Homens do Quênia colonizam o mundo das maratonas

Pela Conferência de Berlim de 1885, o Quênia ficou sob responsabilidade do Reino Unido, que confiou as terras em regime de monopólio à Companhia Imperial da África Oriental Britânica. Em 1887, a companhia comercial assegurou o arrendamento da faixa costeira. Após décadas de disputas internas e externas no território, sempre baseadas no controle das terras, o Quênia tornou-se independente apenas em dezembro de 1963, tornando-se uma república no ano seguinte. Pela divisão geográfica, há sete províncias e uma área no país.

Hoje, depois de 126 anos de ser “entregue” aos britânicos, os quenianos espalham-se pelo mundo e vão conquistando pódios e mais pódios nas provas de fundo do atletismo, principalmente na maratona. No masculino, a “colonização” neste ano é impressionante. Os homens do Quênia ganharam todas, isso mesmo, todas as principais maratonas. Além de uma outra quantidade de provas médias. Em todos os continentes. Com resultados mais do que impressionantes.

Atualmente, o grupo dos “colonizadores” quenianos é liderado por um trio que tem tudo para ser ouro, prata e bronze na Olimpíada de Londres, em 2012: Patrick Makau (recordista mundial com 2:03:38), Geoffrey Mutai e Moses Mosop, donos dos incríveis 2:03:02 e 2:03:06, respectivamente. E temos ainda Emmanuel Mutai, Martin Lel e cia.

Como os europeus fizeram nos séculos passados, dividindo os países aficanos (mais distante as “vítimas” fomos nós, latinoamericanos), hoje os quenianos separam-se pelo mundo. Escolhem onde cada um vai vencer. A elite da elite vai para as Majors. A elite B, para ser coelhos, buscar pódios nas provas grandes e médias. Um outro grupo, vem para o Brasil, por exemplo, para ganhar experiência e dinheiro. E assim, vão ganhando tudo!

Os números abaixo, comprovam a supremacia, todos oficiais de maratonas deste ano.

Roterdã – 1º) Wilson Chebet, 2:05:27; 2º) Vincent Kipruto, 2:05:33.

Milão – 1º) Solomon Sibei, 2:10:38.

Paris – 1º) Benjamim Kiptoo, 2:06:31 e 2º) Bernard Kipyego, 2:07:16.

Londres – 1º) Emmanuel Mutai, 2:04:40; 2º) Martin Lel, 2:05:45 e 3º) Patrick Makau, 2:05:45.

Boston – 1º) Geoffrey Mutai, 2:03:02 e 2º) Moses Mosop, 2:03:06.

Mundial de Daegu – 1º) Abel Kirui, 2:07:38 (bicampeão) e 2º) Vincent Kipruto (2:10:06).

Berlim – 1º) Patrick Makau, 2:03:38 (recorde mundial); 2º) Stephen Chemlany, 207:55 e 3º) Edwin Kimaiyo (2:09:50).

Chicago – 1º) Moses Mosop, 2:05:37; 2º) Wesley Korir, 2:06:15 e 3º) Bernard Kipyego, 2:06:29.

Isso sem contar provas “menores”, com vitórias e pódios quenianos em São Paulo, Buenos Aires, Padova… Na minha pesquisa, só achei uma vitória etíope no masculino em Tóquio em 2011! E, sinceramente, essa “colonização” queniana, pelo que os atletas vêm correndo, não tem prazo para terminar. Só para aumentar. As próximas vítimas? Amsterdã, no próximo domingo, e Nova York, dia 6 de novembro.

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