Notícias admin 10 de março de 2015 (0) (82)

Dobradinha do Quênia vence a Golden Four do Rio de Janeiro

A incerteza e, por que não dizer, a agonia, que marcaram as duas primeiras edições da Golden Four Asics no Rio de Janeiro, este ano ficaram de lado. Ameaçada de não ocorrer em 2011 e 2012 – depois de aprovar as datas a Prefeitura do Rio voltou atrás -, a prova, realizada em 7 de abril, um domingo de clima ameno, teve quatro mil inscritos e um aumento de 16% no número de concluintes em relação a 2012.
O percurso, de 21 km, quase que totalmente plano na orla do Rio, do Recreio dos Bandeirantes a São Conrado, a boa organização e o clima ameno para os padrões cariocas foram um convite à quebra de recordes pessoais. Aliás, a boa organização da prova tem tornado a Golden Four a "queridinha" dos corredores cariocas. Antônio Carlos Ferreira, de 50 anos, corredor e treinador da Equipe Mitokondria, já fez maratonas mundo afora e elogia a prova, desde o acesso à inscrição até a dispersão após a linha de chegada.
"A Golden Four consegue melhorar a cada ano. A inscrição teve um preço justo, o kit estava generoso e sua entrega foi em um excelente espaço, sem filas ou correria. A largada foi pontualmente às 7h, cabendo aqui um elogio aos corredores, que respeitaram as baias de tempo", disse Antônio Carlos, que esteve presente na primeira maratona disputada no Rio de Janeiro, em 1980.
Uma das características da Golden Four no Rio é a ausência de público até o km 10. Nos primeiros mil metros ainda é possível receber o incentivo daqueles que acompanham familiares e amigos corredores, depois só há alguma plateia na chegada à Barra da Tijuca, no km 10. Até lá o que se vê é uma imensa reta e o belíssimo visual da Reserva Biológica do Receio dos Bandeirantes, com sua vegetação nativa. No horizonte, uma paisagem sugestiva: a Pedra da Gávea, que marca a transição para São Conrado e os últimos quilômetros de prova. Como a largada é cedo e o trânsito de veículos é proibido por conta da prova, apenas se veem os tradicionais baladeiros que ainda agitam os quiosques no caminho. Aí os corredores têm que ouvir algumas gracinhas, mas que de certo modo até ajudam a quebrar um pouco da ansiedade e a monotonia do percurso.
No km 10 o corredor volta a ter contato com o público e passa a dividir a pista com os veículos até o km 16. São 6 km lado a lado com os carros, mas com toda a segurança. As duas faixas estavam bem divididas e sinalizadas e aos corredores sobrou espaço para focar-se apenas em sua performance. Aliás, ponto para a organização, que providenciou ótima hidratação, com água e isotônico a cada 3 km.
No km 16 os corredores deixam o percurso plano e encaram um trecho de 2 km de subida no acesso ao Elevado do Joá. A subida dentro do túnel parece interminável. Ali, já é possível ver alguns corredores caminhando. Muitos usam a luz no fim do túnel – literalmente – como incentivo, já que a vista do Elevado do Joá é de tirar o fôlego. Dali vê-se a imensidão do mar e a Praia de São Conrado, e sonha-se com a chegada.
Neste trecho do percurso, os que fazem a prova em mais de 2 horas já cruzam com vários corredores voltando com suas medalhas no peito. Alguns apenas caminham de volta, outros correm, aproveitando a estrutura da prova para fazer um longão.
Sargento do BOPE, André Lopes elogiou toda a estrutura da prova e chamou a atenção para o detalhe da medalha. "A corrida foi excelente. Largada no horário, marcação de pace e percurso, hidratação realmente suficiente e dispersão sem tumulto. A medalha com aquela tarja para inserção do seu tempo deu um toque pessoal à conquista individual de cada atleta", conta André, que teve outros 11 companheiros do BOPE na prova.

OS MELHORES – Na elite, dobradinha queniana no alto do pódio. Paul Koech Kinutai (1:05:03) e Jacklyne Chemwek Rionoripo (1:16:01) venceram e levaram o bom prêmio em dinheiro. A corredora do Quênia ainda bateu o recorde da prova, aumentando sua premiação. Solonei Rocha (1:05:47) e Adriana Aparecida (1:16:21), ambos em segundo lugar, foram os melhores brasileiros na prova. Os dois usaram a Golden Four como parte do treinamento para as Maratonas de Padova e Londres, respectivamente, quando irão tentar o índice para o Mundial. Entre os amadores, vitórias de Manuel Raimundo da Silva (1:13:34) e Rejane Ester Bispo (1:27:29).
A boa premiação e o aumento nos números de inscritos e concluintes consolidam de vez a Golden Four no calendário de corridas de rua do Rio de Janeiro. Em 2013 o número de inscritos aumentou em 9% e o de concluintes, 16%.
Destaque também para a nova premiação das 20 primeiras mulheres amadoras, que se junta à dos Top 100 masculino, que já existia. "Estes atletas encaram a corrida como profissionais e não poderíamos deixar de reconhecer isso. São eles que dão inspiração à marca, que criticam e participam dos eventos. Como nós, são incansáveis em superar seus limites", comentou Andrea Longhi, gerente de marketing da Asics Brasil.
Resultados completos no site www.golden4asics.com.br.

OS PÓDIOS
1 Paul Koech Kinutai 1:05:03
2 Solonei Rocha da Silva 1:05:47
3 Welington Bezerra da Silva 1:06:00
4 Eliezer de Jesus Santos 1:07:10
5 Antônio Borges 1:07:26

1 Jacklyne Rionoripo 1:16:01
2 Adriana Aparecida 1:16:21
3 Adriana Luz 1:20:34
4 Larissa Marcela Quintão 1:22:21
5 Marcela Gomez 1:24:27

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