A 90ª edição da Corrida Internacional de São Silvestre mais uma vez chegou a novo recorde de participantes. Pelos números atualizados e divulgados no site oficial do evento (www.saosilvestre.com.br) até o fechamento desta edição, foram 24.351 concluintes (18.095 homens e 6.256 mulheres). Esses dados não incluem os pipocas (sem inscrição), que em uma estimativa baixa devem superar 5 mil corredores. Em 2013, terminaram 22.600.
Novamente, como havia ficado nítido na edição anterior, as mulheres vêm impulsionando esse crescimento da São Silvestre. Comparando com a edição de 2009, quando foram 3.126 corredoras, em 6 anos elas mais do que dobraram a participação.
De 2009 a 2014, a São Silvestre foi de 18.051 para 24.351 atuais. Com base no balanço de 2013 (o de 2014 ainda não foi finalizado completamente) pelo Running USA (www.runningusa.org), a prova brasileira estaria entre as 15 maiores dos Estados Unidos em número de concluintes e se consolida entre as top 50 do mundo.
A 90ª edição teve algumas melhorias, como o uso dos dois lados da Avenida Paulista, o que fez fluir melhor a largada (ainda bem congestionada pela ausência de baias de ritmo), e alterações no "miolo", na região central de São Paulo, com o famoso cruzamento da Avenida Ipiranga com a São João sendo incluído.
Corredores ouvidos pela reportagem constataram uma melhora na entrega do kit (apesar da falha no primeiro dia, quando muitos pegaram números com a identificação "Volta Internacional da Pampulha"). A Yescom, contratada pela Fundação Cásper Líbero para organizar a São Silvestre, corrigiu o problema e se comprometeu a enviar o número pelos Correios para quem era de fora de São Paulo, em informação publicada em nota oficial no Facebook. Outra modificação da 90ª edição foi a entrega dos kits somente para os inscritos, sem opção de retirada por terceiros (a não ser com autorização registrada em cartório).
A grande festa da São Silvestre, atraindo corredores de todos os Estados brasileiros (gente inclusive que viaja três dias de ônibus para a prova e retorna logo após os 15 km, passando o réveillon na estrada), reforça o caráter do principal evento esportivo (e cultural) brasileiro. De acordo com a organização, houve representantes de 42 países.

DOMÍNIO ETÍOPE – Na elite, a supremacia africana foi mantida, mas agora com dobradinha da Etiópia: Dawit Admasu (45:04) ganhou entre os homens, com Ymer Ayalew garantindo o bicampeonato no feminino, em 50:43 (tinha vencido também em 2008).
O Brasil obteve um lugar no pódio masculino pelo terceiro ano consecutivo, com o mineiro Giovani dos Santos em quinto lugar (45:22). No feminino, a melhor foi Sueli Pereira da Silva, na nona colocação. Resultados completos no site www.saosilvestre.com.br

Masculino
1 Dawit Admasu (Etiópia) 45:04
2 Stanley Koech (Quênia) 45:05
3 Fabiano Naasi (Tanzânia) 45:10
4 Mark Korir (Quênia) 45:19
5 Giovani dos Santos (Brasil) 45:22
6 Cybrian Kotut (Quênia) 45:27
7 Damião de Souza (Brasil) 46:10
8 Joseph Panga (Tanzânia) 46:27
9 Tariku Bekele (Etiópia) 46:30
10 Éderson Pereira (Brasil) 46:37

Feminino
1 Ymer Ayalew (Etiópia) 50:43
2 Netsamet Kebede (Etiópia) 50:46
3 Priscah Jeptoo (Quênia) 51:20
4 Feyse Boru (Etiópia) 52:31
5 Delvine Meringor (Quênia) 52:34
6 Nancy Kipron (Quênia) 52:50
7 Failuna Matanga (Tanzânia) 53:15
8 Joziane Cardozo (Brasil) 53:18
9 Sueli Pereira da Silva (Brasil) 53:36
10 Layesh Abedaw (Etiópia) 54:07

OPINIÃO
"A prova de encerramento de muitos corredores e ainda o sonho de outros tantos… foi a minha corrida número 265. A nona São Silvestre. A primeira foi a edição número 81, em 2005.
Algumas coisas mudaram nestes dez anos. Algumas para melhor, como retirada pessoal do kit, sem possibilidade de entrega a terceiros, largada utilizando as duas pistas da Avenida Paulista, passagem pela famosa esquina da Avenida Ipiranga com a São João, retirada do kit pré-prova bem mais tranquila do que nos anos anteriores.
Mas ainda continuam alguns problemas crônicos: trajeto passa por ruas estreitas para uma prova deste porte; grande quantidade de "pipocas"; afunilamento da pista nos postos de água e isotônico.
Roberto Kazuaki Yoda, de São Paulo

"Foi a minha segunda experiência na São Silvestre. Gostei demais da primeira vez e por isso repeti a dose, mas fiquei decepcionado. Devia começar mais cedo e serviram água quente no percurso todo (só tinha água gelada na chegada). O engarrafamento na altura do km 4 foi indignante! Por que colocar um trecho estreito que obrigou os corredores a parar de correr?"
Sérgio Anjos, de Brasília