Notícias admin 10 de março de 2015 (0) (96)

São Francisco, a maratona do sobe e desce

A Maratona de São Francisco é realizada no final de julho, aproveitando o verão (no hemisfério norte) e o finalzinho das férias norte-americanas. Apesar de a cidade estar localizada na Califórnia, a época do ano não é quente (de 12ºC a 20ºC), visto que a neblina encobre a região praticamente o tempo todo e raros são os dias nos quais o sol brilha intensamente.
É também um local com muito vento e topografia exatamente como vemos nos filmes, cheia de sobe e desce. Todas essas características tornam a maratona um desafio e tanto. É preciso estar com a musculatura bem preparada para enfrentar a variação de altimetria. Embora as subidas e descidas fortes e longas sejam poucas, existe uma grande quantidade de pequenos aclives e declives, sendo apenas 4 km de plano – 3 km logo no início e 1 km no final.
A largada ocorre às 5h30, bem organizada e por ondas. Por ser perto de vários hotéis, é possível ir para a prova caminhando, não necessitando de grandes deslocamentos. Trata-se de um evento relativamente pequeno, com menos de 7 mil concluintes (6.623 corredores na edição deste ano, realizada em 27 de julho), mas, como além dos 42 km ocorrem mais duas meias-maratonas (uma com largada a partir das 5h30 e outra, às 8h15, cada uma correndo uma parte dos 42 km), existe um número grande de atletas, principalmente na primeira metade, quando a disputa passa pela famosa ponte Golden Gate. Foram 7.255 concluintes na primeira meia e 4.502 na segunda, neste ano. Assim, somando as três corridas, tivemos 18.380 corredores.
O percurso passa pelos principais pontos de São Francisco: Embarcadero, Fisherman's Wharf, Golden Gate, Presidio, Golden Gate Park, AT&T Park (estádio do San Francisco Giants) e Bay Bridge. Os pontos de hidratação ocorrem mais ou menos a cada 4 km, existindo a distribuição de eletrolítico e de água em copo aberto e pequeno, além de dois com gel de carboidrato (km 10 e km 30). A prova também disponibiliza marcadores de ritmo e com eles segue um grande número de atletas.

POUCO PÚBLICO. Não existe muito público acompanhando o evento, mas a organização disponibiliza ônibus para levar espectadores para pontos específicos, então sempre encontramos gente com os tradicionais sinos. Os staffs são um espetáculo à parte: motociclistas barbudos de coletes com suas grandes motos. Nos cruzamentos, existem policiais controlando o trânsito – quando não há corredores, eles deixam os carros atravessar, sem causar estresse para quem está correndo. No final da competição há grande distribuição de bebidas e comidas, com um clima festivo tomando conta da chegada.
Foi uma das melhores provas que já fiz. Logo no início desisti do tempo que pretendia, tendo em vista a dificuldade do percurso. Mesmo assim fui constante a maratona inteira, curti todo o trajeto, recebi o incentivo do público nos momentos decisivos e cheguei fazendo festa. É uma boa opção para quem procura desafios diferentes e maraturismo. Apenas não gostei dos pontos de hidratação, pois, por oferecerem copos pequenos, tinha que praticamente parar para pegar de dois a três copos e beber com cuidado para não desperdiçar muito. Fora isso, a organização esteve impecável.
Os vencedores tiveram tempos altos, em parte pela altimetria, em outra pela elite mais fraca. Os campeões foram norte-americanos: August Brautigam (2:32:17) e Anna Bretan (2:47:51).
A maratona é oficial e vale como índice para Boston (consegui para 2015, com 3:39:41). Mais informações, inscrições e resultados completos no site oficial: www.thesfmarathon.com.

* Yeda Baciglieri , é assinante de São Paulo.

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