A Contra-Relógio foi convidada a participar da Maratona (e Meia) de Jerusalém, dia 1º de março, sendo a única revista brasileira presente, junto com duas equipes da TV Globo. Vários outros jornalistas de diversos países lá estiveram, em um esforço da prefeitura e do governo israelense para promover a corrida, assim como o turismo não só em Jerusalém, como em outras partes do país.
A viagem é um pouco longa, sendo necessária uma passagem por Istambul (Turquia), para a troca de avião, o que acaba totalizando mais de 14 horas apenas de voos, até a chegada em Tel Aviv, capital de Israel, para depois seguir em direção a Jerusalém, por rodovia, em pouco mais de 1 hora.
Apesar de estar numa região desértica, o fato de a prova acontecer no inverno (do hemisfério norte) torna as condições climáticas bem favoráveis. Neste ano, as temperaturas variaram entre 10 e 25 graus, sem chuvas, o que tornou a participação na maratona e na meia muito agradável, assim como permitiu passeios nada desgastantes.
Jerusalém pode ser divida entre a denominada Cidade Velha, com 3 mil anos de história, e o entorno urbano surgido durante o século 19 e notadamente no 20, ao ser criado o Estado de Israel, em 1948. A Cidade Velha é toda murada, em construção do século 16, separada em quatro bairros, cujas comunidades convivem harmoniosamente: judeus, muçulmanos, cristãos e armênios. Como se sabe, os últimos dias de Jesus Cristo aconteceram por suas vielas.
Não existem hotéis dentro da Cidade Velha, mas a maioria está muito próxima, ou mesmo ao lado, na parte "nova" de Jerusalém, inclusive à pequena distância do local de entrega de kits e da área de largada/chegada, tanto da maratona quando da meia.
A feira da maratona é modesta e a retirada dos kits (apenas número com chip + camiseta) ocorre rapidamente, com direito a um prato de macarrão na lanchonete lá instalada. Foi a terceira edição do evento, que cresce anualmente tanto em participantes do país como do exterior, totalizando quase 10 mil pessoas nas várias corridas.
MUITAS LARGADAS – Como em outras maratonas pelo mundo em que são várias as distâncias em disputa, o público menor acaba sendo nos 42 km, tendo terminado este ano 840 corredores, com vitória do etíope Abraham Kabeto, em 2h16. Já na meia-maratona foram 2.732 concluintes, e mais ainda nos 10 km, com 5.868 terminando, sem contar ainda corridas infantis e para os militares.
Inteligentemente, a organização fez a largada da maratona às 7h, depois foi a vez da meia-maratona (às 8h30) e dos 10 km (às 10h), permitindo que a concentração e a saída não fossem congestionadas, tornando toda a logística de chegada mais fluida e permitindo uma convivência dos três grupos no final.
Os percursos apresentam vários aclives e declives, mas como a saída e a chegada são no mesmo lugar, o que se sobe, se desce. De qualquer forma, não são efetivamente provas para recordes pessoais, valendo muito mais pelo aspecto turístico, que sem dúvida é compensador. Como não poderia deixar de ser, uma pequena parte do trajeto das corridas é dentro da Cidade Velha, mas seu piso não oferece problemas, como se poderia imaginar. O abastecimento no percurso é eficiente, na chegada bastante sortido e farto, enquanto a presença de público não é muito grande, se concentrando em alguns poucos pontos.
É uma prova que se justifica pelo lado turístico, especialmente para aqueles mais religiosos. E considerando-se o empenho deste ano de convidar jornalistas corredores de vários países, muito provavelmente em 2014 os estrangeiros deverão marcar forte presença, na quarta edição do evento.
Muito o que visitar
Além da Cidade Velha e suas inúmeras atrações, que exigem pelo menos 2 dias de passeios, há muitos outros pontos turísticos em Jerusalém, tanto os ligados à longa história da cidade, como locais novos.
E estando em Israel, uma visita ao Mar Morto é obrigatória, um enorme lago de água extremamente salgada, a mais de 400 metros abaixo do nível do mar, na divisa com a Jordânia, com vários hotéis SPA, que utilizam os minerais do Mar Morto. No caminho de Jerusalém até lá, uma parada nas impressionantes ruínas da Fortaleza de Massada, alcançada por longo e alto teleférico.
Depois conhecer a moderna Tel Aviv e suas praias no Mediterrâneo, e a parte ao norte de Israel, a Galileia, com muitas atrações históricas e naturais.