Blog do Corredor Notícias André Savazoni 20 de maio de 2015 (5) (147)

Após cinco anos de maratonas, uma lesão e algumas reflexões

Comecei a me apaixonar pelos 42 km há cinco anos. Em uma quente Maratona de São Paulo, em 2010. Com largada às 9h15! Nesse período, foram 15 provas no asfalto e quatro em trilha/montanha. Assim, a 20ª foi escolhida com carinho: Berlim. Mas veio uma lesão (a primeira que me fez ficar no “estaleiro”) e algumas reflexões antes de ter a certeza que estarei na linha de largada na Alemanha daqui a menos de cinco meses.

Até o momento, corri em São Paulo, Curitiba, Porto Alegre (2), Disney (2), Boston (4), Nova York, Barcelona, Punta del Este e Buenos Aires (2) pelas ruas, além de K42 Ubatuba, Mountain Do (Ushuaia e Deserto do Atacama) e K42 Villa La Angostura.

O estiramento no posterior da coxa esquerda (perna essa que há tempos vinha com uma dor chata, que não atrapalhava nada, mas vira e mexe me acompanhava) deu o ar da graça no último treino, no penúltimo intervalado, a 30 m da chegada de um estímulo de 400 m. Eram 12 repetições. Estava na 11ª. Parei. O peso na cabeça foi grande. Difícil até andar naquele momento. Dirigir até em casa já foi complicado.

No dia seguinte, quarta-feira, a viagem para Boston. Não tinha o que fazer. Cuidar por uma semana, descansar, não correr e ver o que iria “sobrar” para a prova. Frio e chuva no dia. Mais do que perfeito para os 42 km. Larguei e com 300 m começou a doer, muito. Desistir ou seguir? Não é questão de superação nem nada. Apenas uma decisão pessoal. Que envolveu inúmeros fatores, inclusive o tempo que teria de esperar para aguardar o transporte. Decidi, conscientemente, fazer a prova. Não me arrependo. Após exatos 30 dias, hoje, tomaria a mesma decisão. Mesmo sabendo só agravou o problema.

Nunca tinha passado por isso. Ficar impossibilitado de correr. Já são 30 dias sem calçar um tênis para trotar ou até caminhar. A lesão nos faz pensar. Refletir. Analisar. Não sobre o passado. Nada podemos fazer para mudá-lo. Mas o presente e, principalmente, o futuro, sim.

O primeiro ponto, não fazer nada mais forte a 10 dias da maratona.

A segunda, pensar mais em opções “extras”, como bike e piscina (que já estou fazendo três vezes por semana, devido ao tratamento).

A terceira, já com mais de 40 anos, reduzir o número de maratonas e aumentar o intervalo entre elas (o total de provas, já tinha “cortado” neste ano pois, o que me dá prazer, mais do que tudo, é treinar para os 42 km). Um momento único, nosso, de reflexão. Gosto de dizer que é a minha terapia.

O quarto, não relaxar mais com o aquecimento. Nos últimos tempos, justamente, por falta de tempo devido aos afazeres da vida, acabei negligenciando para cumprir o treino proposto para o dia. Agora, farei o contrário. Corto o total de repetições ou a quilometragem final, não mais o aquecimento.

Por quinto e último ponto (ainda precisando da anuência do treinador Marcelo Camargo), fazer os intervalados (curtos e longos), o ritmo e os longos. O restante, na piscina e na bike!

Agora, hora de lutar contra os prognósticos, apostar na boa recuperação do meu corpo (nos anos em que joguei futebol, nunca me afastei dos gramados por lesão!) e seguir com o tratamento (na sexta, conto como está sendo a rotina para voltar às ruas). A esperança é chegar às 20 maratonas na rápida Berlim.

Veja também

5 Comments on “Após cinco anos de maratonas, uma lesão e algumas reflexões

  1. É isso aí, André. É bom fazer essa reflexão, ajustar, traçar metas. Sempre visando a longevidade naquilo que tanto amamos, correr. Vc é um cara muito dedicado nos treinamentos, tenho certeza que está sendo na reabilitação também. No máximo 2 por ano, André! Com qualidade! Rsrs;
    Estou na torcida pela sua volta.
    Berlim será emocionante.

  2. André, espero que você possa se recuperar breve e possa fazer uma boa prova em Berlim.

  3. Oi André,
    Sempre acompanhei a sua trajetória. E admiro muito a sua história.

    Cometi muitos erros por excesso e acho que isso é porque a relação da corrida é muito importante e significativa. Mas aprendi também muito com estes erros.

    E você agora, mais do que antes, se tornou um corredor melhor!Logo estará muito bem e voando como sempre.

    Abraços.

  4. Fala André,
    bacana contar sobre a sua recuperação, estou com uma fascite plantar e me recuperando, e o seu relato nos dá um incentivo.
    A maratona de Berlim é sensacional, tenho certeza que vc estará recuperado e fará uma bela prova.
    Abs!

    —————–
    Bom dia Geraldo…
    No meu caso, devido ao tratamento, o gelo tem sido pouco usado, por isso não o citei, mas sempre que tenho dores nos pés por impacto, treinos ou ter corrido com um tênis mais macio (que, no meu caso, dá dor), mando ver no gelo. No seu caso, vai ajudar bastante.. pegar aquela garrafinha de 600ml, congelar a água e deixar embaixo do pé, rolando, enquanto vê TV! Boa recuperação também

    Abraço
    André

  5. Boa recuperação André!
    Estou na torcida para que você volte a treinar o quanto antes e aproveite ao máximo a sua 20a Maratona em Berlim!
    Boa sorte!

    ————

    Obrigado Regeane… vai dar tudo certo e essa parada será importante por uma série de fatores
    Abraço
    André

Leave a comment