Minha relação com Santos vem desde os primeiros passos, literalmente. Ou melhor, bem antes deles. As manhãs nos primeiros cinco anos de vida foram passadas na orla, nos jardins, na areia, no mar… Só não nasci na cidade por uma questão de “logística”. Então, sou suspeito para falar. Bom deixar claro. Mas mesmo assim vou escrever. Até na época da faculdade de jornalismo na Cásper Líbero matávamos aula na sexta-feira para descer a Serra do Mar e disputar animados jogos de futebol na praia. Dessa forma, desde antes de começar a correr, já era apaixonado pela cidade. E, como consequência, pela prova da Tribuna. Depois que corri pela primeira vez então… Paixão não se explica. É algo que se sente. E corre atrás…

Foi o que fiz e, domingo, estarei em minha terceira participação na minha prova preferida no Brasil. Nos últimos quatro anos, por exemplo, o terceiro domingo de maio, obrigatoriamente, foi passado em Santos. Não corri a edição passada (minha mulher, Mari, representou a família, mas eu acompanhei tudo, fiz a cobertura para a Contra-Relógio e levei a criançada para acompanhar a chegada, a festa…). Agora, com o kit na mão desde terça-feira, não vejo a hora de largar… Amanhã pela manhã, claro, ainda terá uns 40/50 minutos de trote na beira do mar, para manter a tradição. Quem quiser acompanhar, será uma prazer.

Já relatei no primeiro post do blog que minhas primeiras lembranças da corrida são em Santos, com meu pai. Durante anos, acompanhei a festa em que se transforma a região neste final de semana. Por sinal, ao lado do Rio de Janeiro, é a cidade que mais respira esporte 365 dias por ano. Seja o tamboréu, corrida, futevôlei, futebol de praia, vôlei de areia, natação, triatlo… e tem ainda os caminhantes e o pessoal que usa a bicicleta como sistema de transporte.

Sem falar na diversão, na festa com público, nas bandas, nas aulas de spinning na frente das academias pelo percurso, pelos parentes e amigos na linha de chegada, pelos grupos de amigos/trabalho/assessoria, na possibilidade de ao completar a prova ficar batendo papo e dar uma caminhada pela areia, sentar e curtir a vida… Além de tudo isso, é um lugar para performance, para fazer seu melhor tempo. Apesar da largada um pouco tumultuada e do “congestionamento” nos primeiros quilômetros, costumo brincar que na Tribuna você faz tempos que não imagina nem em sonho e que não chega nem perto em outras corridas. O astral é parte determinante desse “doping do bem”. Não tenho dúvida. Organização e hidratação perfeitas, completam os pontos positivos. Ah, os dois quilômetros finais na orla, são inesquecíveis.

Como estou na fase final da Maratona de Porto Alegre, que será dia 3 de junho (e emendei o treinamento, sem descanso, de duas maratonas, depois de Boston – aqui um conselho, NÃO FAÇAM ISSO, experiência própria, dói demais), vou sem expectativa nem busca de tempo algum. No começo do ano, o foco era fazer o primeiro sub 40 de 2012 na Tribuna, mas tudo mudado. Correrei até sem relógio, sem GPS, sem nada. No melhor estilo antigo, guiado pela percepção, pela sensação, curtindo minha paixão pela prova. No final, quando sair o resultado, verei que tempo eu fiz. Isso pouco importa. Santos é o lugar para curtir minha paixão. Pela corrida e pela Tribuna 10 km. Algo que não se explica. Precisa sentir. Nos vemos domingo na Tribuna 10 km.