Blog do Corredor André Savazoni 30 de junho de 2012 (3) (128)

Rio-2016 tem início na segunda-feira. Ou melhor, deveria já ter começado…

Sexta-feira estive no Ibirapuera assistindo ao Troféu Brasil de Atletismo. É impressionante como brasileiro deixa tudo para a última hora. Em todos os setores. Junte-se a isso a falta das condições perfeitas para que um atleta obtenha o índice olímpico. Antes de atirar a primeira pedra, quero deixar claro, a culpa não é só da CBAt. Divido-a com clubes, técnicos e os atletas. Ontem, dia 1º de julho, encerrou-se o prazo para a obtenção de uma vaga em Londres. Quem está classificado, tem de focar na Olimpíada. Para quem não vai, incluindo todos os envolvidos, Rio-2016 tem início nesta segunda-feira. Ou melhor, já deveria ter começado…

O Troféu Brasil foi marcado coincidindo com o prazo-limite para obtenção dos índices olímpicos. Deveria ter sido montada uma estrutura para dar as melhores condições possíveis para isso, certo? Com esse pensamento, não poderia ser em São Paulo, mas sim ao nível do mar. Só para começar. Lembre, estamos falando de centésimos de segundos em algumas provas… Qualquer benefício é bem-vindo.

Como outro exemplo, não poderíamos ter a final dos 10.000 m feminino na quarta-feira e dos 5.000 m na sexta. Só 48 horas de intervalo, não dá para ocorrer uma recuperação física e mental ideal. Por que não marcar a segunda prova para domingo? Como foi feito no masculino? Esse é o ponto que a CBAt tem de cuidar e de planejar, além de aumentar as competições em nível internacional, de trazer atletas de ponta para as provas, ou seja, criar um ambiente para a melhora de nossos competidores.

Falando dos clubes, treinadores e atletas, não podemos deixar a decisão para os 45 minutos do segundo tempo ou da prorrogação. Pode-se acertar um chute no ângulo? Claro. Possível. Mas não provável. Não há mágica no atletismo. Alguém que corre na média a 29 minutos nos 10.000 m não vai chegar num dia, acordar e cravar 27:50, por exemplo. Ocorre uma evolução gradual. Trabalho esse que demanda tempo, esforço, preparação… Volto a bater na tecla, por isso, Rio-2016 já deveria ter começado.

Competir no exterior é fundamental. Estar no meio dos melhores do mundo, em provas fortes. Buscar os índices nessas disputas, quando todo o ambiente conspira a favor. Nisso, clubes e  patrocinadores têm de investir, gastar. Garanto que será um retorno positivo. Não adianta contabilizar vitórias em provas “sem graça”. Um 10º lugar numa major como Londres, Boston ou Berlim, com um tempo de respeito em nível mundial (um índice olímpico), é muito melhor do que a vitória na Maratona de São Paulo.

Um 2h10 na maratona masculina ou 2:28 na feminina abre portas e garante convites para estar nas grandes provas, não só nas majors, mas em outras de nível técnico excelente. Vale o mesmo para as competições na pista. A chance da Cruz Nonata fazer o índice nos 5.000 m ou 10.000 m seria muito maior em um meeting internacional com quenianas, etíopes, americanas… do que no Troféu Brasil correndo sozinha e dando “capote” em todas as adversárias, como foi nos 10.000 m ou na maioria, nos 5.000 m.

Conversando com o técnico Cláudio Castilho, do Pinheiros, na sexta-feira à noite, no Ibirapuera, ele disse que após a Olimpíada de Londres e a consequente (e necessária) recuperação, Adriana Aparecida da Silva irá disputar provas no exterior, correr com as melhores do mundo, colocar a “cara para bater”. Esse é o pensamento perfeito. Que deve ser seguido. Tem um custo? Claro que sim. Mas não adianta economizar nesse ponto. Adriana competindo em Nagoya, Tóquio, Nova York, Londres, Berlim, Roterdã… só para citar alguns exemplos, ajudará consideravelmente em sua evolução.

Já perdemos tempo demais na preparação para o Rio-2016. Temos de literalmente correr um pouco atrás do prejuízo. Como cada centésimo de segundo faz diferença, cada dia de atraso complica demais. O que não pode acontecer é “dormirmos” agora e “acordarmos” em 2015, lembrando que um ano depois teremos Olimpíada!

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3 Comments on “Rio-2016 tem início na segunda-feira. Ou melhor, deveria já ter começado…

  1. Na atual estrutura e planejamento que clubes e própria CBAt tem, se mantiverem, pode sonhar com 2016, 2020, 2024. Pois eu, vc, a atual geração, dificilmente veremos nosso país brigando por medalhas.

    O investimento tem que começar desde criança, melhorar as condições das escolas. E por que não copiar o modelo americano?

    No dia em que os governantes pararem de pensar apenas o benefício próprio a coisa muda de figura. Boa vontade e cumprimento com os interesses públicos, essa é a solução.

  2. Sou praticamente um leigo no assunto, pois não tenho formação acadêmica na área esportiva, e meu trabalho não tem ligação com o esporte. Porém entendo que 4 anos é um tempo razoável para preparar um atleta olímpico e, no mínimo, 8 anos para “fazer” um atleta.
    Agora, André, imaginemos o esporte de todos os brasileiros, daqui a dois anos, no Brasil; quanto tempo perdido! Se não houver milagre desses que só acontecem no futebol, será a maior vergonha de todos os tempos.

  3. Tambem acho isso, mas as equipes de rua do Brasil ñ tem essa concepção acho q umas das principais do Brasil são o Pinheiros e a BM&f bovespa. Essas duas q têm mais o condição de colocar atletas nas olimpíadas, pois eles tem patrocínio o suficiente para manter sua equipe. igual a pé de vento de petropolis eles estavam precisando de varias corridas no mês para manter a equipe com a premiação das corridas q ganhava,isso atrapalha muito os atletas e seus desenvolvimento,igual se o damião,e o giovani tivesse o mesmo treinamneto e participava das mesmas provas acho q eles teriam melhor resultados em maratonas>Agora a equipe do cruzeiro tambem sempre vejo o blog delas e sempre os atletas participam de varias corridas no final de semana li uma materia no blog q fiquei muito treiste,João Gari correu a maratona de linha verde uma prova muito pesada com o tempo de 2:22 e sagrou campeão,na proxima semana ele estava correndo uma prova de 10 km no interior de Bh sagrando campeão,isso afetaria a recuperação dele,se ele se poupasse igual ao outros atletas acho q teria chance de correr abaixo de 2:15 mais só q esses clubes queimam muito seus atletas em provas bobas, isso atrapalha muito o corredor para próxima olimpíada e dificilmente ele se desenvolvera para chegar lá no auge. Obrigado,abrassss a tdos

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