Blog do Corredor Notícias André Savazoni 28 de fevereiro de 2013 (11) (142)

A matemática da corrida. Será que agora serei abduzido?

Já escrevi aqui no blog que na corrida sou mais transpiração do que razão. Que não a considero um esporte matemático, onde 2+2=4. Para mim, há inúmeros fatores que influenciam diretamente, principalmente nas maratonas, prova que respeito, admiro e sou apaixonado. Porém, confesso, há motivos que me fazem refletir sobre essa postura. Numa nova fase da vida, passo a treinar a partir desta semana com o técnico e amigo Marcelo Camargo, de Belo Horizonte, o mais matematico dos matemáticos que conheço. Será que serei abduzido?

Aprendir a respeitar o Marcelo por nossa convivência, seja ele como entrevistado ou amigo. Sempre me diverti nas viagens a Belo Horizonte (que tem um pessoal gente boa demais, diga-se de passagem. Alguns meio estranhos, mas bem legais).

Além de ótimo corredor (se bem que fazia sub 40 naquela época de não ter tempos líquidos, nada de chip, percursos mais ou menos aferidos, papel no espeto, rs… ou seja, em outro século), Marcelo é um estudioso das corridas. Vai a fundo tanto na teoria quanto na prática. Ministra cursos em Minas Gerais e, nas conversas, quase consegue me convencer com os números! Montou planilhas para os 42 km na Contra-Relógio que estão sendo elogiadas e seguidas por inúmeros leitores.

Falando sério sobre a matemática, em parte, ele tem muita razão. Traça resultados com base em treinos de ritmo, de velocidade, de longões, que batem nos mínimos detalhes com as provas. Muitas vezes, acerta até nos segundos. Já pedi os números da Mega-Sena para ele, mas nada. Da próxima vez, vou negociar em troca de dois queijos (talvez três) e um pote de doce de leite. Quem sabe ele não me passa pelo menos as cinco dezenas da Quina.

Quem quiser saber mais do trabalho do Marcelo, pode acessar o site pessoal que ele acabou de lançar. Quanto à matemática da corrida, prometo ir colocando aqui nossa parceria e, quem sabe, no final do ano, serei um corredor matemático ou um matemático corredor!

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11 Comments on “A matemática da corrida. Será que agora serei abduzido?

  1. Junte-se aos bons e será um deles. O Marcelo treina um atleta no qual você deve se inspirar. Bem vindo ao time!

  2. Está aí um técnico com o qual seria ótimo de treinar. Gosto muito de matemática aplicada à corrrida!

    ————————–

    Glauco, se interessar bater um papo, tem todos os contatos do Marcelo no site dele. Coloquei o link no texto.

    Abraço
    André

  3. Certa vez, montei uma teoria que era algo do tipo: corrida de 5 km é uma conta simples de adição, 10 km é equação de primeiro grau, meia é de segundo grau, maratona é equação de terceiro grau, e assim por diante. Lógico que isso é só um “modelo”, mas a questão é que a corrida é a soma das inúmeras variáveis, fisicas, quimicas, emocionais, climáticas, os adversários, etc. Como corrida é uma modalidade em que teoricamente damos “tudo de si”, não duvido que um dia surja um supercomputador capaz de advinhar com grande precisão o tempo de conclusão de prova de um sujeito, ou onde e quando ele vai quebrar. Lembrando que mesmo a parte emocional está muito ligado aos neurormônios (posso estar equivocado nos termos técnicos), e seu efeito pode ser mensurado. Só falta descobrir as inúmeras variáveis e o método de mensuração.

  4. Bem vindo ao time, estou treinando com o Marcelo desde janeiro para a maratona do Rio, e a cada planilha e e-mail que recebo das perguntas que faço (que são muitas), fico cada vez mais impressionado com ele. O cara é muito bom no que faz.

  5. Conheço o Marcelo Camargo desde quando comecei a brincar de correr. Ainda continua brincando! é uma diversão!

    Bom! Pegando corredores bem treinados, ou seja, aqueles que sofrem a menores interferências por fatores externos pudemos até mostrar que a Volta Internacional da pampulha de 2012 tinha 19km ou mais, e não os 18.650m anunciados pela organização. 🙂

    Sim, eu acho que matemática tem muito a ver com a predição de performance nas provas. 🙂

  6. Marcelinho é o cara! Sempre disposto a ajudar e um excelente professor. Os ensinamentos adquiridos no curso foi de grande importância para o meu desempenho nas corridas. Bons treinos, André.

  7. Nossa, imagina o Marcelo treinando minha amiga Yeda… cada post no blog dela tem mais números do que letras!

  8. Marcelo Camargo é, sem dúvida, o maior responsável pela alta qualidade dos treinamentos de Corrida de Rua em BH. E pq não dizer do próprio fenômeno que a corrida se tornou? Seu curso pioneiro na modalidade (TCR) vem formando, a cada semestre, uma legião de bons professores altamente capacitados, professores esses que estimulam seus alunos a irem cada vez mais longe com toda segurança. Com o conhecimento que adquirem, os professores de Ed.Física que fazem o curso conseguem prever os tempos de seus alunos, pois eles os ensinam a correr sempre no limite, assim como fazem nos treinamentos. Dessa forma todos alcançam seus melhores resultados, com segurança e confiança de que o treinamento deu resultado.

  9. Como engenheiro respeito os números, porém no dia muita coisa pode acontecer para definir o tempo final: uma preocupação, uma má alimentação, um desentendimento, o clima, etc. Penso que a análise numérica das planilhas nem dão um norte, nunca as cordenadas precisas…

  10. Como publiquei em meu site : “Enfim, terei a honra de treinar o melhor jornalista que conheço quando o assunto é corrida de rua, além de excelente corredor que é(André Tarchiani Savazoni)”.
    Quando brincamos ou falamos sério sobre a matemática de corrida, estamos falando sobre o controle da carga de treinamento a qual nós corredores somos submetidos.
    O treinamento esportivo é uma ciência biológica e não uma ciência exata. O corpo humano ainda não se tornou uma máquina, ainda bem..rs.. e está sujeito a inúmeras variáveis durante uma competição ou mesmo treino, como “Hideaki Fujinaga” já citou aqui.
    Porém, sem controle não há treinamento, há apenas empirismo, fazer o que pensa que é pra fazer e achar que isso deve levar um resultado desejado….apenas achar.
    Se gostamos do que fazemos não podemos investir em algo somente por achar que pode dar certo, no mínimo temos que ter uma justificativa técnica e científica para o que nos submetemos fazer.
    Os componentes da carga de treinamento: Volume, intensidade, duração, frequencia e densidade, exigem controle e quando bem realizado passamos a entender que existe uma correlação númerica coerente deste controle e a previsão de resultado em uma prova…ou seja..matemática…simples assim….rs
    Obrigado a todos pelas palavras aqui deixadas, isso me faz entender um pouco mais o sentido do meu trabalho.

  11. Até hoje o Marcelo não errou nenhuma vez, rsrsrs. Aprendi com ele que a disciplina e dedicação aos treinos me dão tranquilidade e suporte para fazer uma prova tranquila e cumprir os tempos estabelecidos. Sinto lhe informor André mas vai ser Abduzido…..

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