Sem categoria André Savazoni 15 de maio de 2012 (42) (3863)

Crescimento do Mimimi Runners e a democratização da corrida

O grande barato da corrida é a democratização. Na hora da largada, todos são iguais. Disputando o mesmo espaço, o mesmo prêmio. Está certo que os quenianos vão chegar bem antes, mas ninguém pode dizer que não os enfrentou. Agora, com o boom da corrida e o crescimento do Mimimi Runners, ganhamos em número de participantes, em exposição, em total de provas, em melhores estruturas… Porém, com uma “exigência cada vez mais exigente”, cobrando mimos demais, há um outro lado que merece discussão: o aumento do custo, que bate de frente com essa democratização.

Para muitos do Mimimi Runners, a corrida tornou-se somente um elemento a mais. O evento social é o grande barato. Cobram kits recheados, massagens pré e pós-prova (se possível, durante também), brindes extras, café da manhã… e por aí vai. Nenhum problema nisso. O público exige e o mercado tem de oferecer. É assim e sempre será. Porém, tudo tem um custo. Repassado para o valor da inscrição. Não duvide. Quem organiza as provas, quer ter lucro. Dependendo do negócio, empatar os gastos. Prejuízo? Nem pensar.

Há quase quatro anos, quando comecei a correr, pagava em média de R$ 30 a R$ 35 na maioria das provas em São Paulo e fora dela. Hoje, nem pensar! Muitas já chegaram (ou até passaram) dos R$ 100. Aí temos um problema grave.

Recebo inúmeros e-mails de leitores da Contra-Relógio que têm corrido cada vez menos provas. Não porque estão machucados ou desanimados, mas porque pesa no orçamento. Muito. Tenho a vantagem, por trabalhar no meio, de receber as inscrições de cortesia, caso contrário, correria uns 60% a menos de provas!

A meu ver, a equação está desbalanceada. Há espaço total para o Mimimi Runners. Tomara que continue por muto tempo. Ajuda a impulsionar o mercado. Porém, é necessário equilíbrio. Saídas, existem. De monte. Como provas que valorizam somente a corrida, até sem kit, com “apenas” número de peito e chip, por exemplo. Ou preços diferenciados, com kit recheado ou sem. O que não podemos é continuar desse jeito, porque, daqui a pouco, a maioria das provas custará de R$ 120 a R$ 150 (até mais) e, ao invés da democratização, teremos a elitização da corrida.

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42 Comments on “Crescimento do Mimimi Runners e a democratização da corrida

  1. Adorei o post André!!!
    Tem pessoas que criticam certas organizadoras, mas continuam correndo nelas. Ué, se criticam, pq ainda querem correr nelas?
    Masoquismo? Ou o que?
    Eu já desisti de correr em provas de algumas organizadoras, em saber que desrespeitam os atletas e não fazem o “básico”.
    É simples. Não gostou da prova, foi maltratado?
    Responda da seguinte forma.
    Não vá. Simples assim.

  2. Caro Andre,
    Eu acho que já existe a elitização das corridas, basta verificarmos a quantidade de provas de menor porte bem tradicionais e canceladas, principalmente em SP.E não só nas provas vemos a elitização: hoje é praticamente impossível comprar um tênis de corrida com valor razoável nas lojas. Você só consegue adquirir tênis caríssimos, com atualizações praticamente mensais…
    Enfim, a lei da oferta e da procura geralmente é muito boa, mas pode ser perversa também..
    Parabéns pelo texto!

  3. André, certíssimo em questionar isso. O preço das inscrições está batendo na lua. Esse ano já filtrei muito minhas participações em corridas. Se já fica caro correr em eventos na própria cidade, imagina para quem, como no meu caso, ainda tem custo com deslocamento.

  4. André,

    Post muito oportuno.
    Já faz mais de um ano que eu filtro muito bem as provas que vou fazer.
    Eu procuro fazer provas diferentes, de preferência que eu ainda não tenha corrido, e as que eu gosto muito, continuo a fazer.
    Estes preços praticados atualmente, são desleais com a imensa maioria de corredores, sem contar os produtos esportivos, que estão extrapolando o bom senso, como tudo no nosso país.
    Mas lembremos, a elitização da corrida será inevitável, já aconteceu nos Estados Unidos. Pergunte a qualquer cidadão estado-unidense sobre o valor das corridas, e a maioria deles vai xiar. Aqui também vai acontecer.
    Abraços

  5. Mais um post que vai gerar polêmica…

    Mas concordo. E olha que só corro faz um ano!

    Desisti da próxima corrida da Adidas aqui em Curitiba por conta do custo. Mais de 70 reais!

    Outra coisa é a camiseta. É sempre obrigatória no kit das principais corridas. Acho que isto se configura venda casada. Deveria ser proibido. Deveria ter um valor para inscrição com camiseta e outro sem camiseta.

    E nem sempre a camiseta é de boa qualidade (aqui em Curitiba, as do Circuito Adidas são as únicas que realmente valem o custo). Mas já estou cheio de camisetas! Não tenho mais onde colocar tanta camiseta!

  6. Olás,
    Lucro é básico…com bom senso. E Carlos twittei exatamente isso hoje (@blogdoharry) dos caras que reclamam nas estão lá.
    Fiquei com inveja do termo cunhado Mimimi Runners.
    Saudações,
    Harry

  7. Concordo,com o post antes fazia 4 provas por mês,mas hoje já não e possivel pesa em meu orçamento tem provas que você paga $100 pra ficar escutando mimimi e acho que já passei desta fase e prefiro treinar e escolher bem uma prova.Uma por mês e olhe lá rs

  8. Muito bem pontuado, André! Aqui em Brasília temos algumas opções de circuito nas cidades satélites e nos parques. Ambos são caracterizados pelo foco na corrida, sem muita firula. Em poucas horas as inscrições se encerram, acho que também há demanda para a galera sem mimimi. Me dá um nº de peito e o chip que posso correr até sem camisa. Em um formato desse tipo acho que 25 reais seria suficiente para organizar toda uma prova e ainda lucrar.

  9. Parabéns André, é a primeira vez que eu vejo a mídia comentar esse assunto, tão comentado nos fórums.
    Eu acabo doando as camisetas após um tempo. Ano passado corri só 2 provas, esse ano apenas uma. O cara acaba ficando mais seletivo.
    Boa a iniciativa do Circuito Athenas que tinha kit diferenciado (+ caro) para quem quisesse.

  10. Nesse assunto sou a rainha do mimimi mesmo! Tenis tá caro, inscriçao tá cara sim! Aqui em BH uma inscriçao pode variar de 80,00 a 100,00 isso para mesmo percurso, mesma estrutura… nao entendo o porquê da variaçao…

  11. Corro há 3 anos e tenho percebido um aumento no valor das inscrições, às vezes com kits e mimos mais enxutos. Ou seja: a organização ganha nas duas pontas. Sem contar o mar de patrocinadores nas camisetas. Com isso, mais o crescimento do número de provas em SP, tenho optado por correr menos provas por ano, mas que valham a pena. Em vez de correr todo mês na USP, Jóquei ou Pacaembu, correr em lugares diferentes, que me tragam experiências diferentes. Porque aí sim pode justificar o dinheiro investido.

  12. Muito bem, André! Penso a mesma coisa. Nem tenho entusiasmo em participar tanto dessas provas que temos todos os fins de semana aqui na minha cidade. É preciso rever isso.

    Um abraço.

  13. Sou treinador e também corredor amador. Corri a maioria das provas de grifes existentes. Há 5 anos resolvi organizar uma corrida em minha cidade. Percebi que ao passar dos anos as empresas fornecedoras aumentaram muito os valores referentes a todos os itens que são necessários para a boa organização de uma prova. Sem comentar de custos referentes a impostos, taxas de federação e etc.
    Mesmo assim aqui em Bragança limitamos a 700 inscrições e oferecemos a mesma estrutura de grandes provas ao preço inicial de R$ 60,00. Ainda dá para fazer barato, depende é claro do lucro que cada empresa quer ter.

  14. André.

    Parabéns pelo post! Muita gente se pergunta sobre os valores das provas. Quem não gosta de receber um bom kit, mas realmente os preços estão ficando abusivos. Tem kit que vem medalha e camiseta que é mais fácil comprar em uma loja.

  15. Perfeito! Este post devia ser melhor trabalhado numa matéria da revista. Vale muito ampliar esta discussão. Parabéns. E viva a prova minimalista: basta o número de peito e chip.

  16. boa tarde é um tema muito importante para nossa realidade social. moro em Natal e vi uma cena muito triste, um corredor desempregado pedindo um número e chip para correr, pois não desejava correr sem tais. vi no olhar dele uma tristeza profunda e uma baixa estima enorme. correr é a alegria, inclusão social, a rua é de todos. parabéns pela reflexão.muita paz

  17. André, também acho os valores altos, mas são assim principalmente pelas axigências dos corredores. Todos querem pagar pouco para depois reclamar do kit, já ouvi muito: a inscrição foi só R$ 30,00 mas em compensação a camiseta muito fina e só tinha banana no kit pós-prova. Caramba, pagar R$ 30,00 e reclamar é o final dos tempos. Exageros à parte, é inevitável termos preços maiores, o boom das corridas foi proporcional a estes aumentos. Para mim, tendo as ruas fechadas, água e medalha para eu recordar da prova já está de bom tamanho!

  18. Excelente o post e principalmente o termo Mimimi Runners. Creio que os custos são altos, mas o pessoal está extrapolando nos preços das inscrições.

  19. Um levantamento recente do Nelson Evencio, da ATC, mostra que após anos de progressão, o mercado de corridas estagnou. Não houve crescimento de 2010 para 2011. Talvez estejamos falando justamente de uma das causas disso.

  20. O Fausto falou pouco, mas disse tudo. Mimimi Runners…

  21. O que ocorre é a lei da oferta e da procura, assim como nos carros nacionais; enquanto houver grande público pagando caríssimo em provas, haverá provas cobrando caríssimo !!!
    Achei interessante o comentário do Adolfo em propor a não obrigatoriedade no kit da camiseta (que nem sempre vem de qualidade e tamanho certo)
    Basta para correr, identificação dos corredores e pista livre …
    Esse ano ainda devo ir numa edição de uma prova cara (tentativa de recorde e cia de meu equipe), mas para o ano que vem já decidi ir em apenas provas que cobram o justo. Abraços, o que não adianta é chiar e ir em todas …
    Abraços
    corridaderuams.blogspot.com

  22. Concordo plenamente!
    Sou do interior paulista e certa vez me inscrevi numa corrida em SP. Além do custo da inscriçao de R$100,00 (sem opcao de kit mais barato, esse era o “pop”, depois vinha o “luxo”), somaram-se também o transporte até SP, o hotel (pois tive que ir um dia antes para retirar o kit QUE NÃO SERIA ENTREGUE no dia da PROVA) e o pior: uma taxa de estacionamento absuuuurda pois a entrega do kit foi feita nada mais, nada menos que numa famosíssima e caríssima loja de grife de SP. Para coroar a situação,ao receber o kit fui informada que já nao havia o tamanho de camiseta que escolhi (na inscrição, diga-se de passagem!). Total desrespeito com o esportista e comercialização do esporte. Uma pena!

  23. André, muito interessante seu post e mais interessante ainda alguns comentários aqui e no twitter.
    Que a corrida de rua foi elitizada isso não é novidade nenhuma. Que é possivel fazer ótimas provas de graça ou por 20 ou 30 Dilma$ tbm não é novidade, veja as provas do SESC(as melhores de SP).
    Agora o maior problema é a desunião e as PICUINHAS que alguns corredores ou ex-corredores querem fazer entre corredores para defender organizador e não para melhorar o nosso esporte.
    Falar mal de quem foi, viu e não gostou é mais fácil que ajudar a dar o recado para o organizador rever os erros e tentar acertar nas próximas vezes.
    Se houvesse UNIÃO todos sairiam ganhando, os corredores de todas as classes e bolsos, os organizadores com os sem FRUFRUS e os comentaristas que teriam mais coisas legais para mostrar.

    Abraço
    Logo + Logo – me aposentarei das corridas e dessa desunião.

    Colucci
    @antoniocolucci

  24. Gostei deste post, por mostrar algo que já percebo a algum tempo. Há uma grande quantidade de eventos “satélites” à prova em si, que nem todo mundo faz questão (o meu caso), e que acaba pagando pelo pacote cheio, geralmente um preço salgado. Isso me fez reduzir a quantidade de provas/ano para menos da metade.

    PS: Mimimi Runners foi na mosca!

  25. Olá André!

    Quero deixar bem claro que não tenho nada contra as corridas VIPs terem preços altos, afinal são para os “VIPs”, ou seja para quem pode pagar, quem sabe um dia eu vire um, risos!!! esses tipos de corrida tem um número limitado de corredores e são “geralmente” organizadas em Autódromos, Jockey Clubs e até em Grandes Condomínios Fechados.

    Agora minha opinião quanto ao preço alto das corridas de rua consideradas como “normais” (nesse caso as não VIPs), o maior desafio que os organizadores de corrida de rua das maiores cidades brasileiras estão enfrentando na atualidade e que vão enfrentar por muitos e muitos anos é a acelerada verticalização e o consequente aumento da frotas de veículos, esses milhares de novos motoristas que somados aos milhões que já circulam “obviamente” vão querer disputar espaço no uso nas tradicionais avenidas que ainda são usadas para corridas, até mesmo no domingo e nos feriados, fazendo com que a CET aumente o valor da locação de determinada avenida e a cada ano “forçando” os organizadores terem que antecipar as largadas de corrida cada vez mais cedo, para liberar o trânsito, já não bastava a disputa de carros x ciclistas, agora estamos sofrendo a disputa carros x corredores, quem você acha que esta ganhando essa guerra? “Do jeito que as coisas andam”, se depender da pressão do CET dentro de 5 a 10 anos as corridas vão ter largadas as 4 ou 5 da madrugada para as 7 horas estarem liberadas para trânsito, e mesmo assim vai ter corredor pensando que estão preocupados em ele não tomar sol e assim evitar sua fadiga, risos!!! É rir para não chorar, mas o que acabei de dizer é sério.

    Abraços!!!

  26. Concordo plenamente. E como aqui em casa somos 2 fica duplamente pesado. Este ano só corri 2 provas, porém sempre treinando. Como aqui em Aracaju não tem muita corrida de qualidade e como sou psicopata em organização, prefiro não ir e ficar treinando. Quanto tiver mais ingressos de corrida grátis, faça um sorteio com seus leitores.

  27. Podiam ter provas para os não competitivos (maioria) sem número e chip. Só com segurança, trânsito parado e hidratação. Como Leo Mesquita falou, sugiro aprofundar este tema em uma grande matéria. Semana passada comprei uma camisa linda em liquidação da Mizuno por R$35,00 sem nenhuma PROPAGANDA. Por que então pagar mais que o dobro por um kit cheio de propaganda????

  28. Está cada vez mais e mais caro. Prefiro uma prova com número e chip. Aqui em Floripa, chip é raro. Então só o número já me serve. Camisa, talvez, desde que o preço da inscrição não seja absurdo.

    Ultimamente, as provas daqui só com o número estão 30 reais. Caro, mas ainda acessível. Certas provas, como a Track & Field, cobraram 89 reais. MUITO caro, mas compensa.

    Se houvesse opção de, nessas provas maiores, escolher entre o kit completo e só o número e o chip, ficaria sempre com a segunda opção. Eu gosto de correr, eu quero correr. O resto é complemento, supérfluo muitas das vezes.

    Poderia só correr na rua e treinar pra provas específicas, mas gosto de correr nas corridas porque lá encontro os amigos. Todos. E isso acaba sendo o mais legal. Vez ou outra vem um recorde, mas o que vale mesmo é correr.

  29. As organizadoras de provas formam um cartel, é por isso que as inscrições estão cada vez mais caras.
    Faz muito tempo que não participo de provas da Corpore (entidade sem fins lucrativos, assim está no site) por achar que estão cobrando caro.
    O negócio é prestigiar corridas menores,geralmente organizada por prefeituras e ser bem seletivo com as mais famosas.

  30. Aqui em SP existe a concorrência pra ver quem cobra mais caro a inscrição, é triste, mas é a realidade.

  31. Caro, André.
    Concordo 101% com você. Hoje corro muita prova porque trabalho numa empresa que hidrata boa parte das provas, caso contrário não correria muitas provas. Talvez escolhesse duas por semestre. Os circuitos das vida? Esquece, não faria. O ponto, na minha opinião, é buscar o público que pode pagar mais na boa maioria das vezes, para não falar todas. Pagar R$ 75,00 para correr 10 km? Eu só quero correr com segurança.
    Grande abraço.

  32. Boa André! Tinha que ter preços diferenciados para “só número de peito e camisa” ou para “kits recheados”. É a melhor solução! Agoram dois pontos fora da curva, principalmente aqui pras banda de Beagá. No próximo domingo farei uma corrida de 10k numa cidade do interior aqui perto. Inscrição? GRÁTIS! Com direito a camisa, número de peito, chip e 3 postos de água no percurso! 😀 E no próximo dia 8 de julho haverá na Pampulha a Corrida da Cooperação. Inscrição? 2 kg de alimento não perecíveis! Os kits contêm uma bolsa, camisa poliamida, squeeze, chip de cronometragem e número de peito. Limite de 3000 atletas! Abração!

  33. Adorei o post. Corro há 05 anos e aqui na Bahia venho percebendo um aumento expressivo nestes eventos. Quando comecei em 2007, tínhamos um calendário com pouquissímos eventos, geralmente organizados pela FBA (Federação Bahiana de Atletismo) e AVAB (Associação Veteranos Atletismo da Bahia).

    O circuito Adidas começou aqui na Bahia em 2009 e o custo da inscrição em 02 anos dobrou. A estrutura é a mesma. Todo mundo reclama do preço e continua correndo. A Fila Night Run que será realizada no final do mês já tem 6.000 inscritos.

    O barato não é correr, mas sim a badalação pré e pós prova. Eu não gosto muito disso e tenho escolhido a dedo as provas que tenho participado. Tenho optado por provas novas e com percursos mais técnicos.

    Achei interessante a ideia da inscrição com e sem a camisa. Também não tenho mais onde colocar tanta camisa. Adorei.

  34. Deixei de correr provas de 5k e 10k justamente em função do custo.

    Pra quem já corre mais de 21k num longão, pagar quase R$ 100 por uma prova que não representa nem metade do meu treino de fim-de-semana não faz o menor sentido, quando esta ainda me exige toda uma preparação prévia, um comprometimento, etc. que o meu treino não demanda.

    Mesmo as meias, só corro as “especiais”, as que considero levarem o corredor mais a sério. E comecei a me aventurar (com trocadilho) nas corridas de trilha com muito gosto, além de também me iniciar nas maratonas.

    Acho que toda corrida, PRINCIPALMENTE na modalidade 10k/5k, devia oferecer uma versão “básica” (somente o chip e o lanche na chegada), uma versão “intermediária” (básica + medalha) e uma versão “completa” (intermediária + kit com camisa, toalha, garrafa de água, etc.).

    Quem sabe também uma versão “plus” com lanche pré-corrida e local próprio para lanche (com variedade) pós-prova e uma versão “premium” com tudo isso e mais largada diferenciada.

    Agradaria a todos, e manteria a corrida democrática. E penso que ainda reduziria bastante a pipoca, ajudando a organização a antever melhor as reais demandas por hidratação na prova.

    Adoraria poder participar de várias 5k e 10k para ter tempo oficial e socializar com amigos corredores mais iniciantes, e não quero correr na pipoca. Porque não pensar no corredor que quer correr “legalmente” mas só quer participar (com tempo oficial) e mais nada?

  35. Show de post André! Mimimi Runners foi muito boa… ri muito aqui!
    A corrida já é algo elitizado. Eu moro no fim do mundo (interior do interior de Goias) onde nao existem provas. Pra correr pego 6 a 9h de estrada até chegar no aeroporto. Depois vôo pra cidade onde haverá a prova. Normalmente tem um jantar de massas com os amigos e quando não é BH ou PoA, ainda tenho gasto com hotel. Mesmo com toda essa função, faço no mínimo 1 prova por mês (teve meses que fiz 3). Enfim, nesse momento se a corrida for 80 ou 150 reais acaba não fazendo diferença. Mas sei que não sou a maioria. E vivemos num mundo capitalista. Quem pode paga e quer bons serviços. Corrida cara é igual mulher de programa, só existe porque tem quem pague. Ou seja, assim como as moças, as corridas caras sempre existirão. Abs e parabéns pelo texto. (tá virando rei de post polêmico, fio!)

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    Que nada Mico, não são posts polêmicos, na verdades, todos esses últimos que escrevi surgiram de bate-papos em treinos e, principalmente, em corridas. O bom de a Contra-Relógio ter corredores-jornalistas é esse. Como estamos sempre no meio, podemos ouvir as pessoas, estar perto de vocês. Isso acaba sendo fundamental tanto na elaboração das pautas como no nosso cotidiano de corredores.

    Tá bom, dá uma certa polêmica, é claro, mas gosto desse debate, de ouvir opiniões, de muitas vezes parar para refletir e repensar ou enxergar um ponto de vista que não estava vendo.

    Claro, a opção é a do mercado. E isso, não vamos mudar, porém, acredito que não podemos perder a visão de que a pessoa que ganha um salário mínimo ou tem uma renda familiar de R$ 1.500,00, por exemplo, também quer participar (e deve) de corridas, porque o ambiente é especial demais.

    Abraço
    André

  36. O kit serve para atrair consumidores e aumentar a rentabilidade de quem organiza, numa tática de venda casada mesmo. Mesmo sem os kits, não sei se o custo cairia tanto assim. A única forma de pressionar por preços mais em conta e mais opções é pelo boicote. Quando sobrarem kits e vagas nas corridas caras, eles terão que buscar alternativas e ouvir os clientes.
    Só gostaria de lembrar que não são só as corridas que são caras no nosso país, a maioria das opções de lazer custa muito dinheiro, por exemplo ingresso pro futebol começa em 70/80 reais, no que deveria ser um esporte popular.
    Abraços.

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    Bem lembrado, Everton. E nem citamos os cinemas….

  37. Eu concordo com tudo o que disse, eu mesmo quase não participo de provas. Acho um absurdo pagar até R$ 100,00 de inscrição numa prova. Com 6 provas neste valor se compra um novo tênis de corrida.

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    E, além disso, Ricardo, um tênis por R$ 600,00, um salário mínimo, também é bem caro, mas é outra discussão.

    Abraço
    André

  38. André, pontualíssimo seu texto! A coisa vem como bola de neve e vai passando em cima de tudo! Quando vemos, já era! A corrida, em sua origem, é sim uma atividade democrática… Punha-se um tênis no pé (sem marca), ou não e saía-se por aí, na rua, no parque. Que sempre haverá meios de se ganhar em cima daquilo que nasce sozinho, sim, sempre vai ter. Mas a voz é o meio, também, de mostrarmos que estamos vendo e não concordamos! Afinal, regra geral, os melhores corredores, os melhores tempos nascem em berços de … hã… ouro? Não… E o modismo vai enchendo em número de participantes, o que não deixa de ter um lado positivo. Mas quantos talentos deixam de participar por falta de grana pra pagar??? Hã?

    É, André, você pôs a semente.. Espero haver muita discussão ainda. Quadrados, não somos. Me incluo no sistema, pois quem não cria formas que se contrapõem ao que discorda, está de certa forma, contribuindo pra que ela continue… Então, precisamos reagir… Rende muita, muita discussão! A CR, com certeza, logo estará, novamente, pondo isto em debate!

    Ahhhh! Inscrições enxutas que cubram número e chip (necessário) sairiam por quanto???? Impossível? Bem, por que não dar a opção de se ter , ou nào os mimimis, os frufrus ao corredor no ato da inscrição?

    Gd abç

  39. Não sei se entendi a reclamação, André. Parece que o problema é que as corridas para os mimimi estão tomando todo o espaço daquelas mais simples. Se é isso, não acho que exista solução que não seja a de filtrar melhor o que se corre. O que, aliás, deveria ser o que todo mundo deveria fazer de qualquer forma. Nada pior do que correr uma prova de 10k todo final de semana.

    Eu acho que é preciso ser justo. Tudo bem, os preços subiram, os tais kits beiram o ridículo (alguns caem de boca no ridículo) e tal e coisa e mariposa. Mas a estrutura ao redor das provas é muito, mas MUITO melhor de que já foi. Não é razoável ouvir nego reclamar de segurança em corrida em um autódromo quando a gente tem as condições que tem nas ruas e calçadas em que se treina todo dia. Isso sim é mimimi.

    —————————–

    Luis, claro que há reclamações demais. Outro dia, numa prova de 8 km, li no Facebook uma reclamação sobre poucos postos de hidratação numa prova de 8 km. Tinham 4 postos!!! Que a estrutura melhorou, com certeza.

    O que quis alertar (e levantar a discussão com o post) é que os valores estão indo, indo, sem termos onde parar. Há mercado para isso? Sim. A estrutura melhorou? Sim. É lei de mercado? Sim. Porém, o que acredito que vale analisarmos é como fazer para baratear as inscrições. Criar opções só com número de peito e chip? Seria uma boa, não acha? Quem quer kit recheado, paga por ele. Quem quer correr, teria essa opção.

    Abraço
    André

  40. Necessária a discussão e também o análise crítica do que é um evento de corrida de rua nos dias de hoje.

    Não querendo falar de hipocrisia alheia, mas duvido que todos os que criticam os “pipoqueiros” também pagaram pelo Sistema Operacional de seus computadores, todos os mp3s, filmes, etc.

    Questão da água. Outra hipocrisia criticar quem pega água, até por que o desperdício é gritante, a maioria das pessoas tomam um gole e jogam o resto fora. Então vão negar a água? E de quem é a água mesmo?

    O mais importante: o espaço é público. A polícia e companhia de transito são públicas. Sem falar que geralmente há apoio de grandes bancos públicos e lei do incentivo do esporte em eventos grandes.

    Como tudo no Brasil, a corrida de rua se elitizou. Camisetas e medalhas são usadas como símbolos (ver Pierre Bourdieu da sociologia) para diferenciação e status. Há a tal da badalação e socialização pré e pós evento. Isso a mim não interessa.

    Eu sou corredor. Anonimo. Não me preocupo com símbolos, marca de roupa ou tênis. Apenas corro, e se a rua está reservada para isso e se eu estiver a fim naquele dia, então eu vou.

  41. André, eu desisti de correr em provas oficiais. Acho muito legal a confraternização que rola nas corridas, mas esses preços me desanimaram. Nesse ano pretendo fazer duas ou três provas e o resto é triathlon. Excelente post. Abraço.

  42. Os caras cobram de R$80,00 a R$280,00 e ainda as camisetas estão carregadas de patrocinadores…
    Temos uma Olimpíada em 2016 no Brasil e nenhum incentivo financeiro, se você se esforça treinando todos os dias, quando você, com muito esforço pessoal, vence uma corrida!
    Se a surfista Jaqueline Silva, que pratica um esporte que dá milhares de dólares em premiação, está passando por dificuldades com relação a patrocínios, faça ideia os ciclistas e corredores de ruas, que só existem algumas raras provas com quantias significativas em premiação em dinheiro…
    Acho que estamos enriquecendo muita gente que vende a ideia de saúde! Mas, o cara vence e só leva a “glória”! Ninguém vive só de glória…
    Pra onde vai todo esse dinheiro!?!?! Eles pagam impostos sobre isso, ou utilizam a lei de incentivo ao esporte para deduzirem do Imposto de Renda???
    Tem muita coisa em aberto ai, pode apostar!

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