Marcelo Torezan, hoje com 39 anos, começou a correr em 1998, em Jundiaí, influenciado pelo amigo Luiz Henrique Mendes, o "Dego". "O grupo de corredores foi aumentando, fui sendo incentivado", conta. A estreia em provas foi no mesmo ano, em Cosmópolis, no interior paulista, "onde corríamos dentro de um canavial".
Nesse período de 13 anos, Torezan viveu momentos de extrema alegria, como o nascimento dos dois filhos e resultados excelentes, mas teve de recomeçar três vezes no esporte. Primeiro, a morte do pai, que o abalou bastante. Depois, uma mudança a trabalho para Ribeirão Preto o desanimou. Mas a maior batalha ainda está em curso, sendo vencida com as mesmas passadas largas e constantes com que correu a Maratona de Blumenau em 2h58, em julho de 2001, o seu recorde até hoje. Torezan teve, no ano passado, diagnosticado um câncer de testículo. Operou, fez quimioterapia e, em dezembro, reestreou nas provas, com uma nova forma de pensar. E já definiu: retorna às maratonas em 2012.
Desde o início, Torezan tinha como objetivo as maratonas. Tanto que, em 2000, dois anos após começar nas corridas, fez 3h19 na estréia em Porto Alegre. Em 1999, já tinha corrido em Campinas a primeira meia maratona em 1h39, tempo reduzido para 1h27 em 12 meses, na edição de 2000.
Entre os preparatórios de 2001, subidas semanais à Serra do Japi, com ao menos 9 km íngremes. Em 3 de junho, Torezan fez 3h20 na Maratona dos Bandeirantes, que marcou a inauguração da extensão da rodovia paulista, num dia de sol muito forte. Menos de dois meses depois, cravava 2h58 em Blumenau. E, como diriam os economistas, com viés de baixa.
BATALHA INICIAL. O primeiro obstáculo surgiu em 2002: a morte do pai. "Nesse ano, não fiz nenhuma maratona e fui voltar apenas em 2003, em São Paulo, com 3h11". Torezan correu pela última vez os 42 km em 2004, quando optou pela Maratona das Águas, entre as cidades de Amparo e Águas de Lindóia, na região serrana paulista. Veio a mudança, a trabalho, para Ribeirão Preto e um momento de reflexão. Entre 2005 e 2007, somente provas de 10 km e algumas meias, mas sem o nível anterior.
Em 2010, morando em Jundiaí novamente, Torezan voltou a treinar forte. A esposa, Fernanda, engravidou pela segunda vez e no oitavo mês de gestação, começava a maior batalha da família. Fernanda teve uma crise biliar e precisou retirar a vesícula. "No hospital, comecei a ter febre contínua. Achávamos que era o estresse, a preocupação, porque tanto a Fernanda quanto a Graziela, minha bebê, corriam risco de morte. Mas não passava. Então fomos investigar."
Torezan fez um ultrassom de abdome, que detectou dois nódulos, um próximo da virilha e outro na região abdominal. "Na hora, a médica que fazia o exame, me informou que havia duas possibilidades: um linfoma ou um câncer de testículo e deu este." Ele explica que esse tipo de câncer surge, regride e volta com metástase, o que explicava os dois nódulos. A cirurgia era necessária, e rapidamente. E a esposa tinha acabado de ser operada. Tudo acontecia ao mesmo tempo. Torezan, acostumando às provas longas, tinha, agora, de correr como um velocista de 100 metros.
"Decidimos antecipar o parto; a Graziela nasceu no dia 29 de junho e no dia 1º de julho, eu estava na sala de cirurgia para retirar os nódulos, o testículo esquerdo e colocar uma prótese", conta Torezan. A batalha estava só começando. Em vez dos longões semanais, sessões de quimioterapia.
Em outubro do ano passado, com o término do tratamento, Torezan voltava a correr. Para o terceiro e mais difícil recomeço. "A quimioterapia acaba com seu sistema imunológico".
RENASCIMENTO. A primeira prova pós-câncer foi a Corrida da Gentileza de Jundiaí, em 5 de dezembro último. Para emoção dele próprio, da família e dos companheiros de corrida. Dez quilômetros em 56:42 que, para a vida, representaram mais do que um recorde mundial. "Foi uma sensação de renascimento. A família toda na chegada. Após enfrentar um tratamento tão pesado, estava de volta às atividades."
Torezan diz que, ao passar por desafios como o que enfrentou, mudam os valores. "Passamos a enxergar a vida de uma maneira mais leve. O crescimento profissional fica um pouco de lado. O olhar é para as pessoas ao redor", descreve. "Felicidade é estar ao lado da família, dos amigos. Meu médico oncologista, que também corre, tem a definição perfeita: ‘Devemos terminar a prova num estado de espírito melhor do que começamos'."
Torezan hoje não tem mais o câncer, mas segue em acompanhamento médico, procedimento necessário. "A cada três meses, tenho de fazer uma série de exames. Mas estou zerado", comemora. Devagar, vai aumentando os treinos e já tem a decisão tomada. Vai, novamente, enfrentar os 42 km. "Talvez não ainda em 2011, mas em 2012, com certeza." Não em busca de tempo, de recordes, mas da sensação única de superar inúmeros e difíceis obstáculos e completar a mais empolgante prova de rua."
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e um exenplo de superacao parabens por cenpre superar os obstaculos da vida.
eu tambem superei um grande obstaculo na minha vida, que foi as drogas,fiquei muito tempo da minha vida perdido nas drogas, mas com a grasa de deus que colocou oesporte na minha vida comcegui mudar a minha vida, e hoje estou a oito anos competino etendo otimos rezutados,este ano corri aminha primera meia maratona e fiz o tenpo de uma hora e vinte tres na m de lima no peru.
janeiro do ano que vem, juntamente com omeu tecnico vou treinar pra correr a minha primeira maratona, provavel mente em maio em lima, com certeza irei fazer uma boa prova,acredito muito com a grasa de deus.