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Notícias admin 8 de abril de 2012 (2) (185)

Mountain Do Deserto do Atacama

Em prova exclusiva, 500 brasileiros participaram da primeira edição da Maratona e Meia do Deserto do Atacama, no Chile, juntando turismo e esporte. Organizado por Kiko, que faz outras provas Mountain Do no Brasil (Costão do Santinho, Praia do Rosa, Campos do Jordão, Lagoão da Conceição, além da Maratona Beto Carrero), o evento foi um sucesso já bem antes de acontecer, dia 29 de janeiro.

Anunciado em julho e agosto na CR, rapidamente as 400 inscrições (R$ 350,00 cada!) foram esgotadas, obrigando a organização a abrir mais 100 vagas, tais os pedidos recebidos. O apelo era grande, já que havia o desafio de se correr no deserto mais seco do mundo com belas paisagens e fazer muitos passeios pela região. Também jogava a favor o fato da Sports Do já ter uma imagem positiva na realização de eventos semelhantes, ou seja, corridas por montanha e outros locais com forte visual.

E o MD do Deserto do Atacama confirmou todas as previsões, de uma prova difícil em ambiente diferente, com vistas que com certeza deslumbraram a todos. Apenas a imagem criada por alguns dos participantes de que se encararia enormes dificuldades, em função do ar seco, alta temperatura e da altitude (2.500 metros), felizmente não se efetivou, como aliás a própria organização já tinha informado nos vários e-mails enviados nas semanas anteriores.

Os brasileiros foram chegando a partir de quarta-feira a San Pedro do Atacama, pequeno lugarejo turístico no norte do Chile, depois de um voo de duas horas desde Santiago e mais 1h30 de van ou ônibus de Calama a San Pedro. Os hotéis são bastante rústicos, devido à dificuldade de se obter materiais de construção, mas confortáveis, havendo algumas dezenas deles, além de vários restaurantes e lojas.

No sábado aconteceu a entrega dos kits, como sempre generosos nos eventos da Sports Do, constituído de mochila Gatorade, camiseta Adidas, caramanhola com suporte, bandana, cinto de abastecimento e boné com proteção atrás. Na chegada, cada corredor ainda recebeu uma pequena toalha e teve acesso a um ótimo lanche. O staff tirava dúvidas sobre o percurso e o abastecimento, e durante todo o dia foi grande a confraternização dos participantes das mais diversas partes do país, além de alguns chilenos, argentinos e uruguaios.

Predominância absoluta de corredores de equipes, confirmando o lado turístico dessa prova, sendo que curiosamente muitos dos que fizeram os 23 km nunca tinham corrido mais do que 10 km. Da mesma forma, vários participantes dos 42 km jamais haviam feito uma maratona convencional, por asfalto, preferindo provas de montanha, no gênero "quanto mais duras, melhor".

 

TEMPERATURA AGRADÁVEL.  Como se previa, a largada às 7h10 aconteceu com temperatura amena, de 15 graus, e foi subindo muito devagar, só incomodando para valer os que completaram a maratona em mais cinco horas. Eram três provas: uma de 5 km, apenas de participação, outra de 23 km com 300 inscritos e uma de 42 km com 150 corredores. O abastecimento estava previsto a cada 5 km, com água, e com Gatorade mais espaçados, além de frutas e gel em um posto, e assim aconteceu, não exigindo nenhum suprimento extra por parte dos participantes.

Mesmo assim, muitos foram os que correram com mochila de água nas costas ou levaram cintos com isotônicos, que acabaram se revelando um peso extra sem função. Igualmente grande era a presença de corredores e principalmente corredoras com meias elásticas, mesmo sendo ainda muito discutido seus eventuais benefícios. Também expressiva era a participação de pessoas com máquinas fotográficas, filmadoras e celulares, para registro das imagens não acessíveis para os turistas "comuns", na medida em que o percurso passava por pontos em que não havia acesso de carros, nem 4 x 4.

Após 10 km por estrada asfaltada, seguida por terra batida, os participantes dos 23 km pegavam trilhas com chão irregular, passagem por pequeno túnel, dois pontos em que havia a ajuda do staff para subir a ribanceira, mais caminhos por cânions, até uma longa e íngreme duna de areia fofa, em que todos caminhavam penosamente em fila indiana. A partir daí, intercalava-se corrida lenta (devido às pedras no chão), com descidas e subidas de pequenas dunas. Mais para frente, novamente um trecho com areia fofa, praticamente obrigando a caminhada, mas nos últimos 5 km já foi possível voltar a correr normalmente, até San Pedro.

Como costuma acontecer nas provas de montanha, intercalava-se corrida com caminhada, o que para alguns (como eu…) é bastante desanimador e acaba-se por desleixar no ritmo, na linha do "já que não dá para correr, vamos aproveitar a paisagem". Os 23 km que imaginava iria completar em torno de 2h30, acabou sendo finalizado em 3h10, mas com uma vantagem: sem grande cansaço no final. Tinha valido a pena aceitar o convite da Sports Do para conhecer o Deserto do Atacama.

A vitória nos 42 km foi de Moisés Carmona, em 3h46, seguido de João Dami e André Nogueira. No feminino, Andreia Hensller (4h14), depois Rita Appezzato e Florencia Morelli. Já nos 23 km, os campeões foram Marcio Scotti e Leticia Saltori. Mais detalhes no site www.mountaindo.com.br

2ª EDIÇÃO EM 2013?

Devido às imensas dificuldades de levar a estrutura da prova para o Chile, sem contar os problemas burocráticos, Kiko ainda não sabia, ao final do evento, se a prova será repetida no próximo ano, mas se for, o mais provável é que aconteça em março, já que em janeiro/fevereiro é alta temporada no Atacama, com expressiva presença de turistas chilenos.

 

 

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2 Comments on “Mountain Do Deserto do Atacama

  1. Um amigo foi e elogiou bastante a organização, gostaria de participar em 2013.

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