O queniano Wesley Korir saiu no sábado daquela loja com dois sanduíches de atum. Eles tinham destino certo. Um iria servir para a janta daquela noite e o outro para depois da maratona, no dia seguinte.
O destino fez com que Korir topasse com uma moradora de rua em seu caminho para o hotel. Como muitos dos quenianos que vão morar nos Estados Unidos em busca de vida melhor, o queniano sabia o que era passar necessidade e cedeu seu sanduíche pós-maratona para a mulher.
A primeira maratona da qual Wesley havia participado tinha sido a de Chicago 2008 e terminou com 2h13:53. Bom tempo se considerarmos que ele não saiu na elite. No último domingo ele não só ganhou a Maratona de Los Angeles com 2h08:24, como também bateu o recorde do percurso. Só a vitória renderia US$ 20.000 e mais US$ 40.000 por ter fechado abaixo de 2h09, mas a Maratona de LA tem aquela disputa entre homens e mulheres. Elas largaram 17 minutos antes e Korir ultrapassou a russa Tatiana Petrova – que viria a ser a primeira colocada entre as mulheres com 2h25:29 -, quando faltavam cerca de 4 quilômetros para a chegada. O prêmio para a “disputa ente os sexos” era de US$ 100.000. Somou tudo? Dá o total de US$ 160.000, mais um Honda Accord zero quilômetro que também ganhou dos patrocinadores do evento.
Korir disse que sua vitória foi um “milagre”. Sim, foi o “Milagre do Sanduíche de Atum”. O sanduba da bondade e da vitória.