Ídolo britânico, Mo Farah desistiu de correr os 1.500 m na etapa de Birmingham da Diamond League, neste final de semana. Competiria diante da torcida. Em comunicado, se disse “emocionalmente e fisicamente esgotado” pelos acontecimentos dos últimos dias. Afirmou que voltaria aos Estados Unidos em busca de respostas.
Traduzindo: Mo Farah está inserido no “olho do furacão” em um suposto escândalo de doping de grandes proporções. Documentário da BBC, com a participação do jornalista David Epstein, do site ProPublica, acusa o treinador norte-americano Alberto Salazar (o mesmo de Mo Farah) de incentivar os atletas a se dopar.
Salazar trabalha no Oregon Project, da Nike, nos EUA. É um dos principais nomes do atletismo mundial. Na reportagem, Mo Farah não foi citado. Porém, não há, hoje, como separar o britânico do treinador norte-americano. É uma parceria de anos. Isso que parece estar tirando a concentração de Mo Farah.
A principal fonte do documentário é Steve Magness, que foi assistente de Salazar, além de outros atletas do programa, alguns de muito destaque, como a maratonista norte-americana Kara Goucher. Um dos atletas que teriam sido “beneficiados” pelo esquema de doping é Gallen Rupp, também dos EUA, medalha de prata nos 10.000 m (atrás de Mo Farah, o companheiro de equipe) na Olimpíada de Londres.
A investigação ganhará novas proporções após a pressão de Mo Farah. Não dá para as autoridades ficarem caladas. É verdade? A questão é extremamente complexa. A BBC é um “monstro”, com produções sensacionais, para colocar o nome em um caso assim…
Novamente, respinga também na Nike (como o caso emblemático do ciclista Lance Armstrong – que demorou anos para ser elucidado, mas foi…). Os envolvidos (principalmente na acusação) terão de comprovar. Parto do princípio que apenas palavras não são suficientes. Aguardaremos as provas.
A Nike enviou ao blog um posicionamento oficial sobre o documentário da BBC: “Levamos essas acusações muito a sério. A Nike não permite ou compactua com o uso de qualquer tipo de droga que aprimore o desempenho de um atleta. Alberto Salazar e Galen Rupp deixaram sua posição muito clara, e negam veementemente todas as acusações feitas contra eles.”
Agora, um adendo sobre o doping: basta olharmos ao nosso redor. Sem nem procurar muito. Gente “voando” e baixando tempos rapidamente (e com muitos minutos). O que há de corredor amador se dopando, é uma infinidade! Imagine na elite, então. Não há dúvida. Ainda mais, como o citado no documentário, quando o pensamento é “ganhar a qualquer custo”. Rupp e Salazar negam tudo. Os próximos capítulos tendem a ser ainda mais tensos.
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Sabemos que isso acontece em grande escala tanto no esporte profissional quanto no amador. Isso só tira o brilho do esporte, infelizmente.
Isto infelizmente é a coisa mais ridícula que um ser humano possa fazer,se expor a mídia mundial e virar um bandido do esporte, um amador então, esquece o princípio do esporte , “buscar a saúde e fazer amigos”, invertendo o papel, “se tornando um doente e solitário….