Notícias André Savazoni 9 de setembro de 2019 (0) (346)

Maratona de Berlim define os atletas de elite

Texto e fotos: Fernanda Paradizo | feparadizo@gmail.com

A temporada das Marathon Majors do segundo semestre começa oficialmente no final de setembro e o start list dos atletas de elite das três provas que estão por vir já começa a ser definido. A primeira prova será a Maratona de Berlim, marcada para o dia 29 deste mês.

Com a baixa do queniano Eliud Kipchoge em Berlim, atual recordista mundial e último campeão, que não defenderá o título na prova alemã para mais uma vez tentar quebrar a barreira das 2h, agora no projeto “1h59 Challenge”, em Viena, na Áustria, a elite masculina ganhou um reforço extra na última semana, para tentar amenizar a ausência do atual campeão e melhor maratonista de todos os tempos.

E quem agora encabeça a lista dos melhores corredores em Berlim é o etíope Kenenisa Bekele, campeão da Maratona de Berlim de 2016, com 2:03:03, ficando a apenas alguns segundos do recorde mundial e cravando a terceira melhor marca mundial na época. O atleta tem no currículo nada menos do que 16 títulos mundiais e dominou as pistas de atletismo nas distâncias de 5.000 m e 10.000 m ao longo de 15 anos, antes de partir para os 42 km, quando em 2014 correu para 2:05:03 na sua estréia em Paris. Aos 37 anos, o etíope correrá pela terceira vez em Berlim.

Nos últimos 10 anos o pódio em Berlim tem sido dominado por quenianos. Durante esse período, apenas dois etíopes conseguirem vencer a prova alemã: o próprio Bekele em 2016 e Haile Gebrselassie em 2009.

Para tentar quebrar esse domínio queniano, Bekele terá a companhia de outros quatro compatriotas, todos eles com resultados que podem colocá-los entre os melhores: Guye Adola, Leul Gebrselassie, Sisay Lemma e Birhanu Legese.

Medalhista de bronze do Campeonato do Mundo de Meia-Maratona em 2014, Guye Adola, de 28 anos, correu a mais rápida maratona para um estreante na distância, em Berlim 2017, quando foi o 2º com 2:03:46, seu melhor tempo para os 42 km.

Com apenas três maratonas no currículo, Birhanu Legese, de 25 anos, venceu em Tóquio agora em março com 2:04:48. Ele tem como melhor tempo na carreira 2:04:15, quando foi 6º em Dubai. Em 2015, foi campeão da Meia-Maratona de Berlim com 59:45.

Leul Gebrselassie e Sisay Lemma também conseguiram suas melhores marcas na Maratona de Dubai de 2018. Gebrselassie, de 25 anos, fez 2:04:02 na sua estreia na distância, quando foi 2ª colocado. Em dezembro de 2018, venceu a Maratona de Valencia com 2:04:31 e recorde de percurso. Em abril deste ano, foi 8º em Londres, com 2:07:15.

Já Sisay Lemma, de 28 anos, talvez seja o mais experiente em maratonas do quarteto. Ele foi 5º em Dubai 2018 com 2:04:08, recorde pessoal nos 42 km. Lemma tem no currículo vitórias nas maratonas de Viena e Frankfurt em 2015.

Se no masculino Berlim sentirá a falta do último campeão, no feminino os organizadores podem comemorar. Isso porque a queniana Gladys Cherono, de 36 anos, tricampeã na prova alemã (2015, 2017 e 2018) e também recordista do percurso (2:18:11), já confirmou presença. E, pela primeira vez, a prova verá o duelo entre Cherono e a compatriota Vivian Cheruiyot. As duas correram maratonas sub 2:19 no ano passado.

A vitória de Cherono no ano passado a colocou ao lado de outras atletas tricampeãs em Berlim: a polonesa Renata Kokowska, a alemã Uta Pippig e a etíope Aberu Kebede. Se vencer este ano, a queniana estrará para a história da prova como única tetracampeã.

Já Vivian Cheruiyot, de 35 anos, fará sua estreia em Berlim. A campeã olímpica de 5.000 m no Rio 2016 venceu no ano passado Londres, com 2:18:31, e este ano foi 2ª colocada, com 2:20:14. Será a primeira vez que as duas se enfrentam na capital alemã.

A prova terá ainda a presença da etíope Mare Dibaba, de 29 anos, que já correu duas vezes abaixo de 2h20 e foi medalhista de bronze na maratona dos Jogos do Rio 2016 e ouro no Mundial de Maratona em Pequim em 2015.

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