Notícias André Savazoni 1 de fevereiro de 2012 (7) (241)

Etíopes mandam aviso aos rivais quenianos: “Estamos de volta”

Quênia e Etiópia no atletismo têm a mesma rivalidade de Brasil e Argentina no futebol. E não estou exagerando. No ano passado, foi uma goleada queniana. Supremacia total nas maratonas, com vitória e recordes em todas as Majors, recorde mundial, melhores marcas de todos os tempos em Boston…

Das 30 melhores marcas mais rápidas de 2011 (segundo a Iaaf, que não leva Boston em consideração), 29 foram de quenianos. Apenas o brasileiro Marilson Gomes dos Santos foi o intruso no ninho com os 2:06:34 em Londres. O melhor tempo etíope foi de Bekana Daba, com 2:07:04, em Houston (EUA). Agora, em 2012, tudo começou diferente.

O jovem etíope Ayele Abshero, de apenas 21 anos, estreou nos 42 km com vitória e recorde na Maratona de Dubai, na última sexta-feira (27). Campeão mundial júnior de cross-country em 2009, Abshero marcou 2:04:23, dando um grande passo para garantir uma das três vagas da Etiópia para a Olimpíada de Londres. Sem levar em consideração (novamente) o tempo de Moses Mosop em Boston (2:03:06), é a estreia mais rápida da história numa maratona.

Crédito das fotos: Dubai Marathon

Detalhe importantíssimo: esse tempo de Ayele seria um dos três mais rápidos de 2011, atrás apenas do recorde mundial de Patrick Makau (2:03:38 em Berlim) e do “voo” de Wilson Kipsang (2:03:42 em Frankfurt).

Para completar, o pódio foi todo etíope em Dubai, com ótimos tempos: Dino Sefir em segundo (2:04:50) e Markos Geneti o terceiro (2:04:54), ambos recordes pessoais. A dupla estaria no top 6 de 2011 da maratona. Seriam três etíopes e três quenianos entre os seis primeiros. Equilíbrio total.

O recorde anterior em Dubai era do também etíope Haile Gebrsellassie, com 2:04:53. Agora, inclusive, Haile correrá pressionado a Maratona de Tóquio, em 26 de fevereiro. Para sonhar com Londres-2012, terá de correr muito rápido. Para carimbar o passaporte, sem dúvida alguma, terá de voltar ao 2h03. Impossível? Claro que não. Haile merece respeito. Agora, sinceramente, diria improvável. Mas maratona é maratona e Haile é Haile…

Uma certeza é que os etíopes mandaram um aviso aos rivais quenianos: “Estamos de volta”.

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7 Comments on “Etíopes mandam aviso aos rivais quenianos: “Estamos de volta”

  1. Fenix !!

  2. Talvez Londres-12 esteja quente, mas o percurso é rápido… vai ser interessante…

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    Põe interessante nisso Nishi

    E independentemente dos nomes, serão três quenianos e três etíopes “voadores”. Se todos estiverem no dia, com ou sem calor, a briga será emocionante e imperdível. Sem falar alguma surpresa porque, em maratona, sempre pode ocorrer algo “fora do normal”.

    Abraço
    André Savazoni

  3. Vai ser um pega-pra-capar daqueles… Difícil pro Marílson ter tanta gente voando baixo

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    Realmente, Fausto, será bem complicado para o Marílson. Infelizmente, mas quem sabe não rola recorde pessoal ou até o sul-americano. Já seria mais do que excelente.

    Abraço
    André Savazoni

  4. E aquela aposta das 3 medalhas olímpicas em Londres para o Quenia foi pro espaço! Agora está formada uma excelente disputa. Abcs!

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    Com certeza, disputa excelente. Mas não descarto em hipótese alguma as três medalhas para o Quênia. Não descarto, na verdade, nada na maratona entre os seis atletas que estiverem lá. Vai que os quenianos correm as próximas provas e dois ou três cravam sub 2h03!!!!! Depois de Boston, Nova York, Berlim, Frankfurt, não arrisco nada.

    Abraço
    André Savazoni

  5. Está muito difícil para Haile e Paula. Creio que a era deles já é passado. Nesta maratona tiveram 5 pódios da Etiópia. Marílson vai ter que correr muito para ficar entre os 10.

  6. Estou feliz com a Etiópia. A polarização nunca seria bom para o esporte. Ficaria sempre a mesma coisa. Perderia a graça. Agora que só dá África é uma verdade! Viva o império negro e das canelas finas! Os caras são máquinas de correr!

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    Alex, e mesmo muitos corredores que se destacam em outros países, são africanos de origem naturalizados. O que amplia essa supremacia. A mesma que há com o pessoal do Caribe nas provas de velocidade, principalmente a Jamaica.

    Abraço
    André Savazoni

  7. Que bom esse retorno pois só assim teremos bons “pegas” no final das provas. Os quenianos que se cuidem e vai ser muito bom para nós simples mortais acompanhar esses Mestres nem que seja na rabeira da prova ou pela televisão. Boas provas á todos!

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