Blog do Corredor André Savazoni 1 de outubro de 2012 (5) (136)

Matemática da corrida? Passo longe. Ainda mais em provas

Corrida é matemática? Para muitos, sim. Há treinadores com quem já confirmei que provam isso por A + B. Apesar de sempre ter ido bem com essa disciplina na escola, fui fazer Humanas, ou seja, parte já está explicado. Não tenho paciência para ficar lidando com números. Gosto de correr rápido, baixar tempo, não nego, porém, no dia da prova, sei o pace a manter. Isso basta. Durante a corrida, não faço conta alguma. Para ser sincero, nunca sei quanto vou terminar… Ou corro ou faço contas. Fico com a primeira.

Já fui em provas com aquelas “colinhas” de passagens da maratona no braço. Nas duas vezes, ouvi de minha mulher: “Para que isso aí? Você não vai olhar e, se olhar, além de tudo, não irá enxergar nem somar nada.” Sábia essa Mari. Me conhece melhor do que eu. Dito e feito. Foi o que rolou e as “colinhas” foram atiradas longe durante a prova. Além disso, se começar a fazer contas, vou desconcentrar, tropeçar e cair de novo. Sem isso, já levo meus tombos…

Não sei meu VO2max, nem o que é vVo2max… Muita chatice. Importante para a elite? Talvez. Ergoespirométrico? Nome muito complicado, nem sei falar isso. Respeito quem usa, mas para mim, simples mortal e amador, o teste de esforço simples que fiz, no consultório do médico, me informou a única coisa que me interessa: meu coração está ótimo e posso correr a vontade. Bem, isso foi no começo de 2010, antes de estrear nos meus primeiros 42 km em São Paulo. Faço anualmente, entre abril e março, um “batalhão” de exames de sangue. Tudo melhorando ano a ano. Vamos em frente.

Nas provas, em muitas nem uso GPS ou relógio. Quando estou com eles, dão um parâmetro. Muito bom. Mas só isso. Para mim, a matemática da corrida que vale é a seguinte: “Estou bem, corro. Estou cansado, seguro”. Sei que domingo, tenho de manter na Maratona de Buenos Aires de 4:15 por km para baixo. Se estiver um pouco acima ou um pouco abaixo, só saberei o tempo ao cruzar a linha de chegada!

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5 Comments on “Matemática da corrida? Passo longe. Ainda mais em provas

  1. Deve ser por isso que eu sou mais lento então haha. Faço muitas contas de quanto estou abaixo ou acima do pace. E já saio de casa sabendo mais ou menos qual vai ser o tempo final de acordo com o pace. Talvez se eu só corresse, melhoraria alguns segundos.

  2. Porra, faço conta pra cacete em corrida… se diminuir o pace em 2seg durante 08km eu acabo sendo 16seg mais rápido o que me dá o direito de tomar água no próximo posto diminuindo o ritmo pra não engasgar desde que o cadarço não desamarre, hipótese em que tenho que diminuir o pace em 4 seg por mais 3km…

  3. Concordo plenamente com vc. Corro sempre no meu ritmo e sempre para fazer tempo. Vou sempre me adequando à sensação de esforço para completar a prova. Abraços, turma de Brasília.

  4. Oi André,
    Não uso GPS, não sei meu VO2max, não uso “colinha” (acho que vou tentar…) e outras coisas mais. Corro por prazer, pela saúde física e mental.
    No entanto, como bom engenheiro, faço contas e mais contas durante a prova. Vai ver que foi por isso que corri tão bem junto com o Nishi quando fiz meu PR na G4SP, só com relógio.
    Na verdade, fazer as contas e ao mesmo tempo perceber como meu corpo está respondendo aos tempos po km me ajudam a me manter focado na prova. Na minha pouca experiência, quando comecei a “viajar” durante a prova e pensar em outras coisas o meu pace foi pro brejo, mas aí talvez seja falta de experiência mesmo…
    Enfim, acho que este é um dos aspectos legais da corrida um pouco mais longas (por isso gosto das Meias), o lado mental e como cada um lida com isso.
    Abraços!

  5. Sou professor de Computação, portanto conta pra mim não é problema.

    Numa certa corrida eu queria correr os 10K abaixo de 45 minutos. Na noite anterior, fiz as contas de quanto precisava passar em cada marca de Km, caso eu conseguisse manter um ritmo regular. Deu certo pois sempre passei com alguma folga. Fiz em 44:16., recorde pessoal.

    Mas tem coisas que não dá para controlar. Eu queria correr a corrida deste último domingo com os batimentos cardíacos abaixo de 140. Mas não deu. Mal a corrida começou, já estavam em 160, sem que eu estivesse forçando, longe disso. Na média o bpm ficou em 164 durante os 10K. Não levo mais monitor cardíaco para prova nenhuma 🙂

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