Brasileiro adora viajar. Se for para correr meia ou maratona, principalmente, então… Está unindo o útil ao agradável. Com o real valorizado, as provas nos Estados Unidos e Europa tornaram-se um sonho bem possível. Com o valor do dólar subindo (não sabendo até quando), pode complicar um pouco. Aqui, na América do Sul, há boas opções. Buenos Aires já é a queridinha, muitos dizem ser a “maior maratona brasileira”! Santiago no Chile foi invadida nesta temporada. E, Lima, no Peru, também com organização Adidas, pode cair no gosto brazuca. A amiga corredora Luciana Fioravanti, de Porto Alegre, completou os 21 km no último dia 20 e fez um relato para o blog sobre a prova.
“Todo corredor amador, penso eu, tem a fantasia de ser reconhecido e bem recebido ao chegar em uma cidade ou país distante. Em Lima, Peru, não foi bem assim… nenhum outdoor anunciando a maratona, meia ou 10 km. Tampouco os motoristas de táxi ou pessoas com quem conversávamos nas ruas sabiam do evento, realizado no dia 20 de maio. Só se falava em uma luta ou combate de MMA que ocorreria no sábado, dia 19, à noite.
Chegar na Expo Marathon foi complicado, pois o taxista nos deixou no endereço errado e no trânsito estressado de Lima, o melhor foi mesmo caminhar até conseguir entrar no Parque De Las Águas.
A feira é fraca, mas a retirada do kit foi rápida e eu e dois amigos de Brasília fomos bem recepcionados e atendidos. Mas o melhor a fazer era ir embora com o kit na mão.
No domingo pela manhã, chegamos na largada às 6h e, decepcionados, encontramos um parque vazio, escuro e silencioso. Por volta das 6h30 os corredores começaram a chegar, todos vestindo a camiseta oficial da prova.
O dia clareou, o som foi ligado, os voluntários muito animados começaram a organizar a largada e a dar instruções um tanto confusas aos corredores. Rapidamente em um piscar de olhos, sentimos que um grande evento iria acontecer.
O clima era favorável, nublado, uma leve garoa no início da manhã, a temperatura máxima seria de 20°C.
E este clima se manteve assim durante os 5 dias que ficamos lá. Para mim, que moro no sul do Brasil, onde o clima é instável e varia dos 10°C aos 30°C mesmo no outono, não poderia ser melhor.
Se alguém procura clima ideal para correr e não espera por surpresas no dia da prova, Lima é o lugar certo.
Soube que há 25 anos não chove lá, apenas garoa. E a umidade do ar se mantém em níveis bem agradáveis para nós corredores. Não sei como isso é possível. Teria de estudar mais geografia para chegar a um entendimento.
Foram 12 mil inscritos para as três distâncias. Largadas às 7h para a maratona, 8h para a meia e por último os 10 km.
Guarda-volumes, banheiros químicos impecavelmente limpos até o final da prova, telão, frutas, espaços reservados para alongamentos e massagens. Tudo perfeito, inacreditável, mas tudo estava funcionando em questão de meia hora.
Muitos estudantes do quartel militar estavam presentes ao longo do percurso. As ruas contavam com a presença entusiasmada do público. Hidratação abundante com isotônicos, água em postos muito próximos, menos de 5 km entre um e outro. Dois pontos com banheiros químicos.
Patinadores alegres ficavam passando spray analgésico nas pernas dos corredores cansados, tinha esponjas para o corpo, shows de dança e música, bananas e uma ducha lá pelo final da prova.
O percurso era difícil para qualquer distância. Lindo, pois os 42 km passavam pela orla marítima e os 21 km, por bairros nobres e arborizados.”
A dificuldade eram as subidas… a meia-maratona tem um desenho: o da letra V. Desce até o 12 km e sobe até os 21 km.
Para os maratonistas, as subidas começavam nos últimos 9 km.
Eu corri a meia com o propósito de por um dia ser uma corredora turista, pois esta prova não fazia parte do meu calendário. Tirei fotos, parei nos postos de hidratação, conversei com outros corredores e apreciei as ruas e arquitetura. A sensação ao chegar com 1h54 ( tempo do Garmin) foi de quem tinha feito um grande passeio, diferentes de provas mais tensas nas quais não sobra tempo para mais nada a não ser correr.
Os dois maratonistas de Brasília, Constantin Kladis e Ciro Abreu, se superaram, com tempos de 3h40 e 3h24.
Acabamos a prova felizes, satisfeitos com a excelente organização e prontos para desfrutar da cidade que é abençoada com a orla marítima, paraíso dos surfistas. Parques muito bem cuidados com ciclovia, pistas para skatistas e para a prática de mountain bike. Belos jardins e o colorido das flores cuidadosamente cultivadas e distribuídas formam desenhos que esteticamente agradam muito o olhar do observador.
A culinária é baseada em frutos do mar e peixes, com variedade de opções e preços. E depois de correr pode-se comemorar tomando uma bebida tradicional , o Pisco, uma delícia!”
Quer saber mais? No ano passado, o também amigo Carlos Hideaki correu a Maratona de Lima. E escreveu para a Contra-Relógio. Clique aqui e leia o texto dele.
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Eu também corri a maratona, foi a minha quinta (primeira deste ano). Eu esperava mais da cidade, achei a cidade muito cinza, barulhenta e povo stressado.. Não é possível ficar mais de 2 segundos sem ouvir buzinas… eles amam buzinar. Durante a prova, vi vários motoristas xingando os policiais, mais tarde fiquei sabendo que eles não os repeitam. Bom, fora a parte beira-mar, as subidas castigam muito. Fora isto a organização é impecável… perfeita.
Bom dia, gostaria de saber se algum canal que transmite as meias e as maratonas pela internet ou mesmo pela tv. Obrigado. Muita paz.
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Deraldo, muitas maratonas têm transmissão, pela internet (a maioria) e pela televisão. Temos de olhar sempre nas vésperas da prova porque não há um link único.
Abraço
André