Há dias e dias. Não temos como fugir disso. Infelizmente. Por mais preparado que você esteja (e não falo só de esporte), existem momentos em que nada se encaixa. Sem desculpa, nem nada. Tenta, tenta, mas não vai. Foi assim ontem, na etapa de São Paulo da Golden Four Asics. Isso não tem nada a ver com o tempo de conclusão (que foi até bem bom), com o clima ou percurso, mas como me senti na prova e como corri. Sem me sentir bem desde o km 2, não tive cabeça para fazer força ou até dar um sprint a partir do km 18. Frustrante. Levará um tempo para digerir, mas bola para frente.
Do km 2 para frente, estava com ânsia, parecia que tinha uma “batata” na garganta, mas o ritmo estava encaixado. Fui de cronômetro desta vez, mas confesso, não consigo mais ficar olhando para o relógio, controlando ritmo a cada km, essas coisas. Quero correr… Pela sensação. Olhei no primeiro km e, depois, fiz como no Rio, usando como referência somente algumas marcações da prova. Nem todas. Até passei o km 10 bem, em 40:44, mas já desconcentrado, não vendo a hora de terminar a corrida. Isso é ruim demais.
Então, a partir do km 18, piorou mais, não via a hora de acabar. Com o vaivém que havia no final (mais um), desanimei ainda mais. Não era um problema de pernas ou de preparo físico, mas de vontade de correr. Mesmo em uma maratona, que é sofrida de qualquer maneira, ou em um 10 km para sub 40 (quando tudo doi), precisamos ter prazer, curtir o momento. Da maneira que seja. Ontem, não curti nada e no final a cabeça pesou. Como não estava marcando o tempo, não tenho como confirmar, mas acredito ter perdido de 40 seg a 1 min nos 3 km finais… Fechei em 1:27:21 (tempo líquido oficial), uma boa marca, mas a sensação foi de frustração… Paciência, agora, é dar um tempo, continuar treinando e bola para frente.
A CORRIDA – Falando da prova, achei o percurso de São Paulo o mais “travado” dos três deste ano da Golden Four Asics. Muitos cotovelos, vaivém dentro da USP, além da chegada. Para 2013, deixar a prova mais “reta” seria melhor para a característica defendida pelo evento, de ser uma meia-maratona rápida. Claro que muita gente bateu recordes pessoais, mas isso devido ao clima ótimo no dia, à largada às 7h e com separação de ritmo, hidratação perfeita e aos treinamentos de cada um, porém, seria ainda melhor com essa mudança.
Houve um atraso de 7 minutos na largada, a partir da elite feminina. Um ponto bem interessante é que, ao contrário do Rio, controle total na entrada nas baias, com pessoal do staff retirando da elite B quem não tinha o número correspondente. Uma medida excelente. Alguns corredores reclamaram de marcações de quilômetros erradas, mas não posso avaliar porque estava sem GPS nem cronometrei as passagens. Além disso, outros disseram que houve um acréscimo de 32 seg no tempo líquido. No da minha esposa, aconteceu mesmo. Mas o meu tempo bateu exatamente com o meu cronômetro, tanto a marca bruta quanto a líquida (e com o relógio na chegada). Agora, neste momento que escrevo o texto, os resultados estão “em apuração” no site (já foram publicados).
Falando ainda do evento em si, considerei a Expo de sábado a melhor da Golden Four deste ano. Sem comparação. Tudo muito bem dividido, espaçoso, confortável, organizado… a loja da Asics com uma variedade enorme de produtos, distribuição de água, um bom lanche, acesso muito fácil pelo Metrô. Pode (e deve) ser usada como referência para as outras provas da série de 21 km da Asics ou não.
RESULTADOS – A disputa na elite também boi bem equilibrada. No masculino, apenas 2 segundos separaram primeiro e segundo colocados, Rafael Santos de Novai (1:04:50) e Solonei Rocha da Silva (1:04:52), respectivamente. Entre as mulheres, vitória da queniana Nelly Jepkutui, com 1:16:04, com a brasileira Sirlene Sousa de Pinho, na segunda posição (1:17:13).
Foto: Asics/Divulgação