Antes mesmo de largar em Copenhague neste domingo (dia 15), Geoffrey Kamworor já era considerado um dos melhores corredores de meia maratona de todos os tempos.

Aos 26 anos, o queniano havia conquistado três títulos mundiais consecutivos da distância – além de ter vencido dois mundiais de cross-country entre eles. Ele ganhou nove das 13 meias maratonas disputadas na carreira e tinha até então 58:54 como melhor tempo da vida.

Há três semanas, Kamworor ganhou o disputado campeonato queniano de 10.000 m, marcando 27:24.76, na altitude de Nairóbi.
As condições na capital dinamarquesa no dia do recorde mundial da meia maratona não eram perfeitas, com chuva, mas isso não impediu um desempenho impressionante. Ele gradualmente aumentou o ritmo até o km 15, inclusive, tendo as passagens de 5 km em 13:53, 13:41 e 13:31. Caiu um pouco de rendimento a partir daí, com 13:56 no km 20, mas dentro do tempo.

Kamworor foi recompensado com um resultado final de 58:01, tirando 17 segundos da antiga marca e confirmando o status de um dos maiores de todos os tempos nos 21 km.

Confira o perfil do atleta.

Nascido em 22 de novembro de 1992, é treinado por Patrick Sang. Começou a correr aos 16 anos e entrou no Global Sports Camp no final de 2010, passando a trabalhar com o medalhista de prata olímpico de 1992 nos 3.000 m com obstáculos, Patrick Sang – mesmo treinador do recordista mundial da maratona Eliud Kipchoge, entre outros.

Kamworor “surgiu” no cenário internacional em 2011 ao conquistar o título sub-20 no Campeonato Mundial de Cross Country. Durante a temporada de pistas, ele registrou inúmeros recordes pessoais, como 12:23 nos 5.000 m e 27:06.35 nos 10.000 m.
Com apenas 19 anos, estreou na maratona em setembro de 2012, terminando em terceiro lugar em Berlim, com 2:06:12, feito repetido em 2013. Nessa época, já tinha 58:54 nos 21 km.

Ele fez a estreia no Campeonato Mundial de Meia Maratona de 2014 na mesma Copenhague, vencendo com 59:08 e derrotando o lendário eritreu Zersenay Tadese.

Kamworor adicionou o título mundial de cross-country à coleção em 2015 e conquistou a medalha de prata nos 10.000 m no Mundial de Atletismo de Pequim, na China.

Então, defendeu com sucesso a coroa de campeão mundial de meia maratona em 2016. Apesar das brutais condições de chuva e vento, além de cair no início, Kamworor cravou 59:10 para derrotar uma equipe de estrelas, incluindo o britânico Mo Farah, em Cardiff, no País de Gales.

Manteve o título mundial de cross-country em 2017 e ainda garantiu a vitória na Maratona de Nova York do mesmo ano.
O último título mundial de Kamworor chegou em 2018 na meia-maratona, em Valência.

No início deste ano, Kamworor conquistou a medalha de bronze no Campeonato Mundial de Cross Country em Aarhus. Ele perdeu a chance de competir em Doha, agora, no final de setembro, no Mundial de Atletismo, para se concentrar na quebra do recorde mundial em Copenhague. Plano recompensado com os incríveis 58:01. A próxima parada? A Maratona de Nova York no dia 3 de novembro.