Notícias admin 29 de março de 2015 (0) (104)

Em Chicago, a 1ª maratona

Essa história de ser maratonista começou no carnaval do ano passado, durante os treinos realizados na maravilhosa praia de Comandatuba (acompanhada pelo meu marido e pelo treinador Wanderley de Oliveira). Eu, sinceramente, nem sequer sonhava com tal ideia, mas os dias foram passando e eu comecei a me animar com a ideia de fazer a Maratona de Chicago, mesmo porque eu precisava de um objetivo.
Os treinos começaram levemente, participei de algumas corridas, bati alguns recordes pessoais (48 minutos nos 10 km, pódio na faixa etária). Surgiu o primeiro obstáculo: férias de julho com viagem marcada + uma unha encravada e bem machucada. Obrigatoriamente, diminui meu ritmo, fiquei uns 20 dias correndo bem menos, mas não era isso que me faria desanimar!
Em breve, teria meu primeiro desafio, bater minha marca na Meia de Buenos Aires, praticamente um mês antes da maratona, sendo que foi nessa prova, há 10 anos, que consegui o meu melhor tempo (1h48). E veio o mês de agosto, o mais temido. Longos, muitos tiros, rodagem e o primeiro treino de 30 km. Que foi perfeito, com subidas e mais subidas e mesmo assim completado em 2h58!

TESTE PORTENHO. Estava pronta para Buenos Aires. O clima estava agradável, a prova meio bagunçada, largada muito complicada, mas fechamos (eu, meu marido e o treinador) os 10 km muito bem. Entretanto, no km 12 senti uma dor forte no pé, mas resolvi continuar, diminuindo o ritmo e completando em 1h50.
Logo após a chegada, já não conseguia mais colocar o pé esquerdo no chão! E para piorar tivemos que caminhar mais 5 km para achar um taxi, e não conseguimos! Cansados, sentamos na calçada e ficamos aguardando! Até que um anjo nos ofereceu uma carona para o hotel!
A menos de um mês da maratona, as dores pioraram e não conseguia mais correr. Precisei procurar um ortopedista, fiz ressonância e, por telefone, o simpático médico me disse: "Esqueça sua maratona este ano, vá para o deep running e, daqui a uns meses volte a treinar, pois você está com fratura por stress no osso do pé, chamado cuboide".
Não me abalei e decidi procurar o médico Joaquim Grava, que me falou o que eu queria ouvir: "Você vai correr a maratona, mas até lá (dia 12 de outubro), esqueça a corrida; o seu treino será deep running e fisioterapia diariamente". E eu já estava há 25 dias sem treinar…
Foram 15 dias intensos das duas atividades. Confesso que inicialmente achei que as aulas não estavam adiantando, que estava perdendo meu condicionamento, mas naquela piscina eu era mais uma dentre tantos outros correndo atrás dos seus sonhos. E muitos já tinham vivido aquela experiência e me garantiram que o deep me daria a resistência necessária para minha primeira maratona.

EM CHICAGO. O grande dia chegou e lá estávamos nós três, de novo: eu, treinador e marido, que correria a primeira metade conosco. Chegou o km 21, estava tudo perfeito, o relógio marcava 2h04 e o mais importante: sem dor! Os quilômetros foram passando, sentia um pouco de cansaço nas pernas, diminuía o ritmo, mas já levava comigo a certeza de que terminaria!
E consegui!!! Cruzamos a linha de chegada em 4h19, inteiros, felizes e sem dor! A missão foi cumprida e tive a certeza que todo o esforço tinha valido a pena e que, quando queremos muito e lutamos por nossos ideais, o universo conspira a nosso favor e a realização é certa. As lágrimas foram inevitáveis e a emoção de cruzar aquela linha de chegada ficará para sempre guardada no meu coração.

Daniela Haddad Franco é da capital paulista.

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