Notícias Redação 10 de agosto de 2012 (0) (160)

David Rudisha e Usain Bolt consolidam seus nomes na história do atletismo

Faltam ainda três dias para o término da Olimpíada de Londres e das competições do atletismo, porém o queniano David Rudisha e o jamaicano Usain Bolt escreveram ontem definitivamente seus nomes na história do esporte. Rudisha conquistou o ouro nos 800 m, tornando-se o primeiro homem a quebrar a barreira de 1:41, enquanto Bolt, como ele mesmo afirmou, tornou-se uma lenda ao ganhar o quarto ouro individual seguido, ao vencer os 200 m.

Desde o início dos 800 m, Rudisha disparou rumo ao 1:40.91 ontem no Estádio Olímpico lotado por 80 mil pessoas em êxtase. O recorde mundial anterior, dele mesmo, era de 21 de agosto de 2010, 1:41.01, obtido em Riet, na Itália. “Esperei por este momento há muito tempo”, disse um exultante queniano, de apenas 23 anos, campeão mundial em Daegu no ano passado. “Para vir aqui e conseguir um recorde mundial é inacreditável. O tempo estava bonito… Então eu decidi ir para ele (o recorde).”

As passagens de Rudisha comprovam a prova histórica. Os primeiros 200 m foram percorridos em 23.4, cruzando o ponto médio da prova em 49.28. Continuando a correr em ritmo de sprint, o queniano passou os 600 m em 1:14.30, já 0.29 na frente do recorde anterior. Em seu encalço, o atleta de Botswana Nijel Amos, campeão mundial junior, de 18 anos. Rudisha não reduziu o ritmo, disparou e festejou o 1:40.91.

Ex-recordista mundial dos 800 m, o britânico Sebastian Coe, presidente do comitê organizador dos Jogos de Londres, fez questão de ser um dos primeiros a comentar o feito. “Foi simplesmente um desempenho inacreditável. David Rudisha mostrou suprema confiança física e mental. Em vez de apenas fazer o suficiente para vencer, ele queria algo extraordinário e ir para o recorde mundial. Rudisha vai entrar para a história como uma das maiores vitórias olímpicas. Me sinto privilegiado por ter testemunhado em Londres”, afirmou Coe, também um dos vice-presidentes da IAAF.

Amos cruzou a linha em 1:41.73 para ganhar a prata e o recorde mundial júnior. Logo após a corrida ele foi levado para fora da pista em uma maca. Mas fez questão de dizer que estava bem. “Era apenas um pouco de falta de ar. Eu sabia que se perseguisse David Rudisha eu teria uma chance.”

O bronze foi do também garoto Timothy Kitum, do Quênia, de apenas 17 anos, que cravou o recorde pessoal de 1:42.53. “É brilhante”, disse Kitum, que admitiu que estava ciente das ambições de Rudisha pelo recorde mundial. “David me disse que iria em busca da marca e me aconselhou a não segui-lo e tentar a prata. É por isso que (o etíope Mohammed) Aman falhou. Esse era o nosso plano.”

Os americanos Duane Solomon (1:42.82) e Nick Symmonds (1:42.95) baixaram de 1:43 pela primeira vez nas carreiras, terminando em quarto e quinto. Aman foi somente o sexto colocado, mas quebrou o recorde da Etiópia em 1:43.20. Os oito finalistas dos 800 m bateram seus recordes pessoais (e continentais ou mundiais), ratificando o nível de uma das maiores provas de todos os tempos.

200 m – A Jamaica dominou o pódio dos 200 m, com Usain Bolt vencendo com sobras, ainda podendo desacelerar nos metros finais e levando o ouro com 19.32 – somente 0.02 acima do recorde olímpico de 19.30 de Michael Johnson obtido em Atlanta-1996. Yohan Blake foi prata com 19.44 – a marca mais rápida que não levou o ouro olímpico em todos os tempos. Na terceira posição, Warren Weir, com 19.84.

Desde ontem, Bolt é o único bicampeão dos 200 m. Também o único a vencer por duas vezes (e consecutivamente) os 100 m e os 200 m. “Foi o que vim fazer aqui. Fiz o que queria. Agora eu sou uma lenda. Estou na mesma categoria de Michael Johnson. E me sinto horando por isso porque cresci vendo-o quebrar recordes mundiais. Ele é um grande atleta. Eu não tenho nada a provar. Mostrei ao mundo que sou o melhor e, agora, só quero me divertir”, afirmou Bolt, que tem ainda o revezamento 4×100 m com seus companheiros jamaicanos.

4×100 m – A equipe brasileira do 4×100 m feminino (formada por Ana Cláudia Lemos, Franciela Krasucki, Evelyn Carolina e Rosângela Santos) bateu ontem o recorde sul-americano com 42.55 e disputa hoje, às 16h40 (de Brasília), a final olímpica. “Chegar a uma final olímpica não é para qualquer um. Estou no céu”, disse Franciela, que abriu o revezamento para o Brasil, em entrevista ao Sportv logo após a confirmação da classificação. Estados Unidos e Jamaica são favoritos na prova.

Confira as finais de hoje, sábado e domingo

Hoje
16h05 – 5.000 m feminino
16h40 – Revezamento 4×100 m feminino
16h55 – 1.500 m feminino
17h20 – Revezamento 4×400 m masculino

Sábado
15h30 – 5.000 m masculino
16h – 800 m feminino
16h25 – Revezamento 4×400 m feminino
17h – Revezamento 4×100 m masculino

Domingo
7h – Maratona masculina

Mais informações sobre a programação, resultados completos e detalhes no site oficial da Olimpíada de Londres.

Fotos: London/Divulgação

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