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Performance e Saúde Redação 12 de março de 2013 (0) (123)

O corredor e a artrite reumatoide

A artrite é uma doença autoimune caracterizada pela inflamação de articulações.  Se não controlada pode levar à degeneração de juntas – frequentemente das mãos, pés, quadril e ombros – e incapacitação física. O tratamento é multidisciplinar e envolve acompanhamento com reumatologista, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, educador físico e nutricionista.

Estudos recentes mostraram que o exercício físico não acelera a progressão da doença, como se pensava no passado. Ao contrário, pacientes com artrite reumatoide relatam menos dor, fadiga e rigidez articular com a prática de atividade física regular. No caso de indivíduos que não apresentam danos em articulações de membro inferior, caminhadas, natação, ciclismo e até corrida podem ser liberadas pela equipe.

Cada um destes profissionais aconselhará o paciente de forma que o mesmo consiga desempenhar todas as atividades do seu dia a dia. No caso do nutricionista, seu objetivo principal é fornecer orientações visando a mudanças no cardápio, capazes de evitar a progressão da doença e também reduzir os episódios de dor.

As recomendações nutricionais mais importantes seguem abaixo:

1 Aumente o consumo de peixes, óleo de peixe e ácidos graxos ômega-3. Os ácidos graxos do tipo ômega-3, ácido eicosapentaenoico (EPA) e docosahexaenoico (DHA) desempenham papéis anti-inflamatórios importantes e as evidências são de que a suplementação de cerca de 3 gramas/dia diminuem os sintomas da doença. Estes ácidos graxos são facilmente destruídos quando em contato com calor, ar ou luz. Por isso, nunca deixe a embalagem aberta. O ideal é guardar em um armário longe do fogão ou outras fontes de calor. O ômega-3 também está presente em peixes como sardinhas, salmão, trutas, atum fresco, cavala e arenque.

2 Evite alimentos com alta taxas de ácidos graxos ômega-6. Os ácidos graxos ômega-6 competem com os ômega-3 pela mesma via. Porém, produzem substâncias altamente inflamatórias. Por isso, evite alimentos com altas quantidades desta gordura como margarinas, óleo de soja e de milho. Cozinhe utilizando o mínimo de gordura ou substitua pela gordura do tipo ômega-9. Uma ótima fonte é o azeite de oliva.

3 Coma mais frutas e verduras. Estes grupos de alimentos são importantes fontes de antioxidantes. O ideal é variar ao máximo durante o dia e também durante a semana, escolhendo alimentos coloridos como laranja, manga, cenoura, pimenta, tomate, uvas roxas, melancia, ameixas, berinjela… Estes alimentos fornecem antioxidantes como as vitaminas C, A e E, e também uma variedade de fitoquímicos, como carotenoides, criptoxantinas, luteína, licopeno, resveratrol, com propriedades anti-inflamatórias.

4 Diminua o consumo de carnes e laticínios. Dietas vegetarianas vêm sendo investigadas e como resultado observa-se redução dos sintomas inflamatórios da doença, como dor, edema ou falta de flexibilidade. Ao optar por uma mudança como esta, converse com seu nutricionista sobre a necessidade de suplementação de nutrientes, como cálcio, ferro, vitamina D e vitamina B12. Se virar vegetariano não está nos seus planos, tudo bem, porém reduza as porções de alimentos de origem animal, troque carnes bovinas e ovinas por peixes, pelo menos 3 vezes na semana e aumente o consumo de leguminosas (feijões, lentilha, ervilha, grão de bico), azeite de oliva, grãos integrais, como aveia, quinua, chia, soja, linhaça e gérmen de trigo. Outro benefício desta dieta é a redução dos níveis de colesterol. Isto é importante, já que indivíduos com artrite reumatoide têm maior risco de desenvolverem doenças cardiovasculares.

5 Mantenha-se dentro de sua faixa de peso saudável. Conforme vamos envelhecendo, a tendência é de ganho de peso e de gordura, a não ser que a atividade física seja regular e que as indulgências alimentares não sejam frequentes. Na artrite, o excesso de peso aumenta a sobrecarga sobre as articulações, acelerando o desenvolvimento da doença e causando mais dor. Caso tenha dificuldade em montar um cardápio que lhe dê energia para correr e, ao mesmo tempo, o mantenha com menos dores e dentro do peso ideal, procure um profissional habilitado em nutrição esportiva e funcional.

6 Não faça suplementações por conta própria. Suplementos podem ser uma grande ajuda durante o tratamento da doença, porém muitos deles (sejam à base de ervas, vitaminas, minerais, óleos ou aminoácidos) podem interferir na ação dos medicamentos utilizados para o controle da doença. Seu nutricionista fará uma avaliação da interação entre as drogas utilizadas e os nutrientes propostos antes de fazer qualquer recomendação.

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