O jamaicano Usain Bolt, o britânico Mo Farah e a etíope Tiki Gelana foram os destaques individuais do primeiro final de semana do atletismo na Olimpíada de Londres. Vitórias incontestáveis nos 100 m, 10.000 m e na maratona feminina, respectivamente. Para o Brasil, a decepção foi Fabiana Murer, principal esperança de medalhas, que nem se qualificou para a final do salto com vara, marcada para a tarde de hoje.

Na maratona feminina, ontem, em uma grande disputa, Tiki Gelana venceu com 2:23:07, apenas cinco segundos na frente da queniana Priscah Jeptoo – a menor diferença da história. Gelana ainda quebrou o recorde olímpico, que era da japonesa Naoko Takahashi desde Sydney-2000 (2:23:14). O bronze ficou com a  russa Tatyana Petrova (2:25:11). A brasileira Adriana Aparecida da Silva terminou na 47ª posição, com 2:33:15. A portuguesa Jéssica Augusto, que recentemente correu a Meia das Cataratas, em Foz do Iguaçu, foi a sétima, com 2:25:11.

No sábado, o britânico Mo Farah garantiu a grande festa no Estádio Olímpico de Londres ao superar etíopes (donos da prova nas quatro últimas olimpíadas), quenianos e americanos para levar o ouro nos 10.000 m. Nascido na Somália, Mo Farah arrancou de forma impressionante na última volta de 400 m e venceu com 27:30:43. A prata ficou com o americano Galen Rupp e o bronze com o etíope Tariku Bekele, campeão da última São Silvestre. O grande nome da prova, Kenenisa Bekele, vencedor dos 10.000 m em Pequim-2008 e Atenas-2004, terminou na quarta posição.

A prova olímpica mais esperada, a final dos 100 m no masculino, aconteceu na noite de ontem, assistida por 1,5 bilhão de pessoas em todo o mundo. Usain Bolt conquistou o bicampeonato e bateu novamente o recorde olímpico, não dando chances para qualquer adversário (foto da chegada). Apenas ele e o americano Carl Lewis conquistaram dois títulos seguidos nesta prova. A vitória veio com 9.63 (a marca anterior era 9.69). Em agradecimento, se ajoelhou e beijou a pista. Mas Bolt não perdeu o foco. “Ainda faltam os 200 m. A seletiva jamaicana me acordou. Yohan bateu na minha porta e disse: ‘Usain, acorda! Este é um ano olímpico’. Nunca vou dizer que sou uma lenda antes dos 200 m”, afirmou nas entrevistas.

A prata foi do compatriota Yohan Blake, com 9.75, e o bronze ficou com o norte-americano Justin Gatlin, com 9.79 – os dois bateram recordes pessoais, mas contra Bolt, isso pode não ser suficiente. Como não foi na final em Londres.

A Jamaica domina as provas de velocidade até o momento. No sábado, Shelly-Ann Fraser-Pryce foi ouro  nos 110 m, com 10.75, seguida pela americana Carmelita Jeter e pela também jamaicana Veronica Campbell-Brow.

DECEPÇÃO – Um dos principais nomes do esporte nacional, Fabiana Murer viveu, sábado, um momento para esquecer. Ela começou a saltar na marca de 4,50 m, errou a primeira tentativa e passou na segunda, mas com alguma dificuldade. Na marca seguinte – 4,55 m – errou os dois primeiros saltos e estourou o tempo da terceira tentativa.

“Sofri muito com a inconstância do vento e com a escolha da vara certa para a prova. Na última tentativa, o vento estava forte e desisti na primeira corrida. Voltei e resolvi abortar o salto porque havia risco de me machucar”, afirmou Fabiana para as emissoras de TV e para o serviço de imprensa da organização dos Jogos de Londres. “Fiz a melhor preparação possível e acreditava num bom resultado. Tentei fazer o melhor, mas coisas assim acontecem no esporte. Não sou a primeira a sofrer com isso e não serei a última.”

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Foto: Divulgação