Acho que estou ficando expert em K21. Hoje, larguei para completar solo o K42 Bombinhas, no belo litoral de Santa Catarina. Comecei bem mesmo, em um ritmo gostoso, confortável, mas rápido. Passei os primeiros 5 km em pouco menos de 21 minutos. Depois, com as (boas) subidas, caiu um pouco o ritmo, mas os 10 km foram percorridos em mais ou menos 49 minutos. Na montanha, excelente. Porém, a partir daí…. tudo complicou-se.
Muito barro e lama nas subidas e descidas. Escorregadio demais. Eu, sem tênis específico para montanha/trilha, mais parecia um corredor de sabão. Não conseguia sair do lugar. Para ter uma ideia, o km 15 foi cruzado em 1h50, ou seja, levei mais de 1 hora para percorrer 5 km… E mesmo assim, me equilibrando. Depois, na areia, acelerei mais um pouco e cruzei os 21 km para 2h20. Mas já com uma decisão tomada: parar na metade. Não arriscar.
Queria fazer a prova abaixo de 4h, no ritmo que estava, faria bem acima disso. A não ser que a segunda parte estivesse muito seca. Improvável… Provavelmente, os riscos seriam bem maiores. A prova foi excelente. Disso não posso reclamar. Tudo muito bem sinalizado, mas o tempo úmido dos últimos dias e chuvoso nos meses de junho/julho, ampliou as dificuldades. Pelo menos para mim. Como tenho objetivos definidos para os próximos meses, que incluem três provas no asfalto, o desgaste que meu corpo sofreria, hoje não valeria a pena. Até 4h me movimento, ok, depois disso, a recuperação para mim seria lenta e atrapalharia os treinos.
Um ponto mais do que positivo: como não cai nenhuma vez, só alguns escorregões em pé mesmo, percebi ao tomar a decisão que hoje sou um corredor bem melhor. Há momentos que precisamos escolher um caminho. Ter consciência. Foi o que fiz. Treino feito e, agora, piscina!
Foto: Marcos Viana Pinguim
É isso aí André! Saber parar e ter consciência são sem dúvidas, uma grande conquista e qualidade de um corredor. E agora ficam as lembranças gostosas e o gostinho de quero mais! Boa piscina. Abraço, Equipe K42 Bombinhas
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Com certeza, ano que vem, volto com tênis de trilha, rs.
Abraço
10 km em 49 min????? Quero esse tempo numa corrida de rua.
Sábia decisão André….Saber quando parar para não prejudicar os próximos!
Um tênis específico para trilha iria te ajudar muito em Bombinhas e em qualquer corrida de montanhas…
Abraços..
Oi André,
Parabéns por mais uma prova e principalmente pela decisão.
É muito importante pensarmos mais com a razão do que com a emoção nestes momentos, dessa forma estaremos respeitando mais a nós mesmos e aprendendo com as próprias experiências.
Um bom descanso para você e boa continuidade nos treinos! Que venham mais desafios!
Um grande abraço.
Ha Ha.. sábiia decisão. Uma vez fui fazer uma prova de cross country em São Bento do Sul eram duas voltas de mais ou menos 5 km. Havia tanta lama e estava tão escorregadio que parei na primeira volta. Não gostei nem um pouco da experiência e foi aí que tive a certeza de que nunca mais eu faria outra prova parecida com essa. Meu negócio é correr no asfalto, e não tentar ficar em pé numa descida escorregadia. Um abraço.
Você achar que pode percorrer 42km em Bombinhas abaixo de 4 horas é um delírio da sua fértil imaginação, é subestimar as dificuldades do terreno e superestimar a sua capacidade ara enfrentá-los. Desistir na metade é a comprovação de sua fraqueza e falta de determinação. Nenhum desafio é mais importante do que o que vivemos agora. Participar de uma corrida concentrado nas próximas que virão é uma tremenda falta de foco. Seus argumentos ao desistir demonstram que você não possui as qualidades básicas de um corredor.
Diogo, para mim, corrida tem que dar prazer e tenho de correr, mais ou menos rápido, isso não importa. Mas tenho de correr. Se estou em um dia em que não posso fazer minha meta ou próximo dela, mas estou tendo prazer, sigo em frente. Se não há as duas coisas, paro sim, como hoje. Fiz 6 km de qualquer outro esporte ou atividade, dança, patinação… por um erro meu, que tenho de assumir, no tênis. Uma falha que não deveria ter cometido, mas fiz, esqueci do básico, uma prova de montanha muda de ano a ano. Entro em muitas provas para conhecê-las, para treinar, para me divertir, se não há isso, não vale. E, pessoalmente, tenho objetivos nas provas, e vou sempre sim, pensar em mim. Numa prova igual, neste ano, com barro e lama, levei três tombos e em um deles arrebentei a mão, que tanto preciso para trabalhar. Então, se tomasse agora, novamente a decisão, seria igual. Fiz 21 km e parei, para seguir treinando e me preparando para as próximas. Estou agora, aqui, brincando com meus filhos. Já fomos na piscina, na praia, tomar sorvete, ou seja, isso é o que importa.
Para completar, para mim, fraqueza é não saber admitir as fraquezas e a hora de dar um passo para frente ou outro para trás, e recomeçar. Não tenho problema algum com isso. Seja na corrida ou na vida.
Abraço
Ok. Me perdoe se fui um pouco duro, realmente não existe nada mais importante do que estar em segurança com a família. Obrigado por aceitar as críticas, por permanecer sempre tão gentil, espero que aprenda com seu erros. Um abraço.
Diogo, com certeza. Temos de aprender com os erros, sempre. Isso sim é fundamental. As críticas são sempre importantes e temos sempre de aceitá-las. E a segurança considero muito importante, assim, hooje, me senti inseguro. Uma pena, porque queria completar a prova, mas sempre temos uma próxima. Abraço e bom final de semana, André
Sábia decisão. Correr no meio do mato sempre tem dessas. Também fui com tênis errado no Mountain Do e até hoje carrego a cicatriz do tombo no joelho. Tombo de cinema, aliás. O negócio é focar no asfalto, onde dá para render. E tentar se divertir nas trilhas, sem sofrer ou se machucar.
Grande André,
Sábia decisão de abortar a prova na metade, poucos corredores fariam isso, pois a tendência é cumprirmos até o final, mesmo se arrastando, hehehe, como é complicado abortar uma prova! Mas tendo em vista compromissos e objetivos futuros que vc tem, a decisão foi mais que correta.
Só tenho uma dúvida / questionamento: você sendo quase um expert em corridas de montanha, tendo feito os K21 e várias etapas do circuito paulista de corridas de montanha, como vai para um K42 sem tenis “especifico”? isso que não entendi….afinal está umido, e aquelas trilhas requerem um tenis cespecifico com melhor aderência….abraço!
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Então, Segatto, cometi um erro. Na verdade, foram dois. De avaliação e de informação. Necessariamente, se não houver barro, lama, dá para fazer corridas de montanha sem um tênis específico, mas em locais escorregadios, com certeza, o equipamento é decisivo. No ano passado, corri o segundo trecho de Bombinhas sem tênis de trilha e fui muito bem, mas estava seco (como estava novamente neste ano, mas eu não imaginava). Daí, achei que dava para ter feito, mas não dava. Além disso, foi alertado sobre esse problema (nos últimos dias, as nuvens baixas evitaram a evaporação e deixaram as trilhas totalmente enlameadas) no Congresso Técnico e como cheguei após o início, não prestei atenção. Agora, quanto aos tênis de trilha, vou arrumar um daqueles, cheio de garras, rs. Serviu de aprendizado. Melhor pecar pelo excesso do que pela omissão, rs.
Abraço, André
No mês de abril participei (tentei) do Xterra em Ilhabela na prova de 50km e só fiz 30km,na hora achei que parar foi a melhor decisão,mas até hoje me arrependo de ter desistido,foi a primeira vez que abandonei uma corrida,não vejo a hora de chegar ano que vem e terminar essa distância,está entalado na garganta.
Marcelo Hideki, te entendo perfeitamente. Claro que fica a frustração. E muito. Era o que eu tinha a fazer, a decisão certa pelo que sentia (e sabia) no momento. Depois, soube que a segunda metade estava completamente seca… Assim, como você, vou ter de voltar a Bombinhas para o K42 solo, sem dúvida alguma. Tirar o nó da garganta. Também foi a primeira prova que desisti, a outra foi Paranapiacaba que estava machucado, é diferente. Abraço, André
Fica para próxima André. Foco agora para BsAs.
PS. Quem é este Diogo Morschben? Cara extremamente grosseiro na hora de postar o ponto de vista dele!!!
Oi André, realmente aquela descida do morro da antena estava muito desafiadora e difícil.
Logo atrás de mim um corredor escorregou e foi parar no mato, 2 metros abaixo da trilha! Felizmente não teve ferimentos (havia muitas plantas com espinhos no mato!).
Desci com cuidado extremo, praticamente só andei e escorreguei do final da subida até a praia no final da descida. Em relação a outros atletas perdi mais de 20 minutos ali, mas não arrisquei nada. Sinceramente foi a parte mais irritante da prova para mim.
Quanto ao tipo de tênis para esta prova acho que é uma escolha difícil e envolve um balanço entre performance e segurança.
Usei tênis mínimalista na parte inicial (até o Km 16) e na final (do 33 ao 42), corri descalço nas praias e de huaraches entre Zimbros e Mariscal.
Acho que foi um balanço razoável e divertido, se houvesse algum acessório (removível) para prender ao tênis para dar mais tração (e segurança) no barro só para aquele trecho
do morro da antena seria perfeito…
Creio que a informação da condição deste trecho da trilha foi muito superficial no congresso técnico e devia ser melhorado nas próximas edições, gastou-se do tempo só com a parte cerimonial.
Abraço!
Bigfoot Ed
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Ed, gostei muito de sua mescla dos tênis/huarache. Descalço na areia é bom demais. Isso que pensava ao ir com o tênis normal, e liso (aí, confesso, errei demais, porque peguei a pior opção das três que tinha). Ganhar velocidade na praia e nos trechos onde era possível correr.
Um dos motivos que parei a prova foi que, naquele trecho da Antena e do barro, perdi completamente a vontade e o prazer. Já que não consegui correr nada, tornou-se um outro esporte, não o que gostamos, por causa do pisante.
Pior que hoje fiz um teste na praia com um outro tênis que eu tenho e trouxe, com elementos minimalistas, e este seria uma opção muito melhor do que eu fiz.
Abraço
André
Maturidade na modalidade. Parabéns pela decisão, André.
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Decisão dura, Felipe, mas consciente. Agora, não é fácil não. Porém, apesar da frustração que fica, faria novamente igual com as informações que eu tinha naquele momento. E fiquei feliz por tomá-la, porque no passado, não pararia “nem a pau”, rs.
Abraço
André
Ao fim do seu relato, logo me lembrei do que você respondeu a mim e ao Ricardo Nishizaki no post “Hora de “montanhar”. Com chuva e tudo. Que venha Mairiporã – 27/janeiro/2012”
http://revistacontrarelogio.com.br/blogs/na-corrida/2012/01/27/hora-de-comecar-a-montanhar-com-chuva-e-tudo-que-venha-mairipora/
O “antes” da prova parece auxiliar na estratégia de prova também. É que nem equipe de Fórmula 1 no Paddock que fica constantemente olhando para o céu para saber quando virá chuva. Hehehe.
Nessa da Bombinhas também houve posto de troca do revezamento que nem aquela corrida?
Nestas provas, ter equipe para fazer pit-stop (leia-se: troca de pisante) seria uma “mao na roda”.
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Hélio, com certeza. Conversamos muito sobre isso neste final de semana. Não só o tênis como a meia, para trocar no posto do revezamento, nos 21 km. E você tem razão, a troca do “pisante” seria fantástico e determinante, até porque os dois trechos são totalmente diferentes… ainda mais neste ano.
Abraço
André
André é sempre um prazer em ler os seus relatos de corrida de montanha. Quanto mais eu leio, mais certeza tenho que esta não é minha praia kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
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Alex, praia é a parte boa kkkkkkk
Abração
Eu tb participei dessa prova e, se vc não quis se desgastar, a decisão foi acertada, mas se vc quisesse só se divertir, teria sido um grande erro, pois a segunda metade da prova ainda tinha desafios maiores.
Corri a prova sem relógio, e, como foi minha primeira corrida de montanha, o meu objetivo era apenas completar sem cair, e consegui completar inteiro e em pé, depois de mais de 6 horas.
E nunca me diverti tanto.
Abraço.
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Sim, Tarcisio, a ideia era não me desgastar mais. Corri a segunda metade no ano passado, com certeza, é muito desafiante. Acho que até mais difícil do que a primeira, sem o barro, rs. Você tem razão. Se não tivesse objetivos para frente, eu seguiria curtindo tudo, como você fez sabiamente. Esse é o barato das provas de montanha e em um lugar tão lindo, porém, tenho três provas no asfalto (setembro, outubro e novembro), então, infelizmente, tive de tomar essa decisão.
Abraço
André
Bom, ano passado certamente dava pra fazer com tênis normal. Mas pelo visto, neste ano… vamos lembrar que o André já conhece bem como é correr na lama pura e absolutamente escorregadia – Paranapiacaba que o diga – e sabe bem a diferença que faz o tênis. Agora, embora a transferência esteja longe de ser exata, ainda acho que um cara que faz sub-4 em Bombinhas, mesmo com tempo seco, tem nível de maratona pra umas 2h45. Coisa séria!
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Nem fale, Nishi. O tênis específico para trilha/montanha, por experiência própria, é muito mais determinante do que em uma competição no asfalto, por exemplo. Aprendi com os erros, tanto em Paranapiacaba (quando estava com um específico, mas não suficiente) e agora em Bombinhas.
Com tempo seco, sem barro, dá para fazer as duas metades de Bombinhas em 2h cada… pode passar um pouquinho, mas 4h10 é bem viável.
Abraço
André