Blog do Corredor André Savazoni 23 de dezembro de 2013 (6) (119)

Precisamos mesmo de mais provas? Não deveríamos ter um ‘planejamento’?

Tenho uma dúvida, com uma resposta quase definitiva. Precisamos mesmo de mais provas no Brasil? Estamos, ano a ano, crescendo em número de eventos, porém, não na mesma proporção em concluintes nem em qualidade. Junte-se a isso no “atrativo”, no “desejo” de participar da prova X ou Y.

O amigo e treinador Nelson Evêncio, presidente da Associação dos Treinadores de Corrida de São Paulo (ATC), juntou alguns números que podem representar muito. Em 2013, a cidade de São Paulo teve seis provas de meia-maratona. Incluindo São Bernardo, Santo André, Campinas (duas) e Praia Grande, no Estado  foram 11 eventos. Somando todos, 21.232 concluintes. E, nesse caso, vejam, não quer dizer que foram 21.232 pessoas correndo 21 km. Bem menos do que isso. Eu, por exemplo, apareço três vezes nessa contagem – fiz Meia Amil de Campinas, Golden Four Asics e Praia Grande. No Rio de Janeiro, foram 24.100 das quatro provas na distância – com o mesmo fator se repetindo.

Não seriam muitos eventos, principalmente em São Paulo? Não “dispersa” o interesse? A Mizuno anunciou um novo circuito de meias-maratonas no lugar das 10 milhas. Porém, esses mesmos 16 km não eram uma “porta de entrada” para quem faz 10 km e sonha com os 21 km? Precisaríamos, por exemplo, de mais provas de 15 km, intermediárias, a meu ver.

O mesmo na maratona. Temos provas de 42 km demais. Claro que respeito outras opiniões. Mas três, no máximo quatro, maratonas excelentes no Brasil, concentradas no período mais frio, com largada bem cedo, seria o ideal. Criaria um atrativo, um desejo, uma vontade de participar delas.

Dentro desse parâmetro, concordo (e defendo) o que o Tomaz Lourenço escreveu no editorial da Contra-Relógio do mês de dezembro: precisamos de mais provas de 25 km e 30 km. Que serviriam não somente como longão para quem assim quiser, mas como um teste, um passo para chegar aos 42 km.

Acredito que chegou o momento de focarmos a qualidade e menos a quantidade no Brasil. Ter menos eventos, mas de excelência, principalmente de 21 km e 42 km, com distâncias intermediárias de 15 km e 25km/30 km, não vai deixar a corrida menos interessante, com opções reduzidas, pelo contrário (e sobram 10 km…). Vai criar aquela vontade de competir. E de treinar para elas.

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6 Comments on “Precisamos mesmo de mais provas? Não deveríamos ter um ‘planejamento’?

  1. É o que mais ouço e ouvia quando conseguia atingir uma determinada kilometragem. Parece que se estabeleceu um paradigma de “evolução” da distância a ser “desafiada” (sic)

    5km – 10km – 21,1km e 42,2km

    Tudo bem que eu estreei nos 10km pois nos treinos eu já havia atingido esta distância, mas para mim seria 5km – 10km – 15/16km (Isso mesmo, 15 ou 16km!!!) – 21,1km.

    Assim que fiz os 10km, ouvia muita gente me dizer que a próxima distância seria os 21,1km. Calma! A sequência não é tão simples assim, no meu entender! E essa distância intermediária que você citou, foi muito importante eu ter participado antes de passar para a Meia.

    Não sei a disponibilidade que temos no Brasil. São Silvestre (Se alguém conseguir se posicionar de “cara para o vento” e correr para fazer tempo), 10 milhas da Garoto, Sargento Gonzaguinha, os 16km do Circuito Athenas, o 10 miles Mizuno (que não teremos mais no ano de 2014), 10 milhas da O2 no Rio e em São Paulo, e outras de 10 milhas – poucas mas espalhadas por algumas cidades brasileiras.

    A única de 25k que eu conheço, ou uma intermediária entre a Meia e a Maratona, é a que está no mesmo pacote junto com uma Maratona de SP, se não me engano.

    Taí, se organizassem corridas com rótulo de 10 e 20 milhas, estas seriam as distâncias intermediárias ideais!

    Pode ser que a matemática que se é ensinada ao corredor iniciante para se chegar ao “Olimpo” é a da multiplicação por 2 – e que mesmo assim não vale porque 10 + 10 = 20 e não 21,1.

  2. Se levarmos a discussão para o fato de termos 3 maratonas sendo realizadas na mesma data……

  3. Concordo. Agora é hora de planejar minimamente o calendário de provas.

  4. Teríamos que começar com um calendário único via CBAt.

  5. Hélio, aqui em AJU tem uma corrida de 25K já na 30 ediação.

  6. Concordo com o post e com as colocações feitas. Acho que poderíamos ter provas nestas distâncias não clássicas e pelo menos as maratonas poderiam ter um intervalo de duas a três semanas entre elas. Abs

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