Por Tomaz Lourenço | tomaz@novosite.contrarelogio.com.br
A 12ª Maratona Internacional de Foz do Iguaçu, promovida e organizada pelo SESC-PR, aconteceu neste domingo (dia 29) com sol pleno e calor, tornando ainda mais duro os 42 km com muitas subidas e descidas. A questão climática poderia ter sido minimizada se o evento começasse mais cedo ainda, especialmente porque os corredores eram obrigados a ir para a largada com muita antecedência (entre 4h e 4h15 os ônibus passaram nos hotéis), ficando lá esperando entre 1 e 2 horas, de pé ou sentado no chão, sem qualquer conforto. Ou seja, a prova poderia começar às 5h30 (largada geral) e não às 6h30, mantendo-se a mesma estrutura de organização, para que os corredores que finalizam em mais de 4 horas não pegassem temperatura próxima dos 30 graus.
A maratona larga na Usina de Itaipu e chega ao lado das Cataratas, cruzando a cidade de Foz do Iguaçu (foto). Os últimos 11 km são dentro do Parque de Iguaçu, também não planos, mas ao menos praticamente todo sombreado. Além disso, nesse trecho a organização caprichou, reduzindo de 3 para 2 km o intervalo entre os postos de abastecimento e oferecendo água, Coca e Gatorade. Além dos 42 km solo, acontece um revezamento em dupla na distância, assim como uma corrida de 11,5 km saindo na entrada do Parque. Perto de 3.700 corredores participaram do evento, sendo 94 estrangeiros de 16 países.
Duas características se sobressaem no evento do SESC-PR. Em primeiro lugar, o serviço de traslados (aeroporto/rodoviária – hotéis conveniados – entrega de kit – largada/chegada) totalmente gratuito, aos corredores de fora (que são maioria na maratona). Em segundo, a ótima premiação em dinheiro aos melhores das categorias, assim como aos cadeirantes e portadores de necessidades especiais, estes inclusive com direito à hospedagem e inscrição. Também uma dezena de atletas de elite é beneficiada por essas regalias.
A maratona foi vencida por Antonio de Souza Dias, conhecido como “Maranhão”, igualmente campeão na de Brasília este ano, além de pódio no Rio e Salvador. Ele completou em 2:22:32, seguido de um etíope e um queniano, e dos brasileiros Silvano Lima Pinto e Renilson Vitorino. No feminino, vitória de atleta da Etiópia (em 2:44:40), depois uma queniana e as brasileiras Cristiane Alves Silva, Rosângela Pereira Faria e Conceição de Carvalho, com todas da elite sendo premiadas.
Mais uma vez, destaque para a sensacional atuação de Vitor Queranza, da faixa etária 65/69 anos, que terminou em 3:00:53, que lhe dá mais uma vez a liderança isolada no Ranking deste ano. Também boa a performance do editor Tomaz Lourenço, que ficou em 4º lugar em sua categoria (70/74 anos), ao fechar em 4:45:06, conseguindo, assim, seu ingresso no Ranking da CR 2019, depois de ter quebrado na SP City.
No total foram 634 concluintes na maratona, 10% a menos que no ano passado. A prova manteve um alto índice de ingresso no Ranking, em função da qualidade dos participantes, que superam as dificuldades do percurso/clima. Quase 44% dos que terminaram conseguiram se classificar entre os melhores maratonistas por faixa etária, neste ano no Brasil.
A nota triste foi a morte do corredor carioca Wilson Bracarense, de 60 anos, assinante da CR por muito tempo, que sofreu um ataque cardíaco logo no km 3, sendo atendido quase que imediatamente pela equipe médica da organização. Ele foi reanimado no local, com desfibrilador, e encaminhado a um hospital, mas não resistiu. Vale destacar que a Maratona de Foz é uma das únicas provas brasileiras que exige atestado de saúde para a prática esportiva