Na linguagem comum dos treinadores e corredores, treinos de qualidade são aqueles em que a intensidade dos estímulos se aproxima ou supera o ritmo em que se pretende correr em uma competição. Trata-se, portanto, de treinos específicos nos quais prevalecem os trabalhos intervalados, fracionados ou rodagens em ritmo progressivo, principalmente.
Entretanto, para surtirem o efeito desejado, os treinos de qualidade devem ser precedidos por um trabalho de base, isto é, por aqueles treinos durante os quais a resistência geral foi desenvolvida em sua totalidade. Assim, rodagens em ritmo confortável, treinos com pesos e circuitos, dentre outros, devem predominar na planilha de treinamento nas etapas iniciais da preparação.
O fartlek, tipo de treino em que se alternam acelerações com trotes, pode ser utilizado tanto para o aumento da resistência quanto para o aperfeiçoamento da velocidade. Por isso, ele poderá estar presente nas planilhas de treinamento de corredores principiantes e experientes, como treino de qualidade ou de base.
Na preparação para uma competição, é importante que o corredor encontre a parcela ideal entre os treinos de qualidade e os de base, além daqueles destinados a promover a restauração do organismo (treinos regenerativos, como trotes em terreno macio, alongamentos e outros). O equilíbrio entre estes três tipos de treinamentos é que irá possibilitar o aperfeiçoamento da condição atlética do corredor e o colocará em um estado de prontidão para o seu melhor rendimento em uma prova.
De modo geral, para os principiantes é fundamental que o treinamento exija, gradual e progressivamente, o aumento da quilometragem por meio de treinos de base, além dos trabalhos direcionados ao reforço muscular. Isso porque o corredor iniciante ainda não se encontra em condições adequadas para enfrentar esforço físico mais intenso, pois rapidamente ele se esgotaria pelo acúmulo crescente e veloz de fadiga.
Portanto, o treino de base é importante para o iniciante, pois garante o desenvolvimento da resistência orgânica geral, permitindo-lhe que, futuramente, possa introduzir em seus treinamentos trabalhos específicos e de maior intensidade.
Em relação aos experientes, que treinam continuamente há muitos anos, estes apresentam as condições fisiológicas ideais para a aplicação de trabalhos de qualidade em sua preparação. Esses corredores já desenvolveram a sua resistência orgânica em um nível adequado para o esforço físico prolongado e intenso, e apenas necessitam de um trabalho de manutenção em relação à resistência geral.
Contudo, em ambos os casos, é fundamental encontrar o equilíbrio entre os treinos de qualidade e os de base durante o processo de preparação para a competição.
As tabelas abaixo apresentam dois modelos de planilhas que contemplam a lógica do treinamento que apresentamos. A primeira está voltada para os corredores principiantes e a segunda para aqueles com maior tempo de treinamento e disputas em seus currículos.
As distâncias almejadas são os 10 km e a maratona. O número de sessões semanais se limita a quatro e os demais dias ficam reservados para outras atividades que o corredor queira incluir ou mesmo para o descanso.
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Marcelo,
Muito boa a abordagem do tema. Faço dois treinos de qualidade na semana em busca do meu sonhado sub25, nos 5km. Sinto os avanços e sei que este tipo de treino faz toda diferença.
Abraço,
Helena
correndodebemcomavida.blogspot.com