Boston, o que é bom se repete. Com essa frase, o maratonista Nilson Paulo Lima define a participação na maratona centenária. Olhe, inclusive, que essa é uma opinião que deve ser muito respeitada. São 131 provas longas (115 maratonas e 16 ultras). Tem todas as Majors no currículo. Assim, se tem alguém que pode comparar e analisar eventos pela experiência própria, esse é Nilson. Para quem não o conhecia, já está apresentado. Agora, então, vamos ao que interessa, ao texto dele. Ah, antes, um complemento importante: além da quinta Boston, Nilson terá neste ano a companhia da mulher nos 42 km dos EUA!
“Este ano será a minha quinta vez na Maratona de Boston. Participar dela é viver um final de semana inesquecível, em uma prova que me faz sentir orgulho de ser maratonista. Além de ser a única do mundo que exige tempos-limites para se inscrever é a mais ‘casca grossa’ entre as seis maiores maratonas do mundo (Boston, Berlim, Londres, Chicago, Tóquio e Nova York) as quais fazem parte do seleto grupo World Marathon Majors, onde a nata da elite está sempre presente e tive a honra de concluir este ciclo o ano passado.
Participar de Boston é como carimbar o certificado oficial de maratonista. A sensação é de que, para quem faz Boston, é dispensável qualquer apresentação curricular como corredor, é como ter no corpo um DNA diferenciado de maratonista. E olhe que já enfrentei de tudo na Maratona de Boston.
Na primeira vez em 2007, tive de descer do ônibus que leva os corredores de Boston até a cidade de Hopkinton, local da largada, no meio do caminho, devido a problemas estomacais. Cheguei de carona na Vila dos Atletas. Na minha segunda participação, em 2012, aconteceu o maior calor de todos os tempos e por pouco a prova não foi cancelada. A participação dos atletas naquela ano era opcional, onde a organização garantia a inscrição para o ano seguinte pra quem quisesse desistir, dado o risco com o clima.
Em 2013, estava próximo da maior tragédia de todos os tempos, com o atentado a bomba por terroristas inconsequentes, que deixou mortos e feridos. A prova foi interrompida e alguns amigos não conseguiram concluí-la. Acho que a tragédia fortaleceu ainda mais a prova e, em 2015, retornei pela quarta vez, para uma aventura diferente. Agora, para participar do ‘Desafio Boston 2 Big Sur’. Ou seja era preciso completar a Maratona de Boston e a de Big Sur, em intervalo de seis dias, com o agravante de uma longa viagem de uma costa a outra dos Estados Unidos. Foi assim uma mistura da magia da mais antiga e tradicional maratona do mundo em Boston com um dos percursos mais belos do planeta em Big Sur na Califórnia. E o que é bom se repete.
A minha quinta participação em Boston no próximo mês de abril tem uma adrenalina especial. Estarei fazendo novamente a dobradinha Boston e Big Sur, desta vez na companhia da minha esposa, Silvana Vieira, que estará pela primeira vez nesta maravilhosa aventura. Um desafio tão intenso quanto as emoções.”
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.
A mais antiga maratona do mundo que este ano completa 120 anos com muita história !!