Os ekidens (corridas de revezamento) são levados muito a sério no Japão. Muitas das empresas japonesas tem equipes com atletas profissionais que participam dos vários eventos que acontecem naquele país.
O maior e mais longevo deles é o Hakone Ekiden, que acontece anualmente entre os dias 2 e 3 de janeiro, desde 1920. Trata-se de um revezamento de ida e volta no caminho que liga as cidades de Tóquio (distrito de Ōtemachi) a Hakone. Devido às pequenas variações do percurso, no primeiro dia a distância é de 108 km e no dia seguinte, 110 km. O percurso é divido em 5 trechos (tanto na ida como na volta) e dá lugar a uma disputa entre 20 equipes universitárias, com 10 corredores cada (somente homens).
Para se ter uma idéia da popularidade dessa prova, cerca de 1 milhão de japoneses vão às ruas para acompanhar a disputa, além de haver a transmissão ao vivo pela TV.
Na edição deste ano ocorreu algo inusitado, quando quatro corredores disputavam passo a passo a 8ª posição ao final da prova. Parece irrelevante, não? Mas não é: as equipes que chegam até a 10ª posição tem participação garantida na prova do ano seguinte (o que é uma grande honra por lá) e não precisam mais se qualificar através de outras competições.
Pois bem, o atleta Natsuki Terada tentava classificar pela primeira vez a Universidade de Kokugakuin (na qual é calouro) entre as 10 primeiras em uma disputa sensacional pela 8ª colocação com outros 3 corredores. Faltando 150 metros para a chegada, ele atacou e assumiu a liderança, mas acabou acompanhando o caminhão da televisão que seguia na frente, e o seguiu, fazendo uma curva à direita, quando deveria ir em frente, para desespero dele mesmo, de seu técnico e dos espectadores. Terada caiu para a 11ª colocação, mas conseguiu achar forças para ir buscar o grupo e fazer uma ultrapassagem pouco antes da linha de chegada, para alegria e alívio de seus companheiros de universidade que o aguardavam na chegada. Um ato heróico e emocionante, sem dúvida.
