Notícias André Savazoni 27 de fevereiro de 2012 (9) (110)

Subidas não são problema. Mas descidas… Ainda mais em tobogã

O final de semana foi perfeito para a segunda etapa da Copa Paulista de Montanhas, em Boiçucanga (São Sebastião), neste domingo (26). Famílias e amigos reunidos, belo visual, calor para aproveitar a praia, organização correta, muita animação… Outro fator interessante é que em qualquer rodinha de bate-papo havia pelo menos um estreante nas montanhas. No mínimo. O que comprova o crescimento da procura por esse tipo de provas. O percurso foi caprichado. Na largada e na chegada, 800 m de areia fofa, trecho dentro de rio com água na cintura, mais duas travessias de água, uma subida daquelas… Nenhuma trilha fechada, desta vez. Até aí, perfeito. Quem vai para as provas de montanha quer isso mesmo. Porém, o grande obstáculo foi mesmo a descida do oleoduto. Ou melhor, o tobogã.

Foi um belo aprendizado. Nunca tinha vivenciado uma situação como essa. Fui bem até ver a descida. Ali, travei. Não sabia como fazer. Escorregava no mato alto, úmido pela garoa da madrugada. Segurei ao máximo. Perdi o ritmo. Tinha uma canaleta de concreto, estreita, mas com o tênis de trilha, não parava em pé. Para ter uma ideia, dois corredores que estavam próximos abriram ao menos dois minutos de mim no tempo final. Faltavam só uns três quilômetros e foi a descida que fez toda essa diferença.

Conversando com o especialista em montanhas José Virgínio de Morais após a prova, a constatação. “Eu tinha avisado sobre o tobogã”, afirmou, rindo. É verdade. Tinha mesmo. Aí que entra a técnica, a preparação específica, o treinamento. Na verdade, numa descida como essas, o melhor é não pensar. Descer o mais rápido que puder, dando uma “travada” nas lombadas que havia no trecho. A inclinação era enorme. Eu pensei demais. Lembrei de Boston, da preparação para a maratona… fui “pianinho”, na boa, correndo, mas com o pé no freio para não cair nem ter risco de me machucar. Valeu pela experiência. Na próxima, já sei como me comportar. Com segurança, mas pé embaixo.

Terminei a prova em 1:07:25, 20º no geral e 5º na faixa etária 35-39 anos (veja na foto a cara de cansado com o sprint na areia fofa). E, aí, outra constatação. Com a maior procura pelas provas de montanha, cresce também o nível técnico. O percurso foi idêntico ao de 2011. As condições climáticas também. Com essa marca, eu teria sido 11º e 3º no ano passado. Fábio Galvão Borges, da Corridas de Montanha e organizador da Copa Paulista, confirmou essa percepção e disse ainda que na comparação com as primeiras edições, por exemplo, a diferença é ainda maior. “Com esse tempo você deve ter corrido em quase toda a totalidade do percurso. Estou correto?”, questionou Fábio. É verdade. Andei mesmo só em parte da grande subida. No resto, corri. Claro que o ritmo oscilou, dependendo das dificuldades. Inclusive dentro do rio, trotei.

A vantagem de terminar na praia foi que, ao chegar, hidratação e um belo mergulho com a criançada. Isso sim não tem preço. Que venha Paranapiacaba, em março. Mais informações e resultados completos no site da Corridas de Montanha.

Fotos: Corridas de Montanha (no alto e abaixo) e Thiago Nascimento, da Extreme Tours (chegada).

Veja também

9 Comments on “Subidas não são problema. Mas descidas… Ainda mais em tobogã

  1. Isso ai André. Tudo foi perfeito mesmo. E essa pirambeira morro a baixo é realmente um tobogã. E muito divertido também. Vamos para a próxima. Abraços!

  2. Andre, o tobogã foi dificil. Fiquei recioso até a metade. Depois, consegui descer mais relaxado, apesar dos escorregões no trecho final.
    Ano que vem será bem melhor.

    Prepare-se, paranapiacaba é mais complicado.
    ate mais

    Angelo

    ———————-

    Angelo, é verdade, no ano que vem, fica mais fácil, por já ter a experiência na prática e não só na teoria. Não consegui relaxar na descida. Ou melhor, relaxei, naquela parte mais plana no final que saí correndo!

    Abraço
    André Savazoni

  3. olá, pessoal!! Eu faltei nessa, e aí que eu queria me ver! Com subida e descida em tobogã, essa é da hora! gostei, fica pra próxima!!! Vou tentar Paranapiacaba, se Deus quiser!

    ————————-

    Boa Wilson, estarei em Paranapiacaba também. Lá não terá o tobogã, só a subida da cachoeira, rs. E, como disse no texto, subida não me preocupa nada, se vou muito inclinada, uma caminhada rápida e pronto. Agora, descer…

    Abraço
    André Savazoni

  4. Oi André, no livro do Barefoot Ken Bob ele descreve a técnica que ele usa para descer rápido tais rampas. Basicamente é descer com os joelhos o mais dobrados possível… como isto é exatamente só experimentando (ainda vou tentar).
    Pelo espaço mostrado na foto talvez desse também para experimentar descer em ziguezague, aliviando a inclinação, mas é só um palpite.
    Abraço!

    ———————–

    Edenilson, tentei dobrar o joelho, descer mais sentado, mas, além da inclinação, tinha as ondulações dentro da descida (como lombadas).
    Acho que o negócio era acelerar e dar uma parada nas “lombas”, como um tiro curto, acelera, freia, acelera, freia. Os que abriram distância de mim, estavam fazendo assim. Mas, para isso, é necessário treinar, ter experiência.

    Abraço
    André Savazoni

  5. Oi André,
    Parabéns pelo desempenho. Por enquanto vou ficar no time do Sergio no asfalto mesmo. Respeito quem corre e gosta, mas não é a minha praia mesmo. Quem sabe um dia.
    Keep Running! Abçs
    Alex.

  6. “Pra descer todo santo ajuda”. Nunca um provérbio foi tão equivocado…

    ———————-

    Nem fale, Nishi. Nem fale… rs

    Abraço
    André

  7. Cada montanha tem sua beleza e desafio, Paranapiacaba tem a sua…

    ——————————–

    Isso mesmo, José Virgínio, nos vemos em Paranapiacaba.

    Abraço
    André Savazoni

  8. Quando comecei a correr, não podia pensar que tinha subida na prova. Motivo até pra não me inscrever. O tempo passou e percebi que subir é até fácil, comparado com as descidas.

    No Mountain Do Lagoa da Conceição aprendi que a descida é muito, mas muito pior. Descendo as pedras que me levariam até a Barra da Lagoa, escorreguei e caí espetacularmente. Carrego comigo as duas cicatrizes no joelho. Lembrança pra sempre.

    As descidas nas trilhas são traiçoeiras. Quando o pé firmou, aí que cai. Ainda preciso de mais treinos.

    —————————————

    Enio, é isso mesmo, para as descidas, todo treino e cuidado é pouco. Na verdade, com confiança e técnica, descemos rápido, mas não dá para fazer como eu fiz, pensar e avaliar os riscos. Daí, o corpo (e a mente, principalmente) dão aquela bloqueada e… ferrou.

    Abraço e boas descidas
    André Savazoni

  9. Salve André.

    Parabéns pela prova, pelo resultado e por compartilhar mais uma vez conosco. Seria um prazer encontrá-lo na Meia Noturna de Extrema.

    Abraços!

    ———————–

    Legal, Volpão. Quem sabe. É dia 15 de julho, né? Vamos ver, terei dia 1/7 Asics Rio e no dia 8/7, meia ou maratona do Rio. Vou decidir pós-Boston. Preciso ver como a perna estará, porque em Bombinhas já estou garantido, dia 18 de agosto e no Moutain Do Praia do Rosa, no dia 25/8.

    Abraço
    André

Leave a comment