pena que não conseguiu ir para Foz. A Meia das Cataratas foi muito boa, bem organizada, clima frio, mas excelente para correr. Foi um sufoco, só consegui chegar lá no final do sábado, já anoitecendo. Não vi nada da cidade, mas o percurso da meia valeu a pena, principalmente a chegada nas cataratas. E, realmente, o problema, muitas vezes, é a estrutura montada pelas companhias aéreas. Já tive problemas em Caxias do Sul com a Gol e o atendimento foi nota 100. Nos levaram de ônibus para Porto Alegre, deram almoço e assistência. Abraço.
Oi André, em 2012 estaremos lá se o calendário Inca deixar 🙂
Aparentemente o clima provocou uma “quebradeira” geral em muitos corredores.
Segundo os dados da organização foram 1738 inscritos, mas no resultado final da prova somente 1301 (1009 de 1338 homens, 292 de 398 mulheres) a concluíram.
Ou seja, no total 437 dos inscritos (25,1%) não compareceram/finalizaram (329 homens e 106 mulheres).
Não tenho dados de outras provas similares (talvez os CR tenha), mas parece um número muito grande para uma prova exclusiva de 21K.
Abraço.
Edenilson, estaremos juntos lá em 2012. Com certeza. Então, na verdade, não houve essa quebradeira, as pessoas não chegaram mesmo. No meu voo, por exemplo, de sexta-feira às 12h30, quem estava em família, principalmente com crianças, acabou desistindo de viajar. Nem foi para Foz. Outros optaram por não viajar pelo tempo curto que ficariam na cidade. Eu cheguei no sábado às 18h no hotel e domingo 13h30 já estava no aeroporto novamente. Então, essa diferença entre inscritos e concluintes, refere-se muito a isso. Foram inúmeros voos adiados/cancelados. Abraço