Sem categoria Redação 2 de setembro de 2018 (0) (139)

SP City: percurso ruim, mas ótima organização

A São Paulo City chegou à sua terceira edição com crescimento de apenas 6% na maratona, enquanto na meia o aumento foi de 28%.

Confirmando uma tendência já de alguns anos, os 21 km caíram no gosto dos corredores brasileiros, enquanto os 42 km sentem um avanço bem modesto. E o evento realizado pela Iguana na capital paulista, dia 29 de julho, foi uma boa mostra dessa situação.

A meia na São Paulo City teve 8.920 concluintes, contra 6.970 no ano passado, enquanto a maratona ficou em 4.011 participantes (3.786 em 2017), praticamente o mesmo da prova realizada pela Yescom (3.933 finalizam em abril). Foram no total 12.931 completando no Jockey Club, tornando a meta da organizadora de chegar a 20 mil corredores em 2020 (10 mil em cada prova) bastante ambiciosa, para não dizer inviável, no que se refere aos 42 km.

Como na outra maratona paulistana, o percurso não ajuda, com a diferença que nesta de julho as dificuldades maiores são no primeiro quarto (a prova larga num vale – Pacaembu), com uma subida de 2 km na Avenida 23 de Maio, enquanto na outra estão no quarto final, em função dos túneis. A favor da de julho, saída logo cedo e ótima organização, mas que acabam não motivando muita gente a enfrentar os 42 km, ainda mais que no mês de junho ocorrem três maratonas de percurso plano (Rio, Floripa e Porto Alegre) e em agosto mais uma em Florianópolis, também praticamente sem subidas e com temperatura amena.

Uma opção (para se chegar aos 20 mil participantes) seria criar mais uma competição, de 30 km, de forma a atrair aqueles que já acham a meia fácil e sem graça, e os que consideram a maratona ainda um objetivo distante, não se animando ao treinamento necessário para tornar esse desafio menos sofrível, apesar de muito mais emocionante. Dessa maneira, talvez se caminhasse para 10 mil nos 21 km e 5 mil nos 30 e outro tanto nos 42 km.

No que se refere à terceira edição da SP City, poucas mudanças em relação às duas anteriores, com entrega de kits em local distante e estacionamento a R$ 50!!!, largadas em ondas a partir das 6h (única maratona a fazer isso no Brasil e que deveria ser copiado por todas as provas com muitos participantes), excelente e diversificado abastecimento (incluindo balas de goma, salgadinhos e Pepsi), banheiros e atendimento médico no percurso, com o detalhe de um telefone de emergência no número de peito.

 

PATROCÍNIO DA MIZUNO. Para a organizadora, a boa novidade foi o patrocínio da Mizuno (junto com a LBDO) neste ano, e que se manterá para os próximos, inclusive nas demais etapas do circuito Run Cities (meias em Brasilia – 11/11 e Rio – 07/04). Também merece elogios o manual que veio no kit, bastante informativo, com mapa do percurso, altimetria, abastecimento detalhado, passagens pelos quilômetros conforme o ritmo de corrida etc.

Para quem fez a maratona, muita gente e muita festa até os 20,5 km, pela companhia dos corredores da meia, quando então ficou tudo silencioso e meio triste nos próximos 22 km, ainda mais que nesta segunda parte o Sol resolveu sair, mas sem representar algo muito grave, graças à temperatura na casa dos 20 e poucos graus e muita sombra.

Na chegada, uma boa e eficiente estrutura, faltando apenas um agrado extra aos maratonistas, como, por exemplo, uma camiseta exclusiva de concluinte (ou finisher, como quase tudo em inglês nesse evento…), para valorizar os que se propuseram a completar a longa distância, mas também como conforto térmico.

Enfim, a prova terá que se esforçar muito para atrair mais gente para os 42 km, a não ser que os brasileiros cansem da proliferação de meias e resolvam encarar a longa distância, para ter a sensação de vitória ao final e efetivamente se emocionar.

Nesse sentido, durante a entrega de kit uma pessoa que ia fazer os 21 km me perguntou se havia mesmo muita diferença entre correr uma ou outra prova. Para elucidar a dúvida, disse que ela dificilmente viria alguém chorar no final de uma meia, enquanto na maratona isso era comum. Aí, quando eu estava no km 40, lutando contra o relógio para fechar em tempo para entrar no Ranking da CR (que consegui com folga de apenas 5 minutos), estimulei uma garota, que caminhava, a seguir comigo no trote para a chegada e ela veio, aos prantos… Como fiquei para trás, acabei não descobrindo o motivo para o choro, apesar de não ser difícil imaginar algumas razões, que só os maratonistas conhecem.

 

Sugestões da revista

1 – Oferecer mais uma opção de prova, de 30 km, eventualmente largando no km 12,2 a partir das 7h30.

2 – Feira da entrega de kits em local de fácil acesso e sem estacionamento escorchante.

3 – Entrega de uma camiseta extra aos maratonistas, na chegada.

 

Os pódios na SP City

Maratona

1    Conceição Oliveira       2:55:59

2    Adriana Silva    2:58:16

3    Dione Chillemi  3:00:49

4    Daiane Moreira 3:03:23

5    Noeme Pereira 3:04:37

 

1    Laurindo Neto  2:20:46

2    Getu Kuremideksa 2:23:07

3    Elisah Chebaswony      2:24:08

4    José Luiz da Silva  2:28:26

5    Rodrigo Santejo     2:28:42

 

Meia-Maratona

1    Maria Bernadete    1:24:14

2    Larissa Quintão      1:25:41

3    Ediane Pire      1:26:09

4    Priscila Passarelli   1:29:40

5    Maria Silva 1:30:58

 

1    Robson Lima   1:07:41

2    André Santana 1:07:53

3    Geilson Santos 1:07:59

4    Vagner Noronha     1:08:03

5    Raphael Magalhães     1:09:38

Resultados completos em https://loja.iguanasports.com.br/events/results

 

 

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