Em uma ótima iniciativa da Latin Sports e da New Balance, no próximo domingo teremos a New Balance Excellent Series 15k na região do Jocley Club e Parque Villa-Lobos, em São Paulo. Uma prova com a exigência de índices. Não de outro mundo. Palpáveis para muitos corredores.
Em uma época em que as corridas estão cada vez mais caminhando para o lado da diversão, da qualidade de vida, da integração e das baladas, considero um passo à frente o lançamento de um evento como esse. Claro que os patrocinadores/organizadores sabem que o número de inscritos e concluintes será bem abaixo da média. Tanto que colocaram “apenas” 1 mil vagas.
Temos em média, somente na Capital paulista, quantas provas por final de semana ao longo dos 12 meses? Três, quatro, cinco? Então, opções não faltam para todos os gostos, bolsos e objetivos. E com índice? Uma em 52 semanas?.
O que faz de Boston ser uma maratona desejada? Os 118 anos anos ininterruptos? A participação popular? O envolvimento da cidade? A organização de excelência? Os grandes patrocinadores e atletas estrangeiros? Ser uma das seis Majors? O ambiente? Claro que todos esses fatores são primordiais. Porém, o que a faz diferente do restante: ter uma exigência de tempo.
Claro que, sempre, haverá um “jeitinho”. E não é brasileiro. Em Boston, pode-se inscrever sem índice. “Comprando” a vaga por agências. Fazendo caridade. E, não vamos ser ingênuos: os grandes patrocinadores têm uma cota, podem, ora ou outra, colocar convidados na largada de Boston. Mas isso é uma minoria. Não a regra. Faz parte do “negócio”.
A série de meias-maratonas Golden Four Asics é outra competição que valoriza essa busca por recordes pessoais, a evolução dos corredores. Isso não impede que muitos estreiem nos 21 km da marca ou que vão apenas para se divertir. Não há problema algum disso. Mas a “grande massa” vai em busca de melhor o tempo. E a Asics destaca isso em conversas e peças publicitárias. Corretamente.
Resumindo: Provas com índice. Deveríamos ter mais. Espero realmente que a ação da New Balance e da Latin Sports venha para ficar e seja copiada!
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Excelente iniciativa.
Parabéns
Concordo! Acho que devíamos ter também provas classificatórias. Exemplo: podíamos ter uma prova de 10 km em várias capitais, no mesmo final de semana, classificando para a São Silvestre. Os que ficassem classificados dentro de algum critério teriam lugar garantido num pelotão especial. Acho que seria de interesse da organização fazer esta prova classificatória, e valorizaria muito a prova para a qual estivesse sendo disputada a classificação. Sonhar não custa nada!
No treino de ontem, estava conversando com um outro atleta, o motivo pelo qual a Corrida da Ponte faz exigência de comprovação oficial de tempo mínimo de conclusão em uma prova de 21k. Chegamos a um consenso de que há um tempo máximo para que a Ponte fique interditada para a prova e não poderia correr o risco de que tenham “aventureiros” como participantes que mal começaram a correr. Essa seria uma justificativa de índice.
Na 6ª feira passada fiquei pensando a respeito de todas as provas ficarem inchadas por conta do que você citou – diversão, qualidade de vida, integração e baladas.
Nas últimas edições do Rock in Rio (Que por sinal, Rock só no nome do evento…) não cansamos de ver público vestindo camisetas de bandas de Rock como simples adereço. O grande mico foi quando uma repórter de uma Rede de Televisão pediu a uma jovem que vestia uma camiseta dos Ramones para citar uma canção da banda… Um silêncio ensurdecedor…
Em época de Copa do Mundo, vemos a torto e a direito bandeiras, faixas, bandanas, camisetas verde-amarelo pelas ruas, mas tente pedir explicação do que é a Lei do Impedimento…
Com as corridas de Ruas está acontecendo a mesma coisa. Não é uma crítica destrutiva, é apenas uma observação. E destes 3 exemplos que cito, onde está o grande diferencial??? No Rock in Rio, os protagonistas estão no palco. Na Copa do Mundo os protagonistas estão no gramado. Nas Corridas de Rua os protagonistas são os competidores.
Você não imagina como é preciso haver a consciência por parte de todos inscritos de que respeitemos o espaço e os objetivos de cada um. É educado nos colocar na faixa de Pace sabendo que aquele é o meu Pace. É educado não pular grades.
Desde que a corrida de rua se tornou este grande evento todos os finais de semana, milhares de pessoas vão em busca daquela camiseta que pensam o tornarão super-heróis! E não é de hoje que as Organizadoras “sacou” isto no imaginário das pessoas! Não cansamos de ver pelas ruas aquelas pessoas, que mesmo que não tenham o hábito de correr, que sentem um bem-estar quando estão com a calça legging, tênis de corrida, camiseta de alguma prova de corrida e um boné esportivo. De uma maneira ou outra, se é para o seu bem-estar sem prejudicar terceiros, um polegar para cima!
A solução desta equação é a consciência de cada um de nós que corremos e o propósito pela qual as Organizadoras estão imbuidas.
Você acertou em cheio André! Apenas as grandiosidades sobrevivem! Fazer 118 anos não é para qualquer um! Maratona de Boston, Clube de Regatas do Flamengo…! (risos)
Há tempos atrás a Gonzaguinha (e algumas outras)eram seletivas para a elite da São Silvestre,não sei se ainda existe isso.
Parabéns pela matéria André. concordo em grau e número, bem como os demais comentários são todos muito coerentes. corro há 34 anos, treino para atingir o melhor da minha condição física e quando participo de um desses eventos, pois entendo que nem cabe o nome corrida, me sinto ultrajado. isso virou uma palhaçada.
Ótimo assunto, André! Os corredores não são apenas colecionadores de medalhas e camisetas, nem baladeiros fingindo preocupação com a forma física. São também pessoas que buscam desafios, performance, resultados e… destaque, por que não? Parece que aos poucos os organizadores estão percebendo esse outro lado dos corredores. Porém, dentro desse mesmo assunto, existe uma questão que é ainda mais importante: a organização da largada por mérito (índice). Eu pergunto a você, André, atleta de elite, sub 3h na maratona: você consegue participar da São Silvestre? E da Maratona de São Paulo? Existe um lugarzinho pra você na largada dessas provas? Você acabou de voltar da Maratona de Nova York e aposto que lá, mesmo com os mais de 50 mil participantes, você não teve dificuldades em largar no seu ritmo, certo? Largada organizada, considerando o ritmo de cada um, tem a ver com RESPEITO aos corredores. Não seria hora de cobrar isso dos organizadores? Sei que a CR sempre nos ajudou muito nesse tipo de exigência.
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Cesar, tudo bem?
Estou longe de ser de elite, mas o que falou é verdade. Realmente, os índices que exigem da elite B na Maratona de São Paulo ou na São Silvestre, são de profissionais, praticamente impossível para nós, “simples mortais”.
Mas realmente, em Nova York, com base no meu tempo em maratonas, larguei a poucos metros do tapete. Não tinha 10 metros. A diferença entre o tempo bruto e o líquido foi de segundos!
E, o que vejo que está acontecendo, é o lado positivo da popularização das corridas. Acho isso bem legal, não vamos chegar ao nível dos Estados Unidos por uma questão cultural, que envolve outros fatores de décadas, porém melhorou bastante. Agora, por outro lado, nós, que como você disse, gostamos de nos desafiar, de treinar realmente, dividindo o tempo entre família, trabalho, estudos e afazeres diários, estamos perdendo cada vez mais espaço. E isso é ruim demais. A corrida, antes de tudo, é um esporte. Se 70/80% estão nela por qualidade de vida, hobby, excelente, uma população saudável é muito mais criativa, mas não podemos ser “excluídos”!
Abraço
André
eu concordo com a iniciativa ,exigencia de tempo minimo,isso e muito bom,pois se voce consegue marcas razoaveis,porque nao ficar na frente,proximo de feras da corrida,faz ate bem ,melhora a auto estima,outra coisa sao as medalhas ,deveriam entregar apenas para quem correr,é um tipo de merecimento por correr e conseguir completar ou pelo menos tentar,quem esta caminhando,alguns nem fazem questao da medalha,pois sairao e chegarao andando mesmo.mas para quem correu,ja é um merito .um premio,tem mais valor.