Notícias Performance e Saúde André Savazoni 30 de janeiro de 2012 (13) (169)

Adoro treino intervalado e fartlek. E isso me dá prazer nas montanhas

No começo, confesso, não tinha o mínimo prazer. Porém, atualmente, adoro fazer treinos de variação de ritmo. Sejam os intervalados ou os fartleks. Muitas vezes, termino exausto, mas os benefícios valem à pena. São exercícios fundamentais para se correr com força e velocidade. No último domingo (29), na abertura da Copa Paulista de Montanhas, em Mairiporã, tive a certeza do que me atrai, além do contato direto com a natureza, nesse tipo de corridas: a variação dos ritmos.

Claro que é totalmente diferente a velocidade de um treinamento em pista de atletismo do que na montanha. Porém, nessas provas “off road”, é assim que funciona. Não há aquele pé embaixo característico do asfalto. Seja nos 10 km (principalmente), nos 21,1 km ou na maratona, corro contra o relógio, para bater meus tempos pessoais ou treinar um ritmo determinado. Na montanha, claro que busco concluir o percurso no menor tempo possível. Sou competitivo por natureza, porém, a corrida é encarada de outra forma.

Em Mairiporã, por exemplo, em uma subidona no meio do mato, em trilha, fui ultrapassado por um corredor trotando. Eu caminhava. Mantive meu ritmo constante e, alguns metros à frente, voltei a passá-lo e, na descida seguinte, abri vantagem para não ser mais alcançado. Então, muitas vezes, esse respiro na subida com uma caminhada rápida é essencial para você correr com o pé embaixo quando passa a ser possível. No plano, nas descidas, numa elevação não tão complicada…

Claro que como sou competitivo, não gostei de ter perdido o pódio da faixa etária os 35-39 anos por 35 segundos. Ainda mais porque levei um tombaço faltando uns dois quilômetros para o final da prova, quando meu pé enroscou num cipó, que foi decisivo para a minha quarta posição. Voei e dei com o joelho em um tronco caído. Só a dor e o susto. Uma pancada. Isso acontece, toda cautela é necessária. Era descida, em trilha, com água escorrendo. Entretanto, durante os 13,7 km das prova morro acima, morro abaixo, sabe quantas vezes olhei para o relógio? Nenhuma. Não aliviei em qualquer momento, corri forte sempre que possível. Terminei muito satisfeito.

A experiência foi muito proveitosa em Mairiporã. Teve neblina, mato alto, paralelepípedo, subidas íngremes, descidas complicadas…. os competidores foram exigidos ao máximo. Cada um dentro de seu limite. Junte-se a isso vistas de perder o fôlego e locais que, sem a participação da corrida, eu nunca chegaria perto. Sem falar a camaradagem entre os participantes e o contato direto com a organização.

Tenho certeza que fazendo de vez em quando provas de montanha e, também, treinando aqui na região de Jundiaí, chegarei com a musculatura muito mais forte para a Maratona de Boston, em abril. Ou seja, o benefício para o asfalto será grande. Serão mais, mas neste ano, já tenho mais quatro provas de montanha confirmadas: segunda (São Sebastião) e terceira etapas (Paranapiacaba) do Paulista, K21 Arraial do Cabo (RJ) e K42 Bombinhas (SC).

Veja também

13 Comments on “Adoro treino intervalado e fartlek. E isso me dá prazer nas montanhas

  1. Parabéns André!

    Estou gostando de ver seu entusiasmo para com as Corridas de Montanha, tanto na parte escrita, como na sua participação nessas provas, além de todas essas vantagens que você relatou, nas corridas de montanha os corredores “médio-ligeiros” como você e o Vicent (média 4km/min nos 10km) tem uma maior probabilidade de subir ao pódium, vários amigos meus que correm nesse ritmo já subiram várias vezes no pódium, mas passariam a eternidade para tentar subir num pódium numa grande corrida de asfalto.

    Sobre você ter caído no final e ter perdido o pódium por apenas 35 segundos, quero dizer que já quebrei meu dedo devido a um tropeço no Mountain Do Campos do Jordão, lembre-se do ditado popular que diz “Há males que vêm para o bem”, acredito que esse tombo vai ter dar mais garra e ao mesmo tempo mais experiência e segurança nos momentos que você estiver correndo em trechos mais perigosos.

    Nos vemos nas corridas de trilha e de asfalto.

    Um grande abraço!!!

  2. Oi André,
    Parabéns pela prova! Imagino como deve ser muito gratificante e difícil correr nestas provas de montanha. Exige muito preparo, técnica e coragem também. Nunca tive a oportunidade de participar, espero um dia passar por uma experiência destas.
    Bons treinos!

  3. Salve André.

    Fantástico. Em seu texto acima você passa exatamente a vibe das corridas em montanha. Natureza, tombos, paisagens, camaradagem, relógio esquecido, foco na trilha, caminhar na subida porque poupar é melhor… Sensacional!

    Parabéns pela prova, pelo desempenho e, principalmente, por compartilhar conosco tamanha experiência.

    Super abraço!

  4. Pelo jeito vc gostou mais do que o Sergio… pois é, é um negócio exigente pra caramba. Eu mesmo sou muito pior nas montanhas do que no asfalto, porque tenho muita dificuldade com terreno irregular e com descidas. Mas adoro, chego morto e feliz. Hoje até o extensor do antebraço tá doendo… quando deu corri forte, forte mesmo abaixo de 4 por km. Mas os trechos lentos foram realmente lentos. A estratégia de prova é outra, mas o mais interessante é a percepção de necessária integração com a natureza, não nos fechando em nós mesmos. Nem sempre tô afim disso, mas geralmente é ótimo!

  5. Boa André. Como é legal ler opiniões distintas acerca de uma mesma prova. A mesma prova, mas experiências distintas. Digo isso pois li mais cedo o texto do Sérgio e agora o seu. Acho legal fazer provas diferentes de vez em quando pra variar a rotina de treinos. Parabéns pela prova em Mairiporã…faltou pouco pra pegar a 3ª colocação na categoria né. Bons treinos. Grande abraço.

  6. Grande André corredor!
    Cara eu fiz apenas uma prova, o Mountain Do Praia do Rosa, a vibe é totalmente diferente, você curte a trilha e a paisagem, mais do que o desempenho ao menos foi assim que senti a prova. Mas prefiro ainda o asfalto, mas vale experimentar! E massa como o Alan comentou é ver o Sergio falar que não gostou…tem corrida pra todo mundo, bora…abraço!
    http://www.correrparacrer.wordpress.com

  7. Estive lá também Andre. E em toda copa paulista ano passado. Irei repetir esse ano. Parabéns pela sua colocação e pelo texto. Corrida de montanha é demais mesmo! Abraços. @bpmsports http://bpmsports.wordpress.com/

  8. Meu Deus, você teve coragem de arriscar todo o seu ano de corridas por causa de um troféu na faixa etária? Perdeu o juízo, só pode ser! Vou rezar mais pelo seu anjo da guarda.

    ————————————-

    E quem disse que eu tenho juízo, Léo? rs

    Na hora do tombo, não sabia que estava brigando pelo pódio. Nem no final, quando acabei. Só na hora que saiu a classificação, logo em seguida!

    É porque você não viu o voo, trilha abaixo. Ainda bem que tinha o tronco no caminho!

    Faz parte da diversão. Não vou me machucar não. Está garantido!

    Farei mais algumas etapas da Copa Paulista de Montanhas, o K21 Rio, K42 Bombinhas… e vamos que vamos.

    Abraço
    André Savazoni

  9. Corrí minha primeira lá em Mairiporã também e gostei muito de correr em trilhas com subidas e descidas fortes, exige muito da musculatura da perna. Encarei como um treino e parei várias vezes para curtir a paisagem lá do pico da montanha, foi show. Vc deve ter caído naquela descida que tinha um cano jorrando muita agua na trilha, passei escorregando por lá também.

    ————————————-

    Muito bom Serjão. Realmente, o tombo foi nesse lugar que você falou. No começo da descida, o pé ficou num cipó, mas me controlei e não caí. Mais para o final da descida, daí, não teve como segurar. Voei, rs.

    Realmente, a musculatura exigida é completamente diferente. Estou com dores musculares até hoje.

    Parabéns pela estreia.

    Abraço
    André Savazoni

  10. Excelente post .. só faltou colocar o Desafrio Urubici na suas provas de montanha, essa sim tem muita variação de ritmo. Apesar de muito difícil e altimetria casca grossa, a paisagem da prova é lindíssima…

    ————————–

    Gabi, farei um dia Urubici. Inclusive, está nas provas imperdíveis da Contra-Relógio. Porém, seria exigir muito do corpo já que terei maratona em abril e meias fortes em abril e julho, além do K21 em maio. Fica para 2013, mas está no meu calendário de objetivos sim.

    Abraço
    André Savazoni

  11. Eu não gosto de treinos assim, mas como não temos para onde fugir temos que fazer, foi o que vc falou acima André eu também fico esgotado, mas dá uma diferença enorme nas competições, ahhh dá sim. Parabéns pela corrida de montanha. Uma pergunta o que vc achou dos organizadores retirarem do percurso os postos de hidratação e aumentarem as inscrições?

    Bons treinos,

    Jorge Cerqueira
    http://www.jmaratona.com

    ————————-

    Jorge, na verdade, houve dois pontos de hidratação. O que não foi feito foi disponibilizar copinhos. Havia água, isotônico e frutas. Falando com a organização, a água sobrou bastante, já que a maioria usou. As frutas acabaram rápido (no segundo ponto, quando passei, não tinha mais melancia e olhe que fiquei em 18º no geral).

    Eu, particularmente, não senti falta de mais postos. Tendo a melancia, está perfeito. E, no segundo posto, havia como beber a água com copo também para quem não quisesse carregar algo (meu caso). E isso será aprimorado para as próximas etapas, segundo a organização.

    Quanto aos valores, o preço é mais caro realmente, mas fazendo com antecedência, por exemplo, a diferença é de apenas R$ 20,00 para a série Golden Four – R$ 100 a R$ 120.

    Abraço
    André Savazoni

  12. Fala André !
    Realmente, correr em trilhas ajuda e muito.
    E os intervalados antes odiados agora são até esperados. Vai entender…

    Mas é bem isso, a variação do ritmo em montanha, apesar de ter que andar em vários trechos, ainda assim mantém o esforço lá em cima.

    Abraço

Leave a comment