Sem categoria admin 4 de outubro de 2010 (0) (78)

As novidades das marcas de tênis para corrida em 2007

As empresas de tênis fazem grandes investimentos e focalizam não apenas os resultados imediatos, mas olham também para o futuro, com a confiança de que terão retorno certo. Os números confirmam que o setor de tênis para corrida está em ebulição. No ano passado, o segmento movimentou R$ 7 bilhões, contra R$ 4 bilhões em 2005.

Em 2007, sem Copa do Mundo de futebol, o mercado está totalmente voltado para a corrida, e especialmente movimentado, com a entrada de duas empresas estrangeiras ao Brasil e investimentos gigantescos das que já atuam no país. A temporada está só no começo e a disputa promete ser acirrada. Quem ganha com isso são os corredores, que passam a ter mais opções de modelos e preços, além da certeza que os fabricantes não estão medindo esforços para oferecer produtos melhores, com alta tecnologia, para atender às necessidades específicas do corredor.

A Contra Relógio antecipa novidades e revela o que as empresas estão planejando para agradar você, leitor corredor.

Brooks veio para ficar

Elas já passaram pelo mercado brasileiro, de forma tímida. Agora, garantem que vieram para ficar. As americanas Brooks e Avia entram na briga pela conquista do consumidor com a mesma promessa de oferecer produtos de tecnologia, que proporcionem conforto e segurança.

As duas marcas foram reconhecidas pela revista Runner's World com o prêmio "Melhor Inovação" de 2006, pelos avanços na tecnologia e fabricação de seus calçados.

A Brooks, criada em 1914 na Filadélfia, só passou a se concentrar no ramo de corridas na década de 90. As negociações com a representante no Brasil começaram em 2005 e foram concluídas no mês passado, quando a marca desembarcou no país.

A estratégia será chegar perto do consumidor, por meio de testes de pisada e de tênis, que serão realizados por meio das assessorias esportivas, em locais de treinos, e durante as palestras educacionais que a marca organizará pelo país, com corredores e também com especialistas da área de medicina esportiva. Os tênis serão comercializados em lojas especializadas, ou em redes de calçados que contem com vendedores preparados para orientar os consumidores.

Mas a grande propaganda do produto será feita pelos seus representantes no mercado nacional, Ely Behar e Luca Radial, eles também corredores experientes. "Nós testamos os produtos antes e só resolvemos trazê-los para cá porque acreditamos neles", garante Radial.

Teste na Comrades – Foi Behar, no entanto, quem fez o principal teste com um dos modelos da Brooks, o Beast. Ele recebeu um protótipo do tênis uma semana antes de participar da Comrades 2006. "Meus únicos contatos com o tênis antes da prova foram dois treinos de 16 km", lembra. "Mas o melhor foi que eu terminei a prova sem bolhas e sem nenhuma unha prejudicada, mesmo tendo corrido com um tênis novo, o que não é recomendado", completa.

O Beast é um dos três modelos premium da marca, ao lado do Trance e do Glycerin, todos com preço de R$ 499. O destaque da linha é o MoGo, solado que é fruto de três anos de pesquisa para conseguir até 40% de absorção de impacto e 22% de propulsão. A companhia quer ser reconhecida por oferecer plataformas que se adaptam a vários tipos de corrida, terreno e pisadas (pronador, pronador severo e neutro). Serão oito modelos no total, um deles para trilhas, "para quando o corredor estiver cansado de correr no asfalto e quiser variar", como define Radial.

Em janeiro deste ano, a Brooks patrocinou sua primeira prova no Brasil, a ultramaratona BR 135, que começou no dia 15 em Águas da Prata e terminou dois dias depois, em Paraisópolis, percorrendo o "Caminho da Fé", em São Paulo. A idéia é fazer um circuito de três eventos, incluindo dois nos Estados Unidos que já têm a participação da empresa, a Arrowhead e a Badwater. Todas de alta dificuldade, que exigem uma boa preparação dos competidores, como o desafio da Brooks no mercado nacional de tênis.

E seus representantes garantem estar prontos para a prova, que enfrentarão sem pressa. A idéia é fazer um percurso de resistência e não de velocidade. "A gente não veio para cá para dar um tiro de 100 metros e parar, mas sim, para fazer uma grande maratona", ilustra Behar. "Vamos trabalhar de maneira sustentável e planejada. Não temos pressa porque viemos para ficar", conclui Radial.

A marca também está apoiando a iniciativa da Contra-Relógio, de levar um bom grupo de corredores para enfrentar os 89 km da Comrades, em junho na África do Sul,. Todos os inscritos na mais famosa ultramaratona do mundo que viajarem com a revista, em pacote montado pela Método Turismo, estarão ganhando um par de tênis Brooks.

Avia, dez anos depois

Com o mesmo objetivo da Brooks, a Avia chega às lojas brasileiras no final de março. A empresa já havia passado por aqui há cerca de dez anos, sem conseguir se firmar. Desta vez, no entanto, a história será diferente, como afirma o gerente de marketing Pablo Oliver. "É um conceito novo, agora totalmente concentrado em running, o que nos permitirá atender a um público mais exigente", explica.

O corredor regular, que treina vários dias por semana é o foco da marca. Para chegar ao seu público, a Avia também apostará nos instrutores, academias e assessorias esportivas, além de lojas especializadas, que terão à disposição toda a linha que é comercializada no exterior.

O carro-chefe é o ECS Atlas, modelo com Cantilever duplo, principal tecnologia da marca, que permite centralizar o calcanhar sobre uma sola côncava que age como um trampolim para amortecer impactos e estabilizar o calcanhar. O tênis custa R$ 499.

Os brasileiros que correm a Maratona de Buenos Aires já devem ter visto a marca Avia por lá, pois a empresa é uma das patrocinadoras do evento argentino. A idéia é apoiar também provas no Brasil, para aumentar a divulgação da empresa e, assim, garantir espaço na preferência dos consumidores. "O mercado de corridas está em crescimento no Brasil, mas depois, o público vai fazer uma seleção de marcas e só as mais fortes vão ficar", acredita Oliver.

Adidas lança supercampanha 

2007 será o ano da corrida para a Adidas. Depois do foco no futebol no ano passado, a empresa voltou-se totalmente para as ruas e lançou uma linha de produtos e uma série de ações promocionais. O investimento aumentou em 30% e a expectativa é que o faturamento cresça entre 40 e 50% em relação ao ano passado. "Várias tecnologias que estavam em estudo ficaram prontas, por isso resolvemos fazer este grande lançamento", esclarece a gerente de running e outdoor Andréia Gomes.

Uma das novidades é o sistema ForMotion, que se adapta a todos os tipos de pisada, por meio de peças que deslizam na região do calcanhar, proporcionando liberdade de rotação e adaptação ao solo. Os novos calçados também têm cabedal sem costura. "O material é fundido e, assim, não existe possibilidade de formação de bolhas", garante Andréia. O modelo top é o adiStar Control, para corredores que precisam de mais estabilidade ou que pronam em excesso. O preço é de R$ 449,90.

Uma linha feminina também foi desenvolvida. "Normalmente a diferença entre os tênis para homens e mulheres é a cor e o tamanho. Mas os pés das mulheres são diferentes: mais altos, estreitos e com calcanhares mais finos. Então criamos calçados anatomicamente pensados para a mulher."

Na área de eventos, além do patrocínio de 11 corridas, entre elas a Meia-Maratona Internacional do Rio, a Corporate Run e o Circuito das Estações, a empresa também promoverá o Campeonato de Esteiras, uma corrida de revezamento disputada por seis academias de São Paulo. Em todas as provas apoiadas pela companhia, será possível encontrar o Running Tour, um caminhão que trará um show room completo da marca, além dos instrumentos necessários para a realização do teste FootScan, para o corredor identificar seu tipo de pisada. Quem visitar o veículo também terá acesso à podcasts com músicas para fazer a trilha sonora que orientará os próximos treinos. Uma promoção sorteará cinco viagens para a Maratona de Berlim entre os compradores de um par de tênis da linha Running Perfomance.

"Investimos em corrida porque é um mercado que tem crescido muito; o número de corredores mais do que quintuplicou entre 2002 e 2006 e esse é um segmento que ainda não chegou ao limite, ainda vai crescer, por causa da tendência das pessoas de buscarem meios de desestressar e de superar seus limites, o que a corrida proporciona", analisa Andréia.

Neste universo de brasileiros em busca de qualidade de vida estão os consumidores da companhia alemã, representantes das classes A e B, entre 18 e 35 anos, iniciantes e iniciados na prática da corrida. "Queremos que este público lembre da Adidas como uma marca inovadora",  conclui.

Olympikus com foco no Pan

Os Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro, que serão realizados no final de julho, tomam todas as atenções da Olympikus neste ano, já que a marca é patrocinadora oficial do evento. Para a empresa, que investirá R$ 100 milhões no Pan, será a oportunidade de mostrar aos brasileiros o estágio em que os produtos estão no mercado.

"Queremos ser reconhecidos pelos públicos A e B como uma marca brasileira com tecnologia de ponta, já que essa é a nossa preocupação número um", avisa Paulo Santana, diretor de marketing da Azaléia.

Ele lembra que, no final dos anos 80, a marca chegou a sair do mercado, porque a abertura para as empresas estrangeiras deixou a Olympikus sem condições de concorrer. A volta ocorreu em 1994, com investimentos em parque industrial, tecnologia e comunicação. "O público jovem já conhece a nova Olympikus", afirma, completando que os antigos consumidores agora podem encontrar produtos iguais ou superiores aos da concorrência.

Em fevereiro, a empresa lançou o Hexa, um tênis de R$ 299 para caminhadas e atividades de academia, que tem como destaque o sistema de amortecimento Tube, com aros que promovem um deslocamento de ar a cada pisada. Para maio, está previsto o lançamento do Atomic, um modelo voltado para treinos de corrida, com amortecimento duplo e foco na estabilidade. "O maior mercado de tênis no Brasil é o de corrida, por isso, queremos ter o modelo top e também o alternativo, com preço mais acessível, para atender a consumidores diferentes."

Segundo Santana, o desenvolvimento da Olympikus em tecnologia contou com as sugestões dos atletas que a marca patrocina e também com a troca de informações com a Asics, com a qual a empresa teve uma parceria de mais de cinco anos. Parceria encerrada no início de 2007, quando a marca japonesa resolveu tornar-se independente no Brasil.

Gel-Kinsei, destaque da Asics

Este ano, apenas a linha importada da Asics estará disponível no mercado nacional, mas a idéia é reiniciar a produção no Brasil a partir de 2008. "Agora teremos um canal direto para passar as novidades lançadas lá fora para o mercado brasileiro e adaptá-las para o consumidor daqui", diz o gerente de comunicação e marketing da Asics Brasil, Christiano Neves, um dos executivos que já trabalhavam com a marca durante a parceria com a Azaléia.

O carro-chefe da empresa é o Gel-Kinsei, lançado no ano passado como um tênis versátil, que pode ser  usado por corredores com vários tipos de pisada. "É um tênis top de linha, de R$ 800, que foi muito bem aceito. Teve até fila de espera pelo modelo", conta Neves. "A médio prazo, teremos um mix cada vez mais amplo de produtos e valores, para todos os consumidores."

Para ficar na cabeça dos consumidores, a companhia aumentou em 15% o investimento em mídia e lançou a campanha "Correr está no seu DNA". "Nosso diferencial é o nosso produto. Queremos ser reconhecidos como o melhor calçado para running, já que a Asics é líder mundial no segmento", afirma.

A previsão de faturamento mundial da empresa este ano é de US$ 1,8 bilhão. A meta da subsidiária brasileira é de faturar US$ 60 milhões em quatro anos. "Apesar do tamanho gigantesco, a Asics continua sempre com foco no produto, para oferecer o melhor."

Nike com a maior prova

A edição 2006 da Nike 10K atraiu 25 mil inscrições, e com isso, a empresa passou a ter a maior corrida individual do Brasil e uma das maiores do mundo. Realizada simultaneamente em outras oito cidades latino-americanas, a prova contabilizou 120 mil corredores em novembro do ano passado. 

A empresa destaca sua preocupação em desenvolver ações de marketing para "inspirar os corredores em todo o Brasil". Isso significa manter os treinamentos de corrida que são desenvolvidos em quatro parques de São Paulo, e os contratos de patrocínio com alguns dos principais atletas do país, como Marílson Gomes dos Santos, Vanderlei Cordeiro de Lima e Franck Caldeira, que colaboram para desenvolver os produtos de alta performance.

Um dos focos da empresa nesta temporada será ampliar a presença do Nike Plus, equipamento desenvolvido em parceria com a Apple, que permite ao esportista ouvir parciais de tempo, distância e gastos calóricos, além de música, durante o treino ou corrida. Até o segundo semestre  todos os calçados da linha Bowerman (Air Max Moto, Air Pegasus,  Air Equalon, Air Structure Triax, Air Zoom Vomero) estarão adaptados para o uso do chip que transmite as informações do tênis para o iPod. E, claro, realizar a terceira edição da gigantesca Nike 10K, corrida que não é competitiva e não tem premiação.

Circuito Fila

Também a italiana Fila estará dando ênfase para o circuito de nove corridas que patrocinava e agora passa a organizar. A disputa começa no dia 24 de março, no Guarujá, e passará por Rio de Janeiro, João Pessoa, Ribeirão Preto, Fortaleza e Recife, até o encerramento no dia 3 de dezembro, em Natal. Quatro destas provas devem ser realizadas à noite, na areia. "A praia é o perfil do corredor jovem, que vê o esporte como uma atividade de lazer", justifica o coordenador de marketing Cássio Naressi.

Segundo ele, com a maior exposição da marca em regiões que são o foco de atuação da Fila, a expectativa é de um aumento de 15% nas vendas dos produtos de running, em relação ao ano passado. Uma das maiores apostas para alcançar a meta é o Veloce, tênis de R$ 399, que tem como destaque uma placa anti-torção.

"O público de corrida é fiel, fixo, quando encontra a marca que gosta, não troca fácil. E o mais importante é que vai continuar correndo. É uma categoria qualificada de consumidor", define Naressi. 

Mizuno aposta em lançamentos

A grande aposta da Mizuno para se manter na briga pelo gosto do consumidor brasileiro é lançar produtos cada vez mais adaptados ao corredor de alta performance. "Nós dominamos cerca de 15% deste segmento e, segundo nossas pesquisas, Mizuno é a primeira marca lembrada pelos corredores. Para continuar assim, vamos sempre investir na qualidade e inovação dos nossos produtos", afirma o diretor de artigos esportivos, Gumercindo Moraes Neto.

E vários lançamentos estão previstos para este ano, tendo como destaque uma linha de calçados meio ponto – comum no mercado internacional -, que dará mais opções ao corredor na hora de escolher o tamanho do seu tênis. Os modelos com numeração diferenciada devem estar disponíveis a partir do segundo semestre.

A primeira novidade, contudo, é o Wave Creation 8, que traz a tecnologia Infinity, que chega às lojas em março. O ponto forte do novo produto é a durabilidade, proporcionada por uma placa de amortecimento desenvolvida no Japão. "Os testes mostraram que a vida útil do tênis chega a 500 km, bem acima da média dos modelos existentes no mercado mundial (que é de 300 km). Assim, o corredor poderá usar o calçado em várias maratonas, sem perder o amortecimento", diz Neto. "Também nos preocupamos com a biomecânica e a calçabilidade, para garantir conforto."

Outra característica apontada pela empresa é a tecnologia AP (Acceleration Polymer), que minimiza o tempo de transição da passada com redução do impacto e aumento da flexibilidade. O preço médio do  Wave Creation 8 é de R$ 550.

Segundo o diretor da Mizuno, os lançamentos devem reforçar a presença da marca entre os corredores nacionais, não apenas os que treinam nos parques, mas também os que se preparam para as corridas usando a esteira. "Queremos aumentar nossa presença em academias", diz. "E estaremos cada vez mais próximos do nosso consumidor final, oferecendo testes de pisada e calçabilidade", conclui Neto.

As novidades da New Balance

A New Balance passou recentemente por mudanças em sua diretoria nacional, e começou o ano lançando atualizações de alguns modelos, como 901, 835 e 1060, todos disponíveis, por enquanto, apenas na versão masculina, enquanto o 691 é encontrado também para mulheres.

O 1060, que custa R$ 457, é indicado para treinos e competições de médias e longas distâncias. Tem reforço extra na curva do pé, o que dá maior estabilidade durante as passadas, prevenindo lesões e torsões, e amarração especial N-Lock, que permite maior fixação do calçado ao pé, evitando a formação de bolhas e calosidades.

A empresa promete mais lançamentos para o público corredor de alta performance ao longo de 2007.

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