20 de setembro de 2024

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Performance e Saúde admin 29 de março de 2015 (0) (82)

A expectativa em relação à centenária Boston

A Maratona de Boston sempre foi o sonho de consumo dos corredores norte-americanos. Ter o Boston Qualifying (BQ), índice para se inscrever nos 42 km, é a meta. E essa atração aumenta cada vez mais também pelo mundo afora, incluindo os brasileiros – há 135 na lista de entrada deste ano, incluindo vários assinantes da Contra-Relógio que vivem a expectativa de correr a prova pela primeira vez (são cerca de 30 mil participantes), no dia 20 de abril. Fomos ouvir alguns deles (leia os depoimentos nesta matéria).
O atrativo de Boston comprova-se pela "nota de corte". Atualmente, não basta ter o índice. Devido à grande procura, neste ano houve uma redução nos tempos, de 1:02 em cada faixa etária (tinha sido de 1:38 em 2014). Então, exemplificando, para homens, de 35 a 39 anos, o tempo máximo era de 3h10, mas com a redução, passou a 3:08:58! E assim, sucessivamente. Para as mulheres, é sempre 30 minutos a mais por faixa etária. E para 2016, quando teremos a 120ª edição, é possível que fique ainda mais difícil (a janela de obtenção das marcas está aberta até o início de setembro).
Essa procura cada vez maior por Boston, única no mundo a exigir tempos para a inscrição, justifica-se, primeiro, pelo fato de obter o índice e a vaga já se tornar motivo de satisfação pessoal para quem gosta de treinar seriamente para uma maratona. Depois, pela excelência da organização e pela total participação de todos os setores da sociedade da região, com mais de 500 mil pessoas nas ruas no dia da prova.
O percurso não é fácil, já que há poucos trechos planos. Mas não se deve esquecer que a prova é "em descida", largando em um ponto mais alto do que a chegada, daí, inclusive não poder ter seus resultados homologados como recordes mundiais, como aconteceu em 2011, quando o queniano Geoffrey Mutay venceu em 2:03:02. Além de descer mais do que o permitido (42 metros) a distância entre a largada e a chegada (mais de 21 km) pode permitir a ajuda do vento a favor, como aconteceu, por sinal, naquele ano.
Nesta edição de número 119, a elite de Boston inclui cinco campeões da prova (Meb Keflezighi, Lelisa Desisa, Wesley Korir, Sharon Cherop e Caroline Kilel). No total, há atletas vencedores de 85 maratonas pelo mundo na busca da primeira colocação. O melhor tempo no "field" é de 2:03:38 do queniano Patrick Makau, ex-recordista mundial. O etíope Geb Gebremariam e o queniano Bernard Kipyego, que sempre correm bem em Boston, também estarão presentes. No feminino, a mais rápida é a etíope Mare Dibaba, com 2:19:52 neste ano em Xiamen. Por sinal, há 11 mulheres sub 2h25.
Para os brasileiros, a atenção fica para Fredison Costa, ganhador da Maratona da Disney, em janeiro, e 5º na Maratona de São Paulo 2014. Ele fez uma preparação especial para Boston, que incluiu um mês de treinos de altitude em Albuquerque, no Novo México. O objetivo são os índices para o Mundial da China e para o Pan-Americano de Toronto, no Canadá.
Mais informações sobre Boston, incluindo todos os índices por faixa etária e o cronograma de obtenção do tempo/inscrições, em www.baa.org.

DEPOIMENTOS

"Como se trata de um sonho, o de correr a Maratona de Boston, as expectativas são as melhores, com uma única preocupação: o clima. Temo estar muito gelado no dia. As previsões deste ano apontam para uma primavera fria. Espero que não esteja um frio muito rigoroso e que eu possa fazer uma boa prova, curtindo o percurso e terminando inteiro."
Felipe Arakawa, de Campinas

"Vou com a expectativa de poder concluir a maratona com sub 4h30, uma vez que venho de uma contusão longa (três meses no estaleiro) e sigo levando as dores no joelho em meus treinos. Pretendo fazer uma prova conservadora, segurar bem até o km 25 para ter gás e encarar o final, onde (dizem) a prova realmente começa, com as subidas piores entre os km 29 e 34. "
Francisco Apoloni, de São José do Rio Preto

"É grande a minha expectativa para correr pela primeira vez em Boston. Fazer essa prova era o meu maior objetivo, desde quando comecei a correr maratonas. Persegui o índice durante todo o ano passado e finalmente consegui o tempo necessário, que no meu caso é de 3h10 nos 42 km. Se tudo ocorrer conforme o esperado, tentarei um recorde pessoal."
José Eduardo Motta Garcia, de São Paulo

"Nunca corri uma maratona com tanta gente mas dizem que é muito organizada. Será a primeira vez que irei aos Estados Unidos e sozinha, sem a família. Tenho um pouco de medo, em função do meu inglês ‘macarrônico'. Terminando bem essa prova, serei a pessoa mais realizada do mundo!"
Ana Minarelli Gaspar, de Araraquara

"Simplesmente Boston"
"Fazer uma Major começa muitos meses antes da prova. Mas Boston é diferente pelo glamour, história e índice técnico para as inscrições. Para mim, é ainda mais especial. Perdi a vaga para a edição de 2014 em função da altíssima procura após o atentado (à bomba na linha de chegada) no ano anterior, quando a organização teve de baixar o índice em 1:38. A frustração me motivou a treinar como louco e em Houston-2014 consegui novamente o BQ, desta vez 4 minutos mais rápido do que em Chicago-2012."
Bruno Bandarovsky, de São Paulo

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