Para quem está acostumado a participar de provas grandes, principalmente maratonas no exterior, até pode não ser qualquer novidade. Conheço muitas corridas por meio de relatos na mídia e de corredores, mas fora do Brasil minha experiência resume-se à Meia de Buenos Aires (Argentina) e à Maratona de Punta del Este (Uruguai). Estrearei nas Majors em Boston, daqui a praticamente um mês, em 16 de abril. E, confesso, por mais conhecimento que tenha desse meio, a cada dia a organização de Boston me surpreende. Positivamente.
Estamos avançando (e muito) nas provas nacionais. Não dá, ainda, para apontar algumas que reúnam todas as características positivas. Chegaremos lá. A melhora já é evidente. Porém, ao estar inscrito em uma maratona centenária, como a de Boston, percebo que o caminho ainda é longo a percorrer. Principalmente no contato entre organização e atleta. Não faltam informações em Boston. Muito pelo contrário, elas sobram. Todos os detalhes são lembrados.
O site da Boston Marathon é extremamente completo. Clique aqui e dê uma navegada geral, perceberá do que estou falando. Não deixe de fazer, vale muito a pena. Desde que minha inscrição foi confirmada, no ano passado, venho recebendo e-mails informativos e completos com constância. Descobri, inclusive, que você pode “melhorar” seu Boston Qualifying (BQ), o famoso índice. Basta ter corrido outra prova de 42 km com tempo mais rápido e enviar os dados, que serão conferidos e, estando corretos, aceitos. Assim, mudará sua onda e seu posto de largada. Se soubesse antes…
Nada é esquecido. Nesses informes, há tudo sobre horários e dias de entrega dos kits, o mapa completo da arena de chegada, o espaço que teremos para aguardar a largada (com comida, água, isotônico, gel…), os endereços necessários, o cardápio completo do jantar de massas (incluído na inscrição e com a possibilidade de pagar justos US$ 20 para cada acompanhante) e muitos outros dados, incluindo um e-mail direto para qualquer informação extra ou necessidade de ajuda. Sinceramente, não imaginei que era assim!
Ah, outro ponto de surpresa: na chegada, há um espaço de espera e encontro para os parentes e amigos que vão acompanhá-lo. E, um aviso no site, para terem paciência, porque os competidores, após 42 km, podem demorar um pouco a mais para chegar…
Pode ser que as outras Majors sejam assim também (Chicago, Nova York, Londres e Berlim). Ainda correrei algumas delas para comparar. Entretanto, até agora, faltando 30 dias para a largada em Boston, me sinto bem tratado como nunca tinha vivenciado neste mundo das corridas. Terei logo a experiência ao vivo e vou compartilhá-la com vocês. Podem aguardar.
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Pois é André, em termos de organização os EUA estão anos-luz na nossa frente.
Talvez, com um pouco mais de força de vontade as coisas não mudam por aqui.
Para isso tem que querer que aconteça do jeito certo. Vangloriar de ser a maior, a mais rápida, a mais bonite, não diz nada se a organização é falha.
Vá em Boston, faça seu recorde pessoal e nos conte como é na prática todo esse show e aula de organização.
Abraço
Andre, em Chicago o esquema é bem parecido com esse que vc descreveu!! Realmente correndo uma prova dessas vemos como o caminho ainda é longo!
Ah, e Paris nao é major e sim Chicago.
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É verdade, Eduardo. Valeu pela correção. Já feita no blog. Eu escrevi e estava achando algo errado mesmo, lia, voltava e não percebia. Muito obrigado pelo toque.
E a vivência muda nossa forma de ver as provas mesmo.
Abraço
André
Muita diferença mesmo. Tive um conhecido que foi correr a Meia de Miami. Do pouco que ele falou e da medalha que ele trouxe, pude perceber como é diferente. Tem bastante coisa pra melhorar ainda.
André, tive duas experiências fantásticas no exterior: Londres e Paris. Em ambas, foi surpreendente esse contato. Londres foi melhor ainda e até minha filha trabalhou como voluntária na prova, para vc ter uma ideia do contato estreito que é mantido com os atletas. Também usei uma planilha de treino oferecida por uma clínica esportiva parceira da Meia de Londres que achei excelente.
Depois vêm as pesquisas de satisfação e o contato nunca mais se perde, pois vc passa a receber continuamente informações sobre outras provas promovidas pelos organizadores, informações de parceiros e tantas coisas mais.
Correr lá fora é uma experiência que vale a pena. Boa sorte em Boston!
Na verdade, acho que para nós brasileiros as provas na Europa e EUA (não necessariamente majors) nos mostram uma diferença tremenda em termos de organização. E mais, mostram como os organizadores cuidam do evento com bastante competência e carinho.
E no caso de Boston então não é por acaso. Eles sabem o produto que tem, e não imagino que queiram ver isto de desfazer ao longo dos anos.
No exterior já corri Berlim, Atenas e Reykjavik. E foi justamente Reykjavik a que mais me surpreendeu, pois até certificado em casa recebi, via correio, uns meses depois da prova (tipo um diploma) com os tempos de passagem, data do evento, etc. Show! Sei que há outras no exterior que adotam o mesmo procedimento.
E as medalhas então…Até nisto Reykjavik me surpreendeu com uma medalha muito bonita, clássica e dourada. Embora a de Atenas também seja linda e com mais significado.
Ou seja, só quando temos estes outros parâmetros é que percebemos como ainda há muito para evoluir nas provas no Brasil, que estão melhorando bem verdade.
Este ano correrei uma meia e uma maratona na Europa no 1º sem e outra maratona nos EUA no 2º sem. De todas, desde que fiz a inscrição tenho recebido e-mails periodicamente com informações acerca do evento. Cerca de 20 dias depois de inscrito na prova européia eles já me enviaram o número de peito, material sobre as áreas de largada, dispersão, estacionamento, detalhes sobre o trajeto, etc (tudo em formato .pdf).
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Era exatamente o que eu imaginava, Manoel. Já tinha ouvido relatos de amigos dessa organização e respeito com corredor em inúmeras provas no exterior.
Muito legal compartilhar essa experiência com a gente.
Abraço
André
Nunca fiz uma Major, mas fiquei surpreendido é com a qualidade da organização das pequenas e médias provas dos Estados Unidos. Logo, se as pequenas e médias provas são muito bem feitas, talvez possa dizer que a excelência e o sucesso nas Majors não são nada mais que consequência desses cuidados. Um show de civilidade. Não é questão de dizer que os americanos são “melhores” que os brasileiros, mas este é um assunto que renderia melhor num outro tópico, que envolveria fatores como questão cultural, formação de mentalidade esportiva desde a escola etc.
O fato é que enquanto temos muitos corredores que se orgulham de correr de pipoca (para ficar num exemplo), seria muita ingenuidade sonhar com um nível Major por aqui. Enxergo que temos certa tendência em colocar toda a responsabilidade (principalmente os erros) de condução de uma prova no organizador. Nos Estados Unidos, um grande evento popular, esportivo ou não, é feito, de fato, numa ação conjunta entre organizador, participantes e torcedores/moradores da cidade. Sem esquecer da grande movimentação dos voluntários, como mencionou acima, a Ana Cristina.
Vamos supor que a New York Road Runners (organizadora da New York City Marathon) venha organizar uma prova em São Paulo, com orçamento proporcional ao da Major. Com certeza, conseguirão realizar uma maratona muito bem organizada. Mas enquanto cumprirem apenas uma parte deste tripé (organizador/participantes/apoio e torcida), é algo quase utópico almejar um nível Major.
André, quanto custa em reais a inscrição para a maratona de Boston?
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Julio, não lembro em reais no dia que paguei, mas foi US$ 200. Esse é o preço para estrangeiros. Para quem mora nos Estados Unidos, o valor foi de US$ 150. É uma das mais caras. Porém, o valor tem de ser comparado com a média das provas e dos salários (no caso dos Estados Unidos hoje em dia, de quem está empregado).
Em Boston, nesse valor, está incluído tudo, não há taxas extras, o que ocorre em Berlim por exemplo, com vários valores com ou sem camisa, com ou sem massagem, com ou sem alguma outra coisa… Lá em Boston é um valor único por tudo.
Abraço
André
E, para completar as informações do texto, hoje, um mês exato para Boston, já tenho meu número de peito confirmado (5799, de cor vermelha). Largo na primeira onda, no curral 6.
Sei já que terei de pegar o ônibus entre 6h e 6h30 para levar à largada e que às 9h15 tenho de ir para o meu curral.
Tudo muito bem informado.
Abraço
André
Eu só tenho experiências em provas pequenas e médias na Europa e América do Sul. Não conseguiria, assim, comparar com as provas grandes brasileiras, mas em geral foram boas experiências. Nas pequenas, preços baratos (girando em torno de 15 a 20 euros) e uma organização feita por apaixonados por corridas, que organizam as provas com muito cuidado, para a sua comunidade. Nas médias, provas bem organizadas, algumas quase perfeitas (Toronto-06, Salta-11) outra com algumas coisinhas que poderiam melhorar (Amsterdã-09, Bilbao-10), mas em geral sem grandes problemas. Mas o que se vê e comenta é que os americanos se preocupam muito com a organização extrema e o espetáculo da prova, especialmente quando falamos de Majors ou de provas grandes. Tudo é feito para agradar, tudo é muito claro pro corredor e embora erros possam acontecer, são casos bem isolados. A sensação de muitos relatos é a de uma prova que supera expectativas, e por isso atraem gente de todo o mundo. Lógico que isso tem um preço, mas a apuração de um preço justo sempre leva em consideração a equivalência do valor pago com o benefício esperado. E se essas provas igualam ou superam expectativas, dá pra perceber que a maior parte sai satisfeita, mesmo pagando um valor absoluto alto.
Se puder pegue o cobertor do avião e leve com você na fila de espera para os ônibus. É muito frio e o vento é cortante! boa prova!
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Opa Inessa, obrigado. Já separei uma jaqueta e uma calça velhas, que levarei para jogar fora depois.
Abraço
André
Eu acho que algo que deve ser levado em conta nisso tudo é que, se o corredor se esmerou nos seus treinos durante vários meses, está confiante e fez a sua parte, o fato de correr uma maratona no exterior nada mais é do que “presentear” o seu esforço.
Porque afinal, você sabe que as maratonas do exterior além de uma estrutura muito melhor do que as nossas, contam com um clima melhor, então nada mais justo do que se for possível, economizar algum dinheiro e premiar os meses de treinos duros com uma prova boa e que não exija preocupações relativas a nada por parte dos competidores.
Com certeza com isso, até o desempenho de quem corre será melhor.
Sou corredor a mais de 30 anos. Vi crescer as corridas de rua aqui em Brasília e no Brasil. No início pagava R$ 10,00 a R$ 15,00 nas melhores provas. Hoje pagamos quanto? R$ 50,00 , R$ 70,00 e até R$ 100,00 nas mesmas corridas. Melhorou um pouco a estrutura sim, mas nem tanto. Na São Silvestre por exemplo praticamente não vejo evolução, pelo contrário. Então não vejo o preço da inscrição de uma corrida ser diretamente proporcional a sua qualidade. Será que se os organizadores cobrassem R$ 300,00 nas nossas corridas teríamos largadas superorganizadas por baias e ondas, e muitas outras coisas? Será que teríamos um público entusiasmado durante todo o trajeto? Tenho duas experiências de maratonas fora do Brasil. Uma em Berlim e outra em Veneza. Este ano vou repetir a de Berlim. Esta não tem comparação. E a de Veneza é também espetacular. Vale a pena pagar um preço maior e vivenciar tudo que a gente sonha por aqui. Organização, estrutura, informação e ainda fazer turismo. Uma pena que por lá aparecem alguns brasileiros sem noção que cortam caminho ou apenas “surgem” na chegada para pegar medalha. Sucesso André em Boston. Depois dessa experiência você nunca mais vai deixar de ir a uma maratona fora do Brasil por ano. Abraços!
André, enquanto isso a Major de Aracaju, revive problemas antigos, este ano esqueceu(?) de colocar banheiros na largada e para variar voltou a faltar água. Relatei no face. Se depender de mim esta será uma prova perdível (para turistas) em 2013… Lamentável
Corroborando com o que disse o Alex.
Neste final de semana fui a Aracaju para correr esta corrida e também presenciei o que ele relata.
O percurso é muito legal, mas exige mesmo dos corredores com algumas subidas de respeito, sem falar no sol no nordeste (que maravilha!).
Mas, infelizmente a organização é falha embora o pessoal seja esforçado e prestativo.
De minha experiência nesta corrida posso relatar:
– Não havia banheiros químicos na largada.
– No bus para S. Cristóvão havia um pessoal a reclamar pois eles tinham ido pegar o kit na sexta, mas naquele dia só entregaram o número de peito e a camiseta. No entanto eu que fui no sábado peguei o número de peito, a camiseta e o chip. Mas os demais chips foram entregues momentos antes da largada para quem não havia pego.
– Dos 3 ultimos postos de abastecimento que passei só havia água em 1, o último.
– Corri com o GPS e pra minha surpresa a linha de chegada chegou quando ele ainda marcava 24,21.
Mas apesar destes fatos eu ainda acho uma prova imperdível, principalmente para quem é do eixo Rio-São Paulo, pois trata-se de uma prova diferente.
Manoel, minha preocupação é a imagem que a Prefeitura de Aracaju passa para o turista que vem para esta prova. Neste ano ela caiu em um sábado, fato este que deveria gerar um número mais expressivo de participantes, e na verdade o aumento foi de 150 corredores e pouco menos de 700 completaram. Eu moro em Aracaju e é a minha nona participação. A prova é de uma beleza e dificuldade ímpar. Os organizadores jogam esta pérola rara na lama e como sou exigente quanto a qualidade e organização vejo que este ‘produto’ é tão mal vendido. Dificuldade de inscrição, entrega sempre caótica e em local inadequado, kit de qualidade sofrível, conforto quase nenhum, água é sempre uma interrogação, sem isotônico, apuração caótica, realmente é o oposto de Boston. Ano que vem na 30. edição farei, se Deus quiser, minha 10. prova, porém não me iludo se os mesmos problemas recorrentes voltarem a acontecer. Se quiserem vir contratem o apoio da assessoria da Zona Alvo que está suprindo estas lacunas nos apoios aos atletas!
Estou ansioso para correr Paris, um dia antes de você em Boston. O site também é bem completo. Copio a seguir o link referente ao último newsletter:
http://www.parismarathon.com/marathon/2012/us/r6_News.html