Sem categoria André Savazoni 25 de julho de 2011 (3) (164)

Treino para o corpo e para a alma nas montanhas de Serra Negra

Quatro dias de descanso em um hotel fazenda em Serra Negra (SP) com a criançada. Bem, descanso não seria a definição perfeita. Foram três manhãs de muito treino em morro. A única parte plana da cidade serrana paulista está localizada na parte central e, com o movimento do mês de julho, até passei pelas ruas principais correndo, mas não é algo muito seguro… só serve de passagem mesmo.

Na sexta-feira, corri na região do hotel mesmo, localizado a mais de 1 mil metros de altura. Subidas em asfalto e trechos de terra, com trilhas no meio do cafezal. Ora para cima, ora para baixo. Uma delícia. No sábado, uma meia maratona daquelas. A planilha previa 25 km, mas a deixei de lado. Primeiro, desci ao centro de Serra Negra. Quando estava no centro, em frente a uma das fontes de água da cidade, tomei uma decisão ao olhar para o alto. Como ainda não encarei a subida ao Cristo de Poços de Caldas (MG), uma das 20 provas imperdíveis eleitas pela Contra-Relógio neste ano, resolvi fazer minha subida “particular” e encarar o Cristo de Serra Negra.

Localizado no Pico do Fonseca, o Cristo está a 1.080 metros de altura. É possível subir de carro ou de teleférico. Numa vista incrível. Mas fui correndo mesmo. Com direito ao último trecho em paralelepípedo e ainda uma escadaria para chegar aos pés do monumento. Lá em cima, uma vista completa de Serra Negra. Como o hotel está localizado a certa de 1.100 metros de altura, desci e subi o mesmo. Depois, mais trilhas ao redor da fazenda, num legítimo cross-country. Pouco mais de duas horas para cima e para baixo.

Mas o “prêmio especial” estava reservado para o domingo. Foram “somente” 40 minutos de treino, era dia regenerativo, mas que valeram por horas. Parti do hotel em direção ao Alto da Serra, localizado a 1.310 metros de altura, o ponto mais alto de Serra Negra, bastante procurado para a prática de voo livre. A neblina tomava conta da estrada de asfalto e, logo em seguida, de terra. Foram dois quilômetros cravados da portaria do hotel até o topo. Dois quilômetros de subidas íngremes. Fiquei, literalmente, no alto das nuvens. Para baixo, tudo coberto de branco. No topo, céu azul, sol e uma vista de arrepiar. Dizem que, nos dias limpos, é possível avistar até dez cidades da região e todo o relevo montanhoso de Serra Negra. Não duvido.

Foram treinos para o corpo e para a alma. Sair do roteiro tradicional é uma delícia. Para fechar com “chave de ouro” a preparação, mais 30 minutos de pedalinho com a turma lá de casa na praça central de Águas de Lindoia! No final do domingo, toda a musculatura da cintura para baixo estava dolorida. Mas uma dor muito boa.

Nesses dias, tive duas confirmações. A primeira que, ao descer, todo o cuidado e concentração são necessários. Subir desgasta, cansa, mas encaixamos o ritmo e pronto. Agora, nas descidas, não podemos nos empolgar. Você conhece alguém que se machucou na subida? Mas e na decida? Traduzindo, como descer é difícil. A segunda constatação: nosso ritmo de vida é corrido, mas pelo menos uma vez a cada 15 dias, ou melhor, uma vez por mês, se conseguíssemos sair dos roteiros tradicionais e correr em locais montanhosos e belos (serve uma bela praia também), a vida ficaria ainda mais gostosa! Vou procurar fazer isso.

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3 Comments on “Treino para o corpo e para a alma nas montanhas de Serra Negra

  1. Ô André, sou de lá, tem outros locais para treino sim além das pirambas, coloquei alguns trajetos no webrun:
    http://www.webrun.com.br/ondepraticar/busca/resultados?local=&esporte=&minDist=0&maxDist=&cidade=serra+negra&estado=&pais=&x=21&y=13

  2. Alcides, quando estava correndo em Serra Negra, lembrei de você mesmo. Obrigado pelas dicas. Na próxima vez, irei segui-las, mas valeu a pena enfrentar as subidas e descidas de lá, ainda mais porque em menos de duas semanas tem K42 Bombinhas em dupla! Abraço

  3. É por isso que depois de fazer minha primeira prova de montanha – Mountain Do em 2009, na qual de cara já corri 21 km e fiquei em terceiro na categoria, nunca mais abandonei o cross-country. Somam-se aí 9 provas nesta modalidade, que é exaustiva e muito gratificante para a alma, já que os tempos são bem superiores aos do asfalto.

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