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Notícias admin 10 de março de 2015 (0) (122)

A realização de um sonho: duas maratonas em uma semana

Em dezembro de 2012, após conversar com meu treinador João Eustáquio, da BHRun, iniciei a preparação para mais um grande desafio em minha vida: fazer a Maratona de Paris, dia 7 de abril, em até 3h30, e depois "trotar" na de Viena, dia 14. Os quatro meses que seguiram foram de árduos treinos, reforço muscular e cuidados na alimentação.
Programei a viagem de férias com outros três amigos, que não correriam as provas. A feira da maratona francesa é ampla e conta com artigos das grandes marcas, contudo, os preços estavam bem "salgados". Na expo, retirei o número do peito, que tinha o sensor de marcação de tempo, dispensando o chip, e a pulseira com o tempo pretendido na prova, para entrada na baia de largada. Este ano, a camisa comemorativa da prova foi entregue juntamente com a medalha somente aos que completaram a maratona.
Com uma organização impecável, a largada, na famosa Champs Elysées, com o Arco do Triunfo ao fundo, foi realizada em blocos, com diferença de alguns minutos entre os pelotões, o que facilita a manutenção do ritmo na prova e evita os congestionamentos dos primeiros quilômetros. Em função da baixa temperatura, em torno de 5ºC, acabei saindo mais forte do que pretendia (4:40/km), mas me sentia bem e assim fui até o km 35, quando senti dores musculares, o que me levou a reduzir o ritmo até a chegada. O tempo atingido ficou próximo do almejado, ou seja, 3:34:11.

AGORA VIENA. A capital austríaca é belíssima e está na lista daquelas com alto índice de qualidade de vida no mundo, devido à ordem, limpeza, segurança e eficiência no serviço público, bem como pela variedade de opções de educação, cultura e entretenimento.
Em 2013, foram comemorados os 30 anos da maratona. Juntamente com este evento, aconteceu, no mesmo dia e horário, a meia-maratona, totalizando 40 mil inscritos nas duas distâncias. A feira da maratona é facilmente acessada via metrô; lá, retirei o número do peito, a camisa comemorativa e o chip, alugado por 10 euros, sendo que 7 euros são reembolsados na devolução, após a corrida.
O acesso à largada é também pelo metrô, estando a temperatura em 10°C, mas chegou aos 16°C. Em função do grande número de participantes das duas provas, houve certa desorganização e não consegui achar a entrada para a minha baia. Mas, como o percurso começa por ampla avenida, como em Paris, esse problema acabou não prejudicando a saída.
Estava me sentido muito bem e por isso descartei a ideia de começar a prova trotando, só para completar. Decidi imprimir um ritmo inicial de 5:00/km e permaneceria neste pace até os 21 km, quando analisaria minhas condições físicas para terminar a prova.
O percurso, todo plano, passa pelos grandes pontos turísticos, e é grande o apoio de moradores e turistas, além da animação de bandas musicais, inclusive representando o Brasil com o samba. Após a meia-maratona, o número de atletas se reduz bastante, já que a maioria participa dos 21 km.
Quando passei pelo km 21, vi que estava "sobrando". Não acreditava que após correr uma maratona, no domingo anterior, conseguiria correr, confortavelmente, sem maiores complicações musculares. Então, resolvi arriscar um tempo abaixo daquele que tinha conseguido em Paris. Faltando alguns quilômetros para o término, já era possível ouvir o apoio acalorado da torcida, o que me estimou ainda mais na busca de um bom resultado. Após atravessar um grande portal histórico, nos últimos metros a emoção foi inevitável, já que um imenso tapete amarelo esperava os corredores, com as arquibancadas lotadas. Ao fundo, um grande telão mostrando os meus últimos passos e uma grande surpresa: quebra de minha marca pessoal, ao finalizar os 42.195 m em 3:22:40.

Marcelo de Castro Lopes é assinante de Belo Horizonte.

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