Na semana passada, escrevi como alguns treinos nos dão confiança, mostram que estamos no caminho certo de uma preparação. Mas a confirmação, realmente, é dada numa prova-teste. A corrida é um esporte, para nós, amadores, extremamente individual. Competimos conosco. Passei na primeira avaliação para a Maratona de Boston. Domingo (04), na Meia-Maratona de São Paulo, obtive novo recorde mundial pessoal, com 1:26:35, média de 4:06 por km. Três minutos a menos do que meu tempo anterior nos 21 km e, em relação à mesma corrida, seis minutos mais baixo.
Estava quente, menos do que em 2011, é verdade, mas ainda calor e, sabendo que o percurso exige bastante das pernas, com variações de subidas e descidas, meu objetivo inicial era correr para 4:10 por km. O que já seria excelente. Mas logo nos primeiros quilômetros fui me sentindo bem, ficando abaixo do previsto. A largada com separação por ritmo ainda não é a ideal por não ter controle. Vi várias pessoas que se inscreveram para sub 1h40 e, nas conversas, falavam em tempos bem mais altos, e outros com pulseira amarela na baia da vermelha, ou seja, por mais que cobremos os organizadores, os próprios corredores não fazem a sua parte. Porém, mesmo assim, a largada fluiu bem melhor do que em qualquer outra prova da Yescom (se bem que essa tinha menos gente…) e não perdi tempo nos dois primeiros quilômetros, mesmo entrando na baia a 10 minutos da largada.
Mantive no começo o ritmo médio de 4:03, tanto que a passagem do km 10 foi em 40:34. A parte mais complicada estava por vir (a segunda metade da Meia de SP, devido à altimetria e calor, é mais difícil do que a primeira). Nessa parte final, tive a companhia do amigo Angelo da Silva. No km 15, fechei em 20:25 (4:05 por km), também reduzindo meu melhor tempo em provas nos 15 km (1:00:59). Com o desgaste normal da prova, segurei um pouco nos 5 km seguintes, sabendo que teria a subida da Avenida Pacaembu, fechando em 21:15 (41:40 no segundo 10 km, a média prevista de 4:10 por km). No final, ainda sobrou um pouco de perna para fazer 1,1 km em 4:21 (3:57 por km).
Falando especificamente da prova, foi a melhor que corri da Yescom até hoje. Largada pontual (7h30), menos tumultuada (apesar de a organização não querer assumir sua função de controle e muitas pessoas demonstrarem, mais uma vez, total desrespeito com os outros); hidratação excelente, na média a cada 2,5 km, em garrafinhas (que particularmente prefiro); um ponto de isotônico (aí, uma falha, em copo aberto ao invés dos saquinhos, que tinham sido uma ótima sacada); pessoal do staff animando durante o percurso (faltam bandas de música ainda) e bom espaço para a dispersão, com vários pontos de entrega do lanche e medalha, com orientação. A melhorar para 2013: mais banheiros químicos e largada meia hora mais cedo, às 7h, além do controle rígido nas baias.
Foto: Alegria no pós-prova, por Tião Moreira