Sem categoria André Savazoni 14 de junho de 2016 (9) (125)

Rumo a Porto Alegre: dia da maratona fica redondo, mas falhas antes e depois atrapalham

A edição 33 da Maratona da Porto Alegre pode ser dividida em dois pontos. O dia da corrida (incluindo o clima frio e de céu azul, com pouco vento comparado ao tradicional vendaval gaúcho) foi excelente, uma maratona “redonda”, com largada no horário, marcação correta, boa hidratação, percurso rápido (quase totalmente plano, com algumas curvas mais fechadas na segunda metade) e fácil acesso à arena do evento, apenas com a ausência de pessoas na rua, uma “tradição”. Porém, antes e depois houve falhas que precisam ser corrigidas para 2017.

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Crédito da Foto: Fernanda Paradizo

Na sexta-feira, a entrega dos kits foi supertranquila. A maioria dos corredores era de fora de Porto Alegre, assim, óbvio, o volume de pessoas grande seria no sábado. E a estrutura montada não comportou. Longas filas, com gente ficando entre 1h30 e 2h para conseguir retirar o kit. Isso não pode ocorrer de forma alguma, até porque muita gente queria descansar, fazer turismo, almoçar com tranquilidade. A organização tem de corrigir isso para a edição do próximo ano.

Já no domingo, problema com a divulgação dos resultados e sem a realização da premiação por faixas etárias, nem no geral na maratona. Apenas nos 21 km. Além disso, a organização deveria ter avisado o que estava ocorrendo (não houve qualquer comunicado oficial) ou, então, cancelado logo a solenidade (apenas no final, após mais de 2 horas de espera, que informaram apenas que os troféus seriam enviados pelos Correios). Muita gente passou horas esperando. Hoje, todos os resultados estão divulgados, mas mesmo assim há quem reclame do tempo líquido/bruto e outros de não aparecerem na relação, o que acaba sendo frustrante.

A prova em si comprovou a fama (auxiliada pelo frio) de ser excelente para a obtenção de recordes pessoais ou para estrear nos 42 km. Pela terceira vez, corri em Porto Alegre (2011 e 2012 foram as outras) e considero esse o melhor trajeto nessa comparação.

Fui para a capital gaúcha em busca de um sub 3h, com intenção de fazer uma prova controlada, do início ao fim. Dessa forma, não arrisquei na primeira metade (sinceramente, se corresse hoje novamente, conhecendo já o percurso na prática, teria feito um pouco mais rápido, cerca de 1 minutos, pois os 21 km iniciais são planos e com longas retas, ótimos para impor velocidade) e administrei a segunda metade, fechando em 2:55:52.

Dessa forma, 22 maratonas completadas entre asfalto e montanha. Que venham os próximos desafios. No dia 26 de junho tem os 42 km no Mountain Do Costão do Santinho em Florianópolis e no dia 3 de julho, a Maratona Nilson Lima em Uberlândia. Ambas com cobertura aqui no blog também.

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9 Comments on “Rumo a Porto Alegre: dia da maratona fica redondo, mas falhas antes e depois atrapalham

  1. Parabéns André, baita tempo e excelente cobertura! Mas a melhor notícia de POA foi a classificação do Thomaz pra Boston/2017, conversei com ele na Expo do Rio e estava torcendo muito para que ele conseguisse. Abs

  2. Parabéns André!
    Pela prova e pelo relato acima. É muito importante que a organização honre a fama de ótima organização, como ocorreu em anos anteriores (participo da prova desde 2011 e este ano a entrega do kit foi caótica, no sábado).
    Muito importante lembrar aos responsáveis pela prova que o sábado é o dia mais concorrido para buscar o kit, pela quantidade de pessoas de fora de POA (meu caso), mas também porque sexta-feira é dia útil e muita gente não consegue estar em horário comercial (até 19h.) no local definido para tal entrega.
    Não pude concluir os 42K, conforme previa, pela falta de treinos e reforço muscular. Mas participei da Meia e, reforcando suas próprias palavras, percurso excepcional é propício para excelentes marcas.
    Retornarei em 2017 !!
    Grande abraço.

  3. Texto perfeito, sem ressalvas. Apenas acrescentaria que as informações veiculadas antes da prova foram muito confusas (no livreto entregue no kit da maratona, fala-se em entrega do kit no Jockey Club, revelando um “copiar e colar” de maratonas anteriores). Além disso, cancelaram a premiação em dinheiro nas faixas etárias quando praticamente todos os atletas já tinham assumido todos os custos da viagem. Conheço diversos atletas competitivos que simplesmente desistiram da prova, perdendo o que pagaram com a inscrição e passagens aéreas. Podem escrever: com essas premiações medíocres da elite, o Brasil não terá mais maratonistas de destaque. Aliás, quem nos representa? Marilson e quem mais?

  4. Completando o que João disse, o tempo masculino foi quase o feminino de uma Major… Brasil está muito fraco e nem fazendo sub2h10 mais…

  5. Retirar as premiações das categorias, faltando 18 dias quando todos já estavam inscritos e as reservas feitas.
    Deixar os corredores esperando até 4 horas sentados no chão, com frio e com dor esperando a premiação.
    São atitudes que traduzem a falta de interesse e preocupação com uma categoria minoritária em extinção no atletismo nacional, a dos amadores competitivos.
    Por me considerar parte desta minoria e saber que nossa opinião nada mudará na realização da prova em em 2017…
    NÃO IREI MAIS À MARATONA DE PORTO ALEGRE!

  6. Concordo com vocês, Freitas e Alex Cysne em quase todos os pontos.
    Apenas a questão das faixas etárias, com premiação em dinheiro, é algo não do Brasil, é do mundo e da nova realidade da corrida.
    E não é isso, ter dinheiro nas faixas, que faz ter melhores corredores. Em quase nenhum lugar do mundo há isso mais e os tempos estão cada vez melhores.
    Um exemplo prático. Não há qualquer premiação em faixa etária em Barcelona (a melhor que já corri até hoje) e com 2h51 eu fiquei em quase 300 na classificação geral. Em PoA, com 2h55, fui o 67.
    Há inúmeras provas nos EUA que não há nem medalha de participação (a maioria). Há a premiação master (acima de 40 anos e a Grand Master, acima de 50). Algumas, com dinheiro, mas minoria.
    Apenas coloco esses dados para exemplificar que a tendência é mundial.

    Abraço
    André

  7. Consegui pegar o kit na sexta, sem fila alguma. Mas vendo o kit ser montado imaginei tumulto que poderia acontecer no sábado, ainda mais com 7.500 inscritos. Fomos no shopping no sábado oara passear e vimos a fila gigantesca.

    Teve a questão da logomarca e do nome ter sido alterado pouco antes da corrida, o que gerou revolta de alguns participantes nas redes sociais.

    Durante a corrida sentimos falta de banheiros químicos durante o trajeto (outros corredores também reclamaram do mesmo).

    Citei apenas alguns pontos que não haviam sido mencionados.
    Foi minha primeira maratona, que felizmente consegui concluir junto com a minha esposa. Somos totalmente amadores, e sentimos a emoção de sobreviver aos 42k.

  8. Robson, bom dia
    Sim, comentei na tranquilidade na sexta e no tumulto no sábado.
    A prova não mudou de nome, teve um patrocínio. Sem patrocinadores, o esporte brasileiro (ou de qualquer lugar no mundo) não sobrevive. Por isso que nem comentei. Eu fiz um texto específico sobre isso na época.
    Os banheiros químicos, bem lembrado. Outras pessoas comentaram isso comigo.

    Abraço e parabéns pela estreia ao lado de sua esposa.
    André

  9. “Amador competitivo” não existe.

    Ou é atleta profissional, ou é amador.

    Se um amador quer ser competitivo que se torne profissional.

    Uma pena essa série de falhas. Corri três ou quatro maratonas de POA (a mais recente em 2014)e não tenho muito o que reclamar.

    Mas diante das alhas descritas no ano que vem muita gente vai pensar duas vezes antes de se inscrever.

    Ou, se a prova não conseguir os patrocínios necessários, talvez nem seja mais realizada, especialmente com essa exigência de premiação em dinheiro nas faixas etárias.

    Os mesmos atletas quando vão correr no exterior não exigem premiação nas FE.

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