SEM ARROGÂNCIA

Neste momento tão traumático que o mundo está passando com a pandemia do Covid 19, uma notícia muito triste abala as pessoas envolvidas com a corrida. Rafael Feijó, da Elite Eventos, organizador de provas como as duas últimas edições da Maratona de Curitiba, sofreu um ataque cardíaco fulminante, nesta sexta (dia 07/08), deixando sua esposa Débora e filhos.

Pouco convivi com Rafael, mais precisamente apenas nas entregas de kit da Maratona de Curitiba, edições 2018 e 2019. O que me surpreendeu foi sua simplicidade, seu jeito afável de atender todos, inclusive pessoalmente cada pessoa que chegava para pegar o kit. Ou seja, bem distante de alguns organizadores que se consideram quase que como “deuses”, não aceitando críticas sobre as falhas de seus eventos, mas aceitando de bom grado as ótimas receitas provenientes das inscrições.

Nesse sentido, vale lembrar que essa arrogância não é exclusividade de brasileiros, como bem destaca Nelton Araújo, na seção “História” da CR de agosto/setembro, lembrando a falta de água na Maratona de Chicago 2007, devido ao calor desproposital, mas que a organização disse não ter sido culpa dela, mas sim dos corredores, que se hidrataram excessivamente…

Voltando a Rafael, parece que perdemos um organizador do jeito “antigo”, amante das corridas e de seus participantes, e pouco preocupado com os cifrões. O que é uma enorme perda, até porque vai um pouco da alma da CR nesse caminho.

Tomaz Lourenço – editor da CR

TRANQUILO

Depoimento da Beto Grupenmacher, da loja Procorrer, de Curitiba, amigo e parceiro de Rafael:

“Conheci o Rafael quando ele cronometrava as corridas para a associação Procorrer. Com seu jeito tranquilo, deixava a gente desesperado, mas dava tudo certo. Era tão sereno, que levava a namorada Débora nas corridas, lhe dando a devida atenção.

Logo começou a organizar provas, notadamente na região de Curitiba, emplacando sua marca de bom organizador, com ótimos kits.

Há alguns anos eu e Rafael acertamos a entrega de kit de suas provas em nossa loja, e mesmo em momentos de alto stress e crise, ele permanecia sem stress, nunca perdendo a paciência. Afinal, como ele dizia, era apenas uma corrida e não o lançamento de um foguete espacial. Assim também ficava no fim de um evento, mesmo que grande como a Maratona de Curitiba, rodeado por pessoas competentes e que sempre muito fiéis, faziam o grande sucesso acontecer.

Fiquei muito chocado quando soube do seu internamento e muito triste com sua partida.”