Agora não restam mais dúvidas. É do Brasil a medalha de bronze do 4 x 100 m masculino dos Jogos Olímpicos de Pequim-2008. Os atletas que estiveram na equipe receberão as medalhas e diplomas correspondentes em cerimônia no Museu Olímpico, em Lausanne, na Suíça, em data que será marcada em breve pelo Comitê Olímpico Internacional (COI).
Com isso, a equipe de Trinidad & Tobago, que havia sido a segunda colocada com 38.06, herdou o primeiro lugar e as medalhas de ouro. O Japão passou de terceiro para segundo, com 38.15. E o quarteto do Brasil, que fez 38.24, melhor resultado naquela temporada, ficará com as medalhas de bronze. A Jamaica foi desclassificada por doping e, dessa forma, Usain Bolt fica com oito medalhas de ouro olímpica e não mais nove, oficialmente.
“É a realização de mais um sonho, a consagração que todo atleta busca. Não teria conseguido sem a equipe que correu comigo, meu treinador, a CBAt, os clubes que passei, toda a equipe multidisciplinar. É um orgulho estar nesse grupo de atletas com duas medalhas olímpicas, conquistadas com muito trabalho, profissionalismo e amor ao Atletismo, é isso que passo para os jovens atletas com quem trabalho diariamente”, disse Vicente Lenilson, que já havia sido medalhista de prata nos Jogos de Sydney-2000.
O Brasil ganhou o direito à medalha de bronze na prova em função da desqualificação da equipe da Jamaica, que conquistou o ouro, mas teve um de seus atletas com resultado positivo em controle de doping.
“Foi o Sandro Viana que me ligou para avisar que era definitivo. É uma mistura de sentimentos. É uma alegria. Dedico essa conquista ao meu pai, que foi a minha base nesses anos todos como atleta. Espero estar com a medalha logo para comemorar com os meus amigos e minha família. Espero continuar representando bem o Brasil, levando minha experiência para as crianças e jovens que praticam esporte na minha cidade, para que eles se inspirem e não desistem dos sonhos”, disse José Carlos Moreira, o Codó.
Na final, o time brasileiro foi formado por Vicente Lenilson, Sandro Viana, Bruno Lins e José Carlos Moreira. Rafael da Silva Ribeiro e Nilson André também fizeram parte da equipe, como reservas. O treinador foi Jayme Netto.
“Há dez anos atendi o chamado olímpico e representei meu País nessa importante competição, e hoje sou brindado com essa recompensa, ser medalhista olímpico. Esse acontecimento é precedente, mas é importante para se fazer justiça ao nosso trabalho”, afirmou Sandro Viana.
O presidente da Confederação Brasileira de Atletismo, Warlindo Carneiro da Silva Filho comemorou a notícia. “Os atletas competiram de forma justa e merecem as medalhas e todo o reconhecimento. Os Jogos de Pequim passam a ser agora a melhor campanha do Brasil, com três medalhas, já que conquistamos também o ouro com Maurren Maggi e bronze com o 4 x 100 m feminino, além do sexto lugar de Jadel Gregório”, afirmou.
E com o bronze do 4 x 100 m masculino em Pequim o Brasil soma agora 17 medalhas olímpicas: 5 de ouro, 3 de prata e 9 de bronze.