Sem categoria admin 4 de outubro de 2010 (0) (206)

Dores para sempre?; Condromalácea; Fisgada na panturilha; Formigamento nos braços; Pubalgia

DORES PARA SEMPRE?
Prezado Dr. Marques. Adoro suas explicações na revista; parabéns! Gostaria de lhe perguntar o seguinte: sou corredora há 10 anos, sempre pratiquei muito esporte, já operei o joelho esquerdo (ruptura ligamento anterior) e nunca tive problema; no direito tive um cisto no menisco, e esse quase sempre me dói; coloco gelo após a corrida e melhoro. Já fiz ressonância e não apareceu nada. Vou sentir sempre essas dores chatas?.
Roseli Norberto, Passo Fundo, RS

Obrigado pelos cumprimentos, na verdade verdadeiros estímulos para seguirmos adiante ajudando corredores pelo Brasil afora. Não acredito que as dores que você sente no joelho direito são causadas pela presença do cisto meniscal, e sim por uma situação de sobrecarga na sua articulação, ou seja, seu joelho está suportando um pouco mais do que pode. Já tentou fazer treinamento de força, como musculação ou treinamento funcional? Sua rotina de treinamentos não é muito forte? Pratica outra modalidade esportiva para contrabalançar a corrida? Talvez estas perguntas façam você pensar um pouco sobre sua atividade de corrida e perceber se não há exageros.

CONDROMALÁCEA
Estou querendo saber se a condromalácea fêmur patelar é grave, se tem cura total, ou somente amenização das dores, pois recentemente descobri que estou com essa doença nos dois joelhos. Eles doem, estou tomando Artrolive, e fazendo fisioterapia, mas, o problema é que sou carteiro e pedalo bicicleta o dia todo, e  com isso não tenho repouso. Será que vai resolver ou por causa do meu trabalho vai ser difícil acabar com a doença. Tenho mesmo que ficar afastado de todos os esportes (sou corredor de rua)? O médico me receitou apenas uma caixa de Artrolive, e conheci casos que usam o remédio há meses ou até anos. O que o senhor recomenda?
Maxwel Fonseca Correia, Rio Verde, GO

A condromalácea se constitui em uma das lesões mais freqüentes da cartilagem articular, termo utilizado originalmente para descrever o amolecimento da cartilagem, e, portanto, inadequado como diagnóstico, já que a tendência atual recai sobre a utilização do termo condropatia. Entre todas as articulações, o joelho é a mais acometida, e são diversos os esquemas  de classificação para a condromalácea na literatura médica, cada uma apresentando diferentes graus de acometimento da cartilagem, desde as fases mais iniciais, com apenas um amolecimento e inchaço da mesma, até graus mais avançados, com fissuras e destruição da cartilagem e erosão do osso.  O tratamento inicial é conservador, ou seja, medicação antiinflamatória e fisioterapia. Seu caso pode ser problemático, pois realmente você solicita o joelho permanentemente por causa do seu trabalho. Creio que você poderia realizar um programa de condicionamento físico na água, com natação e/ou hidroginástica, durante um período de tempo ao invés de voltar a correr, investir em trabalho muscular para melhora da força dos seus membros inferiores, utilizar os sulfatos de glicosamina + condroitina (Artrolive*, Condroflex*) por 6 meses, e procurar um ortopedista especializado em medicina esportiva para orientar suas atividades físicas. 

FISGADA NA PANTURRILHA 
Estou triste, pois há 2 meses que não faço o que mais gosto, que são minhas corridinhas. Tudo aconteceu depois de 40 minutos de um treino, quando senti uma forte fisgada na panturrilha, me obrigando a parar imediatamente, devido às fortes dores; tive que voltar andando para casa, tamanha era a dor. Procurei informações na internet, mas só encontrei coisas confusas, daí estar recorrendo à revista para uma resposta objetiva.
Cícero Pedro, via email

A fisgada que sentiu na sua panturrilha provavelmente se trata de uma lesão muscular em um dos grupamentos musculares da região (normalmente gastrocnêmios ou solear), ou seja, o músculo foi solicitado acima da capacidade do mesmo se alongar e contrair, daí ocorrendo o chamado estiramento muscular, tipo comum de lesão deste tecido. Em média serão cinco semanas de tratamento, dependendo da gravidade do seu caso, porém você deve procurar atividades aeróbicas alternativas para manter seu condicionamento físico (natação, por exemplo) e realizar um minucioso programa de fisioterapia com profissional experiente na área esportiva para que seu retorno seja o mais breve e tranqüilo possível. 

FORMIGAMENTO NOS BRAÇOS
Corri a Maratona do Fim do Mundo, dia 6 de março em Ushuaia – Argentina, e mesmo sendo verão e o dia estar claro, a temperatura esteve bastante baixa (acredito que em torno de 6 graus). A partir do km 35, comecei a sentir um formigamento nos dois braços, coisa que nunca havia acontecido antes e que terminou pouco tempo depois de eu cruzar a linha de chegada. Qual seria a razão para esse formigamento?
Alceu Macuco, Londrina, PR

Realmente uma situação estranha o ocorrido durante sua Maratona do Fim do Mundo, conforme nos relatou. Não considero que a temperatura estava tão baixa para causar alguma alteração deste tipo. Você já sentiu algo semelhante anteriormente? Em que regiões dos braços sentiu o formigamento? Tem dores na coluna cervical? Você é diabético? Fez uso de alguma medicação, como corticóides ou algo parecido? Estas e outras questões que coloco são importantes para traçar um raciocínio clínico e chegar a uma possibilidade diagnóstica. De qualquer forma, creio que uma visita a um cardiologista seja uma boa idéia, e procure ajuda imediata caso os sintomas voltem a ocorrer. 

PUBALGIA
Gostaria de ver uma reportagem sobre pubalgia, o tratamento indicado, enfim o que fazer para enfrentar esse problema.
Marcos Vinicius, São Paulo, SP

Pubalgia se refere a uma síndrome (conjunto de sinais e sintomas) álgica, isto é, caracterizada por dor na porção frontal da bacia junto à sínfise púbica, que forma a articulação entre os ramos púbicos dos ossos da bacia. Geralmente se apresenta como um quadro de inflamação desta articulação, denominada de sinfisite púbica, e caracterizada pela dor (pubalgia) e dificuldade para movimentar as coxas. A origem do problema pode ser um desbalanço de forças entre a musculatura interna (músculos adutores) das coxas, responsável por aproximá-las, e a musculatura abdominal (músculo reto abdominal), que se insere exatamente nesta porção da sínfise e atua tracionando-a para cima.  Quando um grupo muscular é desproporcionalmente mais forte que o outro, ocorre o mencionado desbalanço de forças e o quadro clínico descrito acima.  O tratamento inicial é conservador, ou seja, medidas fisioterápicas para controle da dor, e mais importante ainda é o reequilíbrio muscular através de exercícios específicos, sempre supervisonados por fisioterapeuta e acompanhados por médico ortopedista especialista em medicina do esporte.

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