Sem categoria André Savazoni 21 de março de 2011 (2) (187)

Passeando na ponta do tênis

Sempre que viajo, gosto de conhecer uma cidade caminhando. Muitas vezes, passo o dia percorrendo ruas, avenidas, descobrindo lugares charmosos, restaurantes inesquecíveis, tendo boas surpresas ao dobrar uma esquina. Não me importo com as distâncias, o que vale é passear. Que diga minha mulher, Mari, que já está acostumada: “São só mais dois quarteirões…” ou “É logo ali na frente”. E passamos uma, duas horas andando.

De alguns anos para cá, aprimorei essa “técnica”. Faço uma “análise do percurso” correndo. Tênis, meias, boné e o GPS estão sempre na bagagem. Assim, bem cedo, quando a maioria dos mortais está dormindo, saio para correr. Junto o útil ao agradável. Em época de treinamento, mantenho a planilha em dia ou faço a rodagem necessária para a prova que vou disputar na nova cidade. Ao mesmo tempo, faço um trajeto de onde irei caminhar com calma, mais tarde, tendo uma noção exata das distâncias a percorrer.

Quando estamos dentro de um táxi ou ônibus, chegamos rapidamente aos pontos escolhidos para visitar, mas perdemos o “meio”, temos uma visão apenas parcial do passeio. Muitas vezes, deixamos de visitar o que não deveríamos deixar. Outro ponto extremamente positivo: temos uma visão totalmente diferente ao percorrer ruas vazias, ao amanhecer, quando a população em geral está dormindo, descansando ou se preparando para começar o dia. Recomendo.

Nas viagens, você pode ter duas visões de um mesmo local. Logo cedinho, saia para correr, descubra pontos novos, observe, trace rotas para voltar mais tarde. Depois, com a família ou sozinho, sinta a diferença. Vai parecer que não está no mesmo local, eu garanto. Não conheço outra forma de realmente visitar uma cidade do que caminhando. Fiz isso em inúmeras localidades, do Brasil e exterior. Não vejo a hora de sair passeando novamente.

Por sinal, como “treinamento”, podemos ter essa visão diferenciada sem viajar. Você já correu no centro de sua cidade no início da manhã? Como as lojas começam a abrir entre 8 e 9 horas, dependendo da localidade, às 6 horas corremos sozinhos pelas regiões centrais, muitas vezes diante de um silêncio apaixonante. Percorremos ruas e avenidas que em poucas horas estarão invadidas por carros, motos, ônibus, pessoas… num barulho ensurdecedor. Então, quando estiver precisando de uma motivação diferente para sair de casa, para não treinar nos mesmos locais, literalmente, saia correndo. Trace rotas diferentes, logo cedo. Garanto que não vai se arrepender.

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2 Comments on “Passeando na ponta do tênis

  1. Sou apaixonado em sair de casa 5:30 e ver o dia clareando no centro de Sorocaba. Ida e volta de 10 kms com volta em subidas. Silêncio único. Abs.

  2. O inverso também vale. Correr à noite na cidade pode ser uma descoberta. A diferença é a necessidade de cuidados básicos com o percurso para evitar lugares inseguros e olho vivo com buracos e o trânsito. Faço isso às vezes para voltar do trabalho. Dez da noite e o maluco correndo por São Paulo. Abraço

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