Ao se preparar para uma competição, o corredor realiza, durante algumas semanas, uma sequência de treinos específicos que lhe garanta o desenvolvimento da condição atlética suficiente para uma boa participação no evento principal.
Nas semanas que antecedem a disputa, portanto, o corredor se verá às voltas com as rodagens, os intervalados, os fartleks, os longos, corridas ritmadas, trotes, musculação, circuitos, enfim, formas de exercícios que fazem parte da preparação esportiva.
Contudo, por mais intensidade que algumas sessões de treinos possam proporcionar ao corredor – como os intervalados, por exemplo – é durante a exposição ao exercício competitivo que todos os fatores psicofísicos que determinam o rendimento podem ser explorados ao máximo de seu potencial.
Quando o corredor participa de uma prova que não aquela para a qual está treinando efetivamente – alguém que treina para a maratona, mas corre, algumas semanas antes, uma de 15 km -, ele não tem pretensões, ou pelo menos não deveria ter, de bater sua marca pessoal nessa distância, embora isso possa ocorrer, espontaneamente.
Nesse caso, por que o corredor aventurou-se em uma disputa que, a princípio, não teria relação com a prova-alvo, ou seja, com a distância para o qual se dedica em seus treinamentos?
É simples. As competições, como já dito, são oportunidades para o corredor aprimorar a sua forma atlética e avaliar os recursos de que dispõe para a meta principal. Não apenas a condição física, mas os níveis técnico e tático, assim como os fatores relacionados ao estado psicológico podem ser observados com mais exatidão durante esse evento prévio.
Em tais disputas, programadas anteriormente à prova-alvo, não há o propósito de buscar o melhor tempo na distância, mas de expor-se ao clima competitivo, adquirir experiência, testar possibilidades, estudar as características dos prováveis adversários.
O chamado "método de competição", portanto, auxilia o corredor em aspectos que o treinamento diário, em si, não dá conta. Embora provoque um esgotamento orgânico maior que os treinos comuns e, por esse motivo, necessita de maior tempo de recuperação, o método deve ser utilizado por todo corredor que tenha em mente o alcance de novas metas pessoais.
Assim, programar disputas em distâncias diferentes da prova-alvo é uma maneira de treinar exigências acima das habituais, aprimorando as aptidões específicas do corredor. O método de competição passa a ser um meio de instrução especial para competir melhor. Alguns exemplos de como utilizar o método estão no quadro.
PROVAS SEQUENCIAIS – O método de competição também pode ser aplicado de maneira mais intensa em uma sequência semanal de participações em provas educativas, anteriores ao evento principal. Como exemplo, um corredor que tenha como meta a distância de 21 km, realizará provas de 10 km em três semanas consecutivas, utilizando a semana anterior aos 21 km para recuperação.
Não se pode esquecer que o foco dessas disputas é acumular conhecimento, verificar possibilidades, testar probabilidades, adquirir experiência competitiva. As disputas consecutivas, ainda que possam ser mais eficientes, requerem uma maior atenção, pois o corredor poderá esgotar seus recursos e, ao chegar no dia D, encontrar-se em um estado abaixo do seu nível competitivo.