Cinco meses de treinos ininterruptos. A sensação hoje foi de dever cumprido

A meta do primeiro semestre seria a Maratona de Boston. Ou melhor, foi, dependendo do ponto de vista. Corri minha mais emocionante e apaixonante prova. Duvido que terei uma sensação parecida. Primeira vez é primeira vez… Mas o calor impediu o desempenho que queria. Os treinos, então, foram “emendados”. Não parei. Conversando com meu treinador, Marcos Paulo Reis, resolvemos apostar. Em busca do índice para Boston-2013, a escolha foi a Maratona de Porto Alegre. No próximo domingo, novamente, estarei percorrendo 42.195 m pelas ruas da capital gaúcha. Hoje, após o último treinamento – depois de cinco meses ininterruptos –, a sensação foi de dever cumprido.

Marcos Paulo acredita em periodização da preparação para os 42 km. Eu também. Mas resolvemos arriscar. Emendamos os treinos pós-Boston e analisamos como meu corpo reagiria. Confiou na minha sensação. Temos a orientação do técnico, acreditamos em seu pensamento, mas temos também de ouvir nosso corpo. Confesso que até eu me surpreendi. Cortamos os tiros de 400 m, 800 m, mas mantivemos as rodagens (e põe rodagem nisso), os ritmos, fartleks… Estou sem qualquer dor muscular. Como o corpo reagirá após o km 35 em Porto Alegre? Boa pergunta. Respondo domingo!

Já escrevi aqui, o mais sofrido da maratona é seu treinamento. A dedicação necessária. Porém, como disse o Sérgio Rocha no blog Corredólatras, aqui ao lado, corremos por prazer, por paixão. Não é um sacrifício, mas sim uma realização. Hoje, no aquecimento na pista do Bolão, tive a companhia do Solonei Rocha, que estava rodando após voar em tiros sofridos. Ele ressaltou o que já falou várias vezes: esporte de alto rendimento passa longe da saúde e o sofrimento é enorme, as dores idem. É a profissão dele. Você vai todos os dias feliz da vida e alegre para seu trabalho? Pensa: nossa, não vejo a hora de ir trabalhar! Claro que não. Longe disso. E para treinar? Estamos lá porque queremos.

Nesses cinco meses, foram 1.673,45 km rodados e 151:26:52 de treinamento de acordo com relatório do Garmin. Acrescente um pouco mais, já que fiz provas e corri alguns dias sem o GPS. Fazendo uma média aproximada, dá 334,69 km por mês e 83,6 km por semana. Hoje, ao terminar o último minuto do fartlek (12 vezes de 1 minuto bem rápido e 1 minuto lento), a sensação foi ótima. Fiz o que deveria ter feito. De vez em quando, relaxamos na alimentação, na cerveja ou vinho (para quem gosta, como eu), mas no geral, a dedicação foi completa. Agora, é curtir, domingo, 42.195 m almejados. Dia de forçar, sofrer e, também, divertir-se muito.

Além disso, depois de uns dias de descanso, ainda na primeira quinzena de junho, começa tudo de novo. Que bom ter essa opção.

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